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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ironizou, nesta terça-feira (21), o presidente recém-eleito da Argentina, Javier Milei, ao mencionar uma “nova experiência econômica que surgiu pelo continente” e recomendar distância ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Durante seu programa semanal “Conversa com o Presidente”, transmitido pelas redes sociais, e que desta vez contou com a participação do ministro, Lula defendeu que seu subordinado viaje o mundo e debata economia com quem pensa diferente, mas disse, sem citar o argentino, esperar que ele não fosse atrás da nova experiência consagrada pelas urnas na região.
“Nós colocamos o Brasil num padrão de país civilizado, em que conversamos com todo mundo. A gente conversa com quem gostamos e com quem não gostamos, mas conversamos como chefes de Estado. Haddad visita os países, vai debater economia não com as pessoas que ele concorda”, disse.
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“Se fosse assim, ele ficava em São Paulo, pegava o Guido Mantega, os amigos dele da universidade, o [Luiz Gonzaga] Belluzzo e ficava discutindo. Não. Ele viaja o mundo para discutir, para saber experiências. Só espero que não vá atrás dessa nova experiência que surgiu aqui pelo continente. Só espero”, provocou.
Javier Milei (La Libertad Avanza) derrotou o candidato peronista Sergio Massa em disputa de segundo turno pela sucessão do presidente Alberto Fernández no último domingo (19), com 55,69% dos votos válidos contra 44,30% do adversário. O placar elástico surpreendeu analistas e divergiu do que mostravam as principais pesquisas, com o autodeclarado libertário vencendo em 20 das 23 províncias do país e na capital Buenos Aires.
O economista ultraliberal não tem boa relação com Lula. Durante a campanha, integrantes do governo brasileiro e do PT foram favoráveis à candidatura de Massa. Já Milei se aproximou da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e chegou a chamar o petista de “comunista” e “corrupto”.
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No domingo, logo após a confirmação da vitória do libertário, Lula parabenizou as instituições argentinas “pela condução do processo eleitoral” e o povo local, “que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica”, mas não cumprimentou ou citou Milei − apenas desejou boa sorte e êxito e colocou o Brasil à disposição para “trabalhar junto”.
Ontem (20), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta (PT), disse que Milei teria ofendido “de forma gratuita” Lula e que agora caberia a ele pedir desculpas para iniciar um diálogo.
