Petrobras sobe após parceria com chinesa e reajuste; elétrica dispara até 11% com oferta de canadense

Confira os principais destaques de ações da bolsa desta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou próximo ao zero a zero, a 63.282 pontos, nesta terça-feira (4), em pregão de liquidez reduzida por conta do feriado nos Estados Unidos, que mantém o mercado fechado por lá, enquanto investidores daqui seguiram de olho nos desdobramentos do cenário político. Sem os EUA, a B3 movimentou hoje R$ 2,5 bilhões, contra média diária de R$ 7,1 bilhões – no pregão mais fraco desde o dia 2° de janeiro (quando foi registrado R$ 1,4 bilhão). 

Entre as ações que fazem parte do benchmark da bolsa brasileira, o movimento foi tímido hoje: a Petrobras encerrou em leve alta em dia também fraco para o petróleo, enquanto a Vale, Bradespar e siderúrgicas registraram perdas de até 1%, seguindo o movimento de baixa dos preços do minério de ferro. 

Com o dia fraco no Ibovespa, o destaque para as small caps: 7 ações subiram entre 6% a 11% nesta sessão – todas com volume financeiro acima da média. Foram elas: Bombril, Positivo, Springs Global, Prumo, Renova e Senior Solutions. Apesar do movimento, apenas duas tiveram notícias no radar: a Renova, com a oferta da canadense pelo controle da empresa; e a Senior Solution, com a aprovação dos acionistas para a migração para o Novo Mercado. 

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Veja mais: Um motivo para ficar otimista com Petrobras e a 2ª chance dos “players de açúcar” em 2017 (link)

Confira abaixo os principais destaques de ações desta terça-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 13,32, +0,30%; PETR4, R$ 12,43, +0,57%)
As ações da Petrobras tiveram leves ganhos em dia negativo para o petróleo e noticiário corporativo carregado para a estatal. Lá fora, os contratos do petróleo Brent, negociados em Londres, registravam queda de 0,5%, a US$ 49,41 o barril. 

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No radar, os investidores digerem duas notícias sobre a empresa: uma parceria estratégica com a chinesa CNPC e um novo reajuste nos preços dos combustíveis. 

Nesta manhã, a Petrobras anunciou um memorando de entendimentos com a petroleira chinesa CNPC para iniciar tratativas referentes a uma parceria estratégica. Segundo o informe, para a Petrobras, a realização de parcerias é uma estratégia importante do Plano de Negócios e Gestão 2017-2021. 

Além disso, ontem à noite, a estatal anunciou um novo reajuste de preços nos combustíveis. Segundo a estatal, será feito um aumento do preço médio nas refinarias em 1,8% para a gasolina e em 2,7% para o diesel. Os novos preços entraram em vigor desde a meia-noite desta terça-feira.

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Diferente de como tem sido feito, a companhia não divulgou comunicado justificando a decisão, publicando apenas a alteração em seu site. Na última sexta-feira a companhia havia anunciado um corte dos preços dos combustíveis. 

Esse é o primeiro ajuste após a revisão feita na política de preços da companhia, anunciada na semana passada, que busca aumentar a frequência de reajustes em uma tentativa de retomar participação de mercado. A partir de agora, se a Petrobras achar conveniente, poderá fazer ajustes diários nos preços. “Cada vez mais essas notícias de reajustes tem virado não notícias, o que é ótimo”, afirma o BTG Pactual. 

Vale e siderúrgicas

As ações da Vale (VALE3, R$ 29,62, -0,10%; VALE5, R$ 27,37, -0,15%) tiveram leve queda, acompanhando o dia negativo do minério de ferro. Hoje, a commodity spot (à vista) negociada no porto de Qingdao, na China, caiu 1,65%, a US$ 63,23 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério negociados na bolsa de Dalian recuaram 2,92%, a 465 iuanes.  

Já as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 21,18, +0,43%) – holding que detém participação na Vale – conseguiram virar para alta, enquanto as siderúrgicas fecharam no negativo, com Gerdau (GGBR4, R$ 10,36, -0,38%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,06, -1,17%), CSN (CSNA3, R$ 7,21, -1,10%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,67, -0,64%).

Cielo (CIEL3, R$ 24,36, -0,69%)
A empresa de meios eletrônicos de pagamento Cielo informou na segunda-feira que espera uma redução de cerca de R$ 185 milhões no lucro de 2017 em função de mudança no tratamento contábil de seus números, após o Banco Central habilitar a companhia para atuar como credenciadora.

