Anúncios de demissões nos EUA em julho caem 42% ante junho, diz Challenger

Tecnologia continua a liderar os cortes, com 30% do total; este é o segundo ano com maior número de demissões no setor, atrás apenas de 2001

Roberto de Lira

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Os empregadores dos Estados Unidos anunciaram 23.697 cortes de empregos em julho, o que representou uma queda de 42% ante os 40.709 desligamentos informados em junho, segundo dados do relatório divulgado nesta quinta-feira (3) pela empresa global de recolocação e negócios e coaching executivo Challenger, Gray & Christmas.

Ante julho de 2022, os cortes caíram 8%, marcando a primeira vez no ano que as demissões foram menores do que no mês correspondente do ano passado.

No acumulado do ano, os empregadores americanos anunciaram 481.906 cortes até julho, um aumento de 203% em relação às 159.021 demissões divulgadas até julho de 2022. Este é o maior total de janeiro a julho desde 2020, quando 1,847 milhão de cortes foram anunciados até julho. A variação percentual acumulada no ano tem caído constantemente desde abril, quando os cortes foram 322% maiores do que no ano anterior. Em maio, eram 315% e, em junho, 244% maiores.

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Andy Challenger, vice-presidente da Challenger, Gray & Christmas, comentou em nota que o mercado de trabalho dos EUA continua resiliente diante do aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve, à medida que os consumidores continuam gastando e a inflação tem caído.

“As empresas, cansadas de dispensar trabalhadores necessários, estão encontrando outras maneiras de cortar custos. Muitos diminuíram as contratações, mas os salários continuam a subir, principalmente para os que recebem os salários mais baixos, no momento”, disse.

O setor de tecnologia continuou a liderar os cortes em julho e no acumulado do ano, com 4.738 e 146.254 desligamentos, respectivamente. Isso equivale a 30% de todos os cortes anunciados em 2023. Este é o segundo ano com maior número de demissões no setor, atrás apenas de 2001, quando foram registrados 168.395 cortes em todo o ano.