Após PIB tímido no 2º trimestre, China promete medidas de estímulo ao consumo doméstico

Governo quer promover o consumo de automóveis e produtos eletrônicos e melhorar ambiente de compras nas áreas rurais

Roberto de Lira

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Um dia depois de anunciar dados de Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao segundo trimestre do ano abaixo das previsões, a China divulgou hoje que vai formular e introduzir políticas mais eficazes para restaurar e expandir o consumo doméstico “o mais rápido possível” informou nesta terça-feira (18) um porta voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o principal órgão planejador econômico do país.

A China fechou o primeiro semestre de 2023 com crescimento de 6,3% sobre o ano passado, mas abaixo das previsões e sobre uma base ainda fraca do ano passado. Trimestre a trimestre, o PIB chinês avançou apenas 0,8% no segundo trimestre, desacelerando de um aumento de 2,2% nos primeiros três meses do ano.

Já as vendas no varejo aumentaram 3,1% em junho em relação ao ano anterior, muito abaixo dos 12,7% de crescimento em maio. A queda foi impulsionada principalmente pelo crescimento mais lento das vendas de restaurantes e de automóveis devido. Isso após a base ter melhorado em junho de 2022 com uma primeira liberação de bloqueios em Xangai em junho de 2022.

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No primeiro semestre de 2023, as vendas no varejo de bens de consumo da China atingiram cerca de 22,8 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 3,7 trilhões), um aumento de 8,2% em relação ao ano anterior, quando a economia sofria com as restrições de circulação para o combate à pandemia de covid-19.

Segundo informou o funcionário da Comissão Jin Xiandong em coletiva de imprensa, as políticas para melhorar esses números se concentrarão na estabilização dos gastos do consumidor em itens mais caros, na promoção do consumo de automóveis e produtos eletrônicos, no aumento do consumo nas áreas rurais e na melhoria do ambiente de consumo.

“O consumo está se tornando uma força primária impulsionando o crescimento econômico do país”, disse Jin à agência de notícias Xinhua, enfatizando que a promoção do consumo é a chave para a atual recuperação e expansão da demanda doméstica.

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Segundo o porta-voz, a capacidade e as expectativas de consumo são relativamente fracas e o ambiente de consumo precisa ser melhorado. “Desde o início deste ano, a China introduziu uma série de políticas para construir um sistema de infraestrutura e promover novos veículos movidos a energia em áreas rurais”, disse Jin, acrescentando que o país continuará a promover a implementação das políticas.

Também devem ser feitos esforços para aumentar a renda dos moradores por vários canais, estabilizar o emprego e ampliar mais cenários de consumo, acrescentou Jin.

Jin também disse que o país trabalhará para criar um ambiente seguro para o consumo, melhorar o sistema de gestão da qualidade e padrões dos produtos, fortalecendo a supervisão.

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Harry Murphy Cruise, economista da Moody’s Analytics, disse ao jornal South China Morning Post que a taxa de crescimento trimestral é um resultado preocupante para uma economia que luta para ganhar força. “A recuperação da China vai de mal a pior”, definiu.