Primeiro delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa morre aos 68 anos no Rio de Janeiro

Na Petrobras, Costa foi acusado de causar prejuízos bilionários em obras superfaturadas de refinarias

Equipe InfoMoney

(Geraldo Magela/Agência Senado)
(Geraldo Magela/Agência Senado)

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Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras (PETR3;PETR4), morreu no último sábado (13), aos 68 anos, no Rio de Janeiro.

Costa foi o primeiro delator da Operação Lava-Jato. Condenado a 12 anos de prisão, ele pôde cumprir parte da pena em regime domiciliar e parte em regime semiaberto. Segundo fontes próximas ao ex-executivo da estatal petrolífera ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a morte foi consequência de um câncer de pâncreas.

Na Petrobras, Costa foi acusado de causar prejuízos bilionários em obras superfaturadas de refinarias, como a Abreu Lima (Rnest), em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), até hoje inacabadas.

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Quando firmou seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, Costa se comprometeu a devolver R$ 79 milhões. O dinheiro foi resultado de um acordo firmado com a Procuradoria, em que Costa abriu mão de US$ 23 milhões em contas na Suíça e US$ 2,8 milhões nas ilhas Cayman, em conta com nomes de familiares.

Sua delação atingiu nomes como o do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci, do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) e da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, além de outros políticos.

Costa foi preso no dia 20 de março de 2014, ainda na segunda fase da Lava Jato; ele ficou detido cinco meses no Paraná e teve mais um ano de prisão domiciliar. Ele foi detido sob suspeita de destruir e ocultar documentos do esquema de corrupção na Petrobras. Em depoimentos, ele relatou que cada grande contrato da estatal correspondia a propinas de até 3% de seus valores.

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A partilha, segundo Costa, envolvia repasses a partidos como PT, PP e MDB. Na época, a Polícia Federal afirmou que o doleiro Alberto Youssef, também alvo da Lava Jato, teria pago R$ 7,9 milhões em propinas para o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras entre 2011 e 2012.

Os pagamentos, segundo a PF, estavam relacionados a obras da refinaria Abreu e Lima, licitada pela estatal. Em abril de 2015, a Justiça Federal condenou Costa pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro oriundo de desvios de recursos públicos na construção de Abreu e Lima.  Youssef também foi sentenciado.

Costa nasceu em Telêmaco Borba, no Paraná, formou-se em engenharia pela Universidade Federal do Paraná e ingressou na Petrobras em 1977 como servidor de carreira. Em 1990 foi diretor da Gaspetro e, entre 2004 e 2012, durante os governos Lula e Dilma Rousseff, ocupou o cargo de diretor da Petrobras.

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Diretor indicado para a Petrobras pelo antigo PP (hoje Progressistas), em 2004, Costa ficou na companhia até a entrada de Graça Foster no comando da empresa, em 2012, quando foi demitido na tentativa da estatal de dissociar a influência política da empresa.  O ex-diretor se afastou dos holofotes após a prisão e não exercia diretamente nenhuma atividade pública.

(Com Estadão Conteúdo)