Ações de construtoras e varejistas caem forte após sinalização do Copom empurrar juros de curto prazo para cima

Companhias sofrem pela perspectiva de mercado menos aquecido e também do lado financeiro, com juros pesando mais

Equipe InfoMoney

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As ações de empresas ligadas ao consumo doméstico, como varejistas e construtoras, caem em bloco – e forte – na tarde desta quinta-feira (22) após o Comitê de Política Monetária (Copom). Apesar de ter mantido a Selic em 13,75%, como o esperado, ele trouxe um tom mais duro em seu comunicado.

Os papéis ordinários da EzTec (EZTC3) caíram 6,64% (R$ 18), as da MRV (MRVE3), 5,04% (R$ 11,30), e as da Cyrela (CYRE3), 3,38% (R$ 19,17). Já as varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) foram destaque de queda entre as varejistas, com baixas respectivas de 5,05% (R$ 3,57) e 4,60% (R$ 2,49). As ações da Via, por sua vez, também repercutem as notícias sobre a troca do CFO da varejista. 

A Alpargatas (ALPA4), dona da Havaianas, teve queda de 5,95% (R$ 10,43), enquanto Petz (PETZ3) teve queda de 3,43% (R$ 7,04).

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As companhias dos dois setores sofrem com a revisão de parte do mercado nas expectativas para o corte da Selic, com menor chance de um corte de juros já em agosto. Com juros elevados, pessoas acabam postergando a busca por crédito e a compra de novos imóveis e eletrodomésticos, o que impacta diretamente o faturamento das empresas das duas frentes.

“Em nossa visão, a queda das ações das incorporadoras ocorre devido ao tom mais “hawkish” do Banco Central em relação ao corte de juros. A taxa Selic em 13,75% por mais tempo influencia a decisão dos consumidores em adquirir imóveis, o que pode impactar as vendas das incorporadoras. Vale pontuar que as incorporadoras do segmento de média e alta renda são mais impactadas por essa decisão, principalmente, aquelas com maior nível de estoque ou maior endividamento”, comenta Lucas Rietjens, analista da Guide Investimentos.

“Varejo cai forte, é um dos destaques das baixas do Ibovespa. Mercado não consegue prever que teremos corte de juros ou não na próxima reunião, em agosto”, fala Leonardo Santana analista da Top Gain.

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Fora isso, diversas construtoras e varejistas também sentem o juros mais altos nos seus gastos financeiros. A MRV, por exemplo, é uma empresa que está alavancada, tendo, inclusive, estipulando a redução da relação entre seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) e sua dívida como uma das prioridades para 2023.

Investidores aproveitam também o gatilho negativo para realizar parte dos seus ganhos – apesar da queda de hoje, as construtoras ainda acumulam forte alta em 2023. As ações da MRV, por exemplo, sobem mais de 47%, as da Cyrela, mais de 51%, e as da EzTec, mais de 34%. MGLU3 acumula ganhos no ano de cerca de 28%; VIIA3 é exceção, subindo apenas 2,5% no ano.

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