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Considerado um dos papas do marketing de inovações disruptivas, o americano Geoffrey Moore formulou nos anos 1990 uma teoria que mostrava as etapas de adoção de novas tecnologias pela população. Nos primeiros anos, explicou Moore, elas são abraçadas rapidamente apenas por inovadores e visionários. Então leva algum tempo, que ele denominou de “abismo” em seu clássico livro Atravessando o Abismo, até chegarem com tudo na sociedade. É quando elas revolucionam o mundo.
O planeta parece estar às vésperas desse momento em relação às inovações baseadas no blockchain, como é conhecido o sistema de registros descentralizados de dados criptografados que deu origem às criptomoedas e vem ganhando novas aplicações a cada dia. A opinião é de Antonio Marchese, Chief Marketing Officer da Bifty, primeira carteira multiuso para custódia própria de criptomoedas do Brasil.
Ele lembra que o mundo está vivendo a terceira revolução relacionada com a computação – a primeira tendo sido a da própria criação do computador, que projetou grandes marcas de tecnologia; e a segunda, a era da internet, que fez surgir outras gigantes, como marketplaces e redes sociais.
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A era da descentralização, segundo Marchese, ganhou atenção nos últimos anos com o crescimento das criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum. Mas deve explodir conforme novas aplicações forem sendo desenvolvidas e difundidas em larga escala, levando as pessoas a embarcar nesse universo rapidamente para aproveitar seus benefícios ou não se sentirem retardatárias.
Entre as inovações mais promissoras para acelerar a curva de adoção do blockchain e dos criptoativos, ele cita os NFTs e o metaverso. Como se sabe, os NFTs, acrônimo em inglês para token não fungível, são um tipo especial de token criptográfico que representa um ativo único cujo preço depende do valor que as pessoas dão à sua originalidade e exclusividade.
R$ 6 milhões por duas figurinhas
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Em março do ano passado, lembra o CMO da Bitfy, o fundador do Twitter, Jack Dorsey, atrelou a um NFT e leiloou o arquivo digital do primeiro tweet que publicou em sua rede, em 21 de março de 2006. O NFT foi vendido por US$ 2,9 milhões. Em janeiro, foi a vez do jogador brasileiro Neymar surpreender o mundo ao afirmar ter pagado o equivalente a R$ 6 milhões para comprar os originais em NFT de dois exemplares da famosa coleção de figurinhas digitais de macaquinhos Bored Apple, que dão direito a alguns benefícios exclusivos, como a presença em festas e clubes virtuais.
Diferentes projetos de NFTs devem apresentar resultados bastante diversos em termos de valorização dos ativos. Na opinião de Marchese, os mais promissores devem reunir fatores como serem únicos, raros, colecionáveis, oferecer algum valor agregado ou usabilidade, como o ingresso a ambientes exclusivos, e serem geridos por alguma pessoa ou instituição que também lucra com a sua comercialização.
“No futebol, times formadores de craques costumam incluir no contrato de venda uma cláusula que dá a eles comissão sobre vendas futuras desses jogadores. Isso estimula todo o ecossistema de formação de jogadores. A mesma lógica se aplica aos NFTs”, compara o CMO da Bitfy.
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O metaverso, segundo ele, promete ser outro acelerador da adoção dos criptoativos. A criação de ambientes virtuais para que as pessoas tenham uma experiência de vida paralela na internet estimulada por realidade virtual e realidade aumentada vem recebendo investimentos maciços de empresas gigantes.
“O metaverso vem para substituir o mundo real. Você vai poder ver a final do SuperBowl estando em uma festa na casa do Snoop Dogg”, ele exemplifica. “Mas, para viver uma vida no metaverso, poder comprar ingressos, experiências, roupas especiais ou exclusivas, você precisará ter uma carteira digital.”
Essa, segundo ele, é a principal finalidade do Super App Bitfy, um aplicativo para celular que, diferentemente do que fazem as corretoras, dá aos usuários o acesso exclusivo às chaves privadas das suas criptomoedas. Ou seja: somente o usuário tem condições de movimentar seus ativos na blockchain.
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Trata-se de um diferencial importante num setor ainda pouco regulamentado, que já reúne muitas empresas sérias e competentes, mas ainda está sujeito a fraudes, hackers ou falhas técnicas. Esse aspecto ganhou evidência com o lançamento, no dia 30 de março, da nova série original da Netflix Não Confie em Ninguém: A Caça ao Rei da Criptomoeda, um documentário sobre a história de uma plataforma de negociação de criptoativos que causou prejuízos de US$ 169 milhões aos seus usuários a partir da morte em circunstâncias suspeitas de seu CEO, em 2019.
Além da segurança, Marchese ressalta o caráter multifuncional do Bitfy, que permite negociar criptomoedas, usá-las pagar para compras em máquinas da Cielo, pagar boletos, transferir recursos para outras pessoas, seja em criptoativos ou em reais, aproveitar cupons de desconto em produtos e serviços de mais de 50 parceiros, interagir com outros investidores e copiar suas estratégias de investimento e ter acesso a cursos gratuitos sobre o universo cripto.
O aplicativo, que vem sendo considerado um dos maiores sucessos do ecossistema critpo no Brasil, já conta com mais de 550 mil downloads no Google Play e na App Store, tem 180 mil usuários ativos e já movimentou mais de R$ 250 milhões em operações de compra e venda criptomoedas. A meta, segundo o CMO, