Nome completo: | Theodore Antony Sarandos Jr. |
Data de nascimento: | 30/07/1964 |
Local de nascimento: | Phoenix, Arizona (EUA) |
Ocupação: | CEO da Netflix |
Em janeiro de 2023, Reed Hastings deixou o cargo de CEO da Netflix e passou a atuar como presidente do conselho de administração da companhia que ajudou a fundar em 1997. Com a sua saída, a principal cadeira executiva passou a ser dividida por Ted Sarandos – co-CEO desde julho de 2020 – e Greg Peters, até então COO da gigante da tecnologia.
Segundo Hastings, a divisão da presidência executiva visa acelerar o crescimento sustentável do negócio, pois ambos têm qualidades e competências complementares. A Sarandos, atribui-se o pioneirismo de ter inovado a programação ao impulsionar o streaming de conteúdos originais, o que até então era mais restrito a grandes estúdios tradicionais.
Como diretor de conteúdo, Sarandos esteve à frente de séries de sucesso, entre elas Orange is the New Black, La Casa de Papel, House of Cards e Arrested Development.
Durante a pandemia, o setor viveu uma verdadeira montanha-russa, primeiro com o grande aumento de assinantes e, em seguida, com o acirramento da concorrência. Para lidar com a nova realidade, a Netflix teve que rever sua estratégia, promovendo drásticos cortes de custos e inserções de propagandas para que pudesse continuar bancando as suas produções.
Entre os altos e baixos do período, Sarandos conduziu essas transformações de forma a recuperar rentabilidade e participação de mercado em um setor que ainda está se redesenhando. Em janeiro de 2023, ao participar do 7° Global Business Summit, na Índia, destacou o sucesso da estratégia da Netflix e disse que sua prioridade tem sido retomar o crescimento.
“Há quem questione, mas o streaming é um excelente negócio, pois é isso o que os consumidores querem. O mundo está migrando para a programação sob demanda, longe da programação linear da TV por assinatura”, afirma.
Para Sarandos, o mundo vive hoje a maior explosão de produções originais da história da mídia, pois é preciso, segundo ele, “oferecer algo para todos os gostos e humores”.
“Hoje, você navega por centenas de canais até encontrar o que deseja. E estamos dizendo que, além de você achar tudo na Netflix, nós lhe ajudaremos a fazer isso. Há um enorme valor em ser muito bom em descobrir o gosto do consumidor e ajudá-lo a navegar por um mundo de enormes opções”.
Quem é Ted Sarandos
Theodore Antony Sarandos Jr. nasceu em 30 de julho de 1964 em Phoenix, Arizona (EUA), filho de um eletricista e uma dona de casa. Ele é o quarto de cinco filhos. Desde 2009, é casado com Nicole Avant, ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Bahamas durante o governo Obama, e tem dois filhos do primeiro casamento, Sarah e Tony.
A paixão por filmes e programas de televisão começou ainda criança, e tomou força quando a família comprou um aparelho VHS quando ele estava no ensino médio. Em 1983, logo no início da faculdade de Jornalismo, abandonou os estudos para gerenciar uma videolocadora, quando tinha 19 anos.
Além da afinidade, a experiência de longa data no setor foi um importante diferencial de Sarandos em relação a produções audiovisuais. Por 17 anos, gerenciou algumas locadoras, e chegou a ser vice-presidente de produtos da West Coast Video, uma rede de mais de 500 lojas, até que seu perfil chamou a atenção de Reed Hastings em uma reportagem sobre a expansão do setor.
Depois de uma negociação que durou meses, Sarandos finalmente foi convencido por Hastings a área de conteúdo da Netflix, em 2000. Rapidamente, conduziu uma estratégia bem-sucedida de aumento dos assinantes, na qual utilizava algoritmos para prever o interesse da audiência.
Graças ao seu conhecimento sobre a indústria cinematográfica, rapidamente entendeu e aperfeiçoou o modelo de negócios da Netflix. Considerado o “mago dos streamings”, é a ele que a companhia deve o segredo do sucesso das séries viciantes que produz.
Em uma entrevista exclusiva que deu à revista Exame em outubro de 2020, explicou as diferenças que existem entre as produções de streaming e TV.
“A forma de escrita dos roteiristas muda completamente, pois já se sabe que a maioria das pessoas verá o próximo episódio na sequência, e isso evita excessos ou resumos. O fim de um capítulo pode indicar quando a pessoa deve dormir, mas não dita o ritmo da narrativa”, disse à revista.
O diferencial da produção local
Não é de hoje que Sarandos aposta na produção original que capture as regionalidades de cada lugar. Em 2019, quando esteve no Brasil para o evento Rio2C, ele falou sobre as equipes da Netflix que desenvolviam conteúdos no mundo inteiro.
Na ocasião, o executivo observou que uma das características do consumidor brasileiro é acompanhar intensamente a produção internacional, diferentemente de outros países, que preferem conteúdos locais.
“No Brasil, há apetite por histórias do mundo inteiro. Mas é importante para um país como esse propostas que reflitam a diversidade local, considerando que mais da metade da população é negra. Queremos também mais mulheres dirigindo, e isso vale inclusive para as equipes de profissionais da empresa. Quanto mais diferenciados forem os perfis, mais chances temos de encontrar boas histórias pelo mundo”, disse.
Foco total no streaming
Ao contrário de outros streamings, o chefão da Netflix é inflexível em relação a possíveis parcerias com os estúdios de Hollywood para incentivar as salas de cinema. Esse movimento surgiu no pós-Covid, e teve a adesão de plataformas como Apple TV+ e Prime Video, que cederam a pressões da indústria cinematográfica e lançaram alguns de seus títulos no cinema ao redor do mundo.
Em abril de 2023, Sarandos foi enfático e declarou que levar as pessoas ao cinema não é papel da Netflix.
“A nossa divisão de filmes está indo muito bem. Levar as pessoas ao cinema simplesmente não é da nossa conta. O que é da nossa conta é sempre ter conteúdo novo e desejável no catálogo, é isso o que aumenta o valor do nosso negócio”, disse na ocasião.