Com isso, a empresa informou que passou a adotar critérios contábeis aplicados por outras instituições integrantes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Além do resultado de 2017, a alteração vai reduzir os resultados de 2018 e 2019 da Cielo em cerca de R$ 43 milhões, informou a empresa.

A mudança no critério contábil –antes a empresa adotava normais internacionais reunidas sob o IFRS– também vai implicar em uma redução nas linhas “reservas de lucros” e “outros resultados abrangentes” no valor total de cerca de R$ 1,383 bilhão. Com isso, o patrimônio líquido de R$ 12,9 bilhões em 2016 passará a R$ 11,5 bilhões.

Segundo a Cielo, ao adotar as regras do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif), “a amortização do saldo de ágio será feita de forma retrospectiva, desde a data originária de aquisição de investimento pela companhia e de acordo com os prazos dos projetos que o justificaram, limitados a cinco anos”, afirmou a Cielo em comunicado ao mercado.

A companhia informou ainda que diante do novo marco regulatório das instituições de pagamento integrantes do SPB passará a reconhecer como ativo o contas a receber de emissores de cartões e como passivo contas a pagar a estabelecimentos.

“O aumento do ativo e passivo é estimado em aproximadamente R$ 51 bilhões … saindo de um saldo consolidado em 31 de março de R$ 31 bilhões para R$ 82 bilhões, sem qualquer efeito no resultado do exercício e no patrimônio líquido da companhia”, disse a Cielo no comunicado.

Renova (RNEW11, R$ 7,47, +7,14%)
As units da Renova dispararam até 10,64% nesta sessão, a R$ 7,80, após a canadense Brookfield Asset Management ter apresentado ontem uma oferta formal pelo controle da companhia, que incluiria 800 milhões de reais em capital novo para a empresa de energias renováveis, disseram duas pessoas com conhecimento da situação.

Sob os termos do negócio, o grupo liderado pela Brookfield compraria a fatia de 16 por cento que a Light tem na Renova a um equivalente a 9 reais por unit, disseram as fontes. Uma unit compreende uma mistura de ações ordinárias e preferenciais da Renova. A compra permitiria que a Light deixasse o bloco controlador da Renova, que também é formado pela Cemig e pela RR Participações. A partir disso, o grupo liderado pela Brookfield então aplicaria 800 milhões de reais na Renova, efetivamente diluindo a RR e a estatal mineira, segundo as fontes.

A Brookfield, uma gigante com grandes investimentos imobiliários e em infraestrutura no Brasil, também exige diretos totais de controle sobre a Renova, disseram as pessoas, que pediram anonimato para discutir os termos da proposta, que continua privada. A Renova não quis comentar, assim como a assessoria de imprensa da Brookfield em São Paulo e as demais companhias. A Reuters publicou em 12 de maio que as conversas entre Renova e Brookfield estava em fase avançada.

As units da Renova se valorizaram 18% neste ano, por conta de otimismo que um comprador possa tirar a companhia de problemas financeiros. As condições de financiamento para a Renova, que foi fundada em 2001, têm piorado significativamente desde o fracasso de uma parceria com a norte-americana SunEdison, após a elétrica estrangeira entrar em recuperação judicial nos EUA.

A Reuters publicou ainda em abril do ano passado que a Renova buscava um novo sócio para injetar capital na companhia.

Gol (GOLL4, R$ 7,36, -0,81%)

O Conselho aprovou, em reunião de 26 de junho, a venda de 1,25 milhão de ações ON da Smiles (SMLE3, R$ 60,51, -0,80%) pelo preço mínimo de R$ 61,00 cada.

Em relatório, o BTG Pactual chama atenção para o fato de que isso é uma “notícia velha”, uma vez que esse desinvestimento parcial já foi feito na semana passada. Os analistas lembram ainda que a Gol tem um “lock-up” superior a 70 dias na sua participação restante na Smiles, mas acreditam que a empresa deve manter o controle na sua companhia de fidelidade.  

Cemig (CMIG4, R$ 8,15, -0,37%)
O Conselho de Administração da Cemig aprovou os termos da reestruturação societária que envolve a transferência para a Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) das participações acionárias detidas pela elétrica mineira no capital social de concessionárias de serviço público de transmissão de energia elétrica.

Entre as concessionárias que receberão as participações da Cemig estão a Companhia Transleste de Transmissão (Transleste), Companhia Transudeste de Transmissão (Transudeste) e Companhia Transirapé de Transmissão (Transirapé).

