FII que já teve maior dividend yield da Bolsa fecha setembro com a menor taxa do mercado

O FII Hectare CE (HCTR11) encerrará setembro com o menor dividend yield (taxa de retorno com dividendos) entre os principais fundos imobiliários do mercado. No período, a carteira pagou rendimentos equivalentes a 0,37%.

O número faz parte de levantamento do InfoMoney com dados da Economatica, plataforma de informações financeiras. O estudo toma como base apenas os 109 FIIs que fazem parte do Ifix, índice dos fundos mais negociados na Bolsa.

No último dia 15, o HCTR11 pagou aos seus mais de 200 mil investidores R$ 0,17 por cota, montante que o colocou na lanterna da lista dos maiores retornos com dividendo do mês – acima apenas do Tordesilhas EI (TORD11), que não distribui rendimentos há sete meses.

O dividendo repassado pelo Hectare em setembro representa menos da metade do depositado nos últimos meses (R$ 0,50 por cota) – que já era menor do que o patamar observado em 2022, como mostra a página do fundo no InfoMoney.  

De maior pagador do mercado ao menor dividend yield do mês

O HCTR11 fechou 2020 com um dividend yield de 14%, o maior entre os fundos que faziam parte do Ifix. No ano seguinte, a carteira manteve o patamar e ficou entre os maiores pagadores de 2021.

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No início de 2023, porém, o fundo sofreu com a inadimplência em série de certificados de recebíveis imobiliários (CRI), títulos de dívida que fazem parte do portfólio da carteira.

O atraso no pagamento dos papéis afetou a receita do HCTR11, que consequentemente teve de reduzir o dividendo distribuído aos cotistas. De um patamar de R$ 1 por cota no final de 2022, o rendimento do fundo passou para a casa de R$ 0,50 após os problemas com os CRIs.

Em setembro, o dividendo do Hectare voltou a cair, para os atuais R$ 0,17 por cota, se consolidando como o menor entre os FIIs do Ifix que depositaram rendimentos no mês.

Classificado como um fundo de “papel” – que investe em títulos de renda fixa atrelados ao setor imobiliário –, o HCTR11 é apontado como um FII high yield, ou seja, de maior risco.

Com patrimônio líquido de R$ 2,4 bilhões, o fundo tem atualmente o portfólio composto por CRIs (81%) e cotas de outros FIIs (18%).

De acordo com o último relatório gerencial, 90% dos certificados de recebíveis estão indexados ao IPCA mais uma taxa média de 10,54%.

Em comunicado ao mercado, a gestão do HCTR11 classificou como momentânea a redução do dividendo, que atribui à reprecificação de ativos da carteira ao valor justo. O ajuste limitou o pagamento de um rendimento maior, sinaliza o documento.

FII de hotel tem maior dividend yield de setembro

Estreante no Ifix, o FII Hotel Maxinvest (HTMX11) fechou setembro com uma taxa de retorno com dividendos de 1,46%, o maior entre os fundos que compõem o indicador. Confira a lista completa:

Fonte: Economatica – 25/09/2023

Em operação desde 2007, o HTMX11 investe majoritariamente em hotéis localizados na capital paulista. Ao todo são 489 quartos em 22 empreendimentos.

No segundo trimestre, a carteira registrou uma leve queda na ocupação de seus hotéis, de 77% para 66%. Já o número de investidores subiu, chegando a 27.124 ao final de julho, alta de 5,8% no ano (1.485 cotistas).

A diária média registrada em junho, último mês divulgado, foi de R$ 520, abaixo dos R$ 599 de março, mas superior aos R$ 393 registrados um ano antes.

No início do mês, o HTMX11 pagou R$ 2,01 por cota. Em 12 meses, o dividend yield do FII de hotel está em 10,83%.

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FIIs que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses 

O Cartesia Recebíveis Imobiliários (CACR11) manteve a liderança na lista dos fundos imobiliários que mais pagaram dividendos nos últimos 12 meses. No período, a carteira apresenta um dividend yield de 17%. Confira os 10 maiores pagadores.

Fonte: Economatica – 25/09/2023

Também do tipo “papel”, o CACR11 tem hoje cerca de 12,2 mil investidores e um patrimônio líquido de R$ 186 milhões.

O montante está alocado principalmente em CRIs, que representam 62,4% do portfólio. 77% dos papéis estão indexados ao IPCA mais uma taxa de 13,11%.

No último dia 11, o fundo depositou R$ 1,43 por cota, equivalente a uma taxa mensal com dividendos de 1,34%.

Relatório gerencial destaca ainda que o fundo conta com um saldo acumulado de correção monetária acruada (espécie de reserva para ser distribuída ao longo do tempo) de R$ 3,18 por cota.

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