Haddad diz que país pode investir e gastar, mas tem que saber fazê-lo

Ministro da Fazenda também fez um apelo para que o Senado aprove a proposta de reforma tributária sobre o consumo

Reuters

Haddad concede entrevista coletiva à imprensa sobre o programa Desenrola ( Diogo Zacarias)
Haddad concede entrevista coletiva à imprensa sobre o programa Desenrola ( Diogo Zacarias)

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (7) que o Brasil pode investir e gastar recursos, mas tem que saber fazê-lo, ao mesmo tempo em que defendeu a redução do déficit público por meio da correção de um sistema tributário “injusto”.

Haddad falou durante o Brasil Investment Forum (BIF), que teve também presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recentemente alarmou os mercados ao dizer que dificilmente o país alcançará a meta de zerar o déficit primário no ano que vem, também enfatizando nos últimos dias que seus ministros precisam ser os “melhores gastadores do dinheiro em obras de interesse do povo”.

“Chamar atenção para a disciplina não significa ser ortodoxo, como eu tenho insistido muitas vezes. Chamar a atenção para a disciplina é chamar a atenção para a necessidade do planejamento do país”, disse Haddad.

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“O país precisa se planejar. Ele pode e deve investir, gastar, mas ele tem que saber fazê-lo, de maneira que a taxa de retorno desse investimento tem que ser suficiente para garantir a sustentabilidade no médio e longo prazo das contas públicas”, acrescentou.

Para o ministro, ter zelo com as contas públicas é saber que o recurso chegará ao seu destino produzindo os melhores resultados.

Em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada nesta terça-feira o Banco Central reforçou a defesa pelo cuidado com as contas públicas ao afirmar que observa maior incerteza sobre a capacidade do governo em cumprir as metas fiscais estabelecidas e defender que os objetivos sejam buscados com firmeza.

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No evento, Haddad fez um apelo para que o Senado aprove a proposta de reforma tributária sobre o consumo, argumentando também que é necessário aprovar “agenda pesada” de medidas no Congresso para preservar o novo sistema de tributos e fechar o déficit público.

Para ele, esse objetivo será cumprido por meio do combate a incentivos tributários injustos.