A reestruturação societária está sujeita à apreciação final do Conselho de Administração da Taesa, bem como ratificação por assembleia geral.

A operação ainda será também submetida à aprovação dos órgãos de defesa da concorrência, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,93, -0,40%)
O Itaú Unibanco informou uma importante mudança na forma como divulga seus resultados trimestral, que passa a ocorrer após o fechamento do mercado, e não mais pela manhã como sempre aconteceu. Além disso, o banco antecipou em um dia o balanço do segundo trimestre, que será apresentado em 31 de julho.

Já as teleconferências sobre o resultado ocorrerá dia 1 de agosto, com a apresentação em inglês às 10h00 (horário de Brasília) e a português às 11h30.

“Com essa mudança, o Itaú Unibanco aproveita para reafirmar seu compromisso com a excelência no atendimento aos acionistas e demais públicos estratégicos”, disse o banco em comunicado.

Educacionais

Segundo o Valor Econômico, os estudos sobre o novo Fies (Financiamento Estudantil) entraram na reta final para a edição de uma Medida Provisória (MP) que pode ser anunciada ainda nesta semana. O novo programa do governo pode incluir alternativas para ampliar a oferta e baratear o financiamento privado, de forma a atenuar a pressão sobre o crédito estudantil público, cuja versão atual tem impacto fiscal considerado elevado pelo governo.

No setor, atenção para as ações da Kroton (KROT3, R$ 15,00, +0,40%), Estácio (ESTC3, R$ 14,91, +1,84%), Ser Educacional (SEER3, R$ 25,04, -0,16%) e Anima (ANIM3, R$ 16,69, +2,46%) – todas expostas ao programa de financiamento estudantil do governo. 

Cesp (CESP6, R$ 15,40, 0,0%) 

O jornal Valor Econômico destaca que a decisão do governo do Estado de São Paulo de não buscar a renovação das concessões da Cesp antes da privatização se deu, entre outros motivos, pela pressa em realizar a venda da companhia elétrica ainda neste ano. Para que as concessões fossem renovadas nos termos exigidos pela União, seria necessário alterar a Lei 9.074, das privatizações, processo que poderia se arrastar devido ao cenário político conturbado em Brasília. A decisão surpreendeu e levou a uma queda forte das ações na época.

Porém, segundo o jornal, a esperança do governo paulista para ver uma privatização bem sucedida é usar a dissociação da crise do governo federal para atrair compradores para a companhia, que deve passar em setembro pela sua quarta tentativa de privatização. 

Senior Solution (SNSL3, R$ 18,69, +6,58%)
Apesar do dia de pouca liquidez no mercado doméstico, as ações da Senior Solution subiram até 6,80%, a R$ 19,00, nesta sessão, com forte volume financeiro de R$ 365,5 mil, contra média diária de R$ 99,3 mil dos últimos 21 pregões. A empresa anunciou que seus acionistas aprovaram a migração para o Novo Mercado da B3. A Companhia espera que suas ações passem a ser negociadas no Novo Mercado em até 45 dias.

“Vislumbramos vários desdobramentos positivos. Por exemplo, nossas ações se tornarão elegíveis para compor a carteira de alguns índices da B3, como o IGC, ampliando a negociação por investidores que espelham a carteira do índice”, afirma Thiago Rocha, Diretor de Relações com Investidores.

Segundo o executivo, depois de efetivar a migração para o Novo Mercado, a empresa continuará aperfeiçoando seu modelo de governança corporativa, incorporando os ajustes aprovados na recente revisão do segmento conduzida pela B3.

B3 (BVMF3, R$ 19,84, -0,10%)
A companhia B3, operadora da bolsa de valores de São Paulo, anunciou na segunda-feira que o Fundo Soberano de Cingapura (GIC) comprou ações da companhia, passando a deter participação de 5,01%.

Em comunicado divulgado pela B3 ao mercado, o GIC afirmou que “não tem interesse em alterar a composição do controle ou estruturas administrativas da B3” e que seu interesse na companhia brasileira “estende-se apenas em relação a manter um portfólio diversificado”.

Com a aquisição, o fundo soberano passou a deter 103.235.089 ações da B3.

Valid (VLID3, R$ 13,75, +3,42%) e Telebras (TELB4, R$ 28,76, +0,17%)

Cabe destacar duas mudanças em diretorias de empresas. Na Valid, Rita Carvalho vai acumular cargo de diretora financeira, após renúncia de Antonio Batista Coury Jr. Já na Telebras, Jarbas Valente passou a acumular presidência interina.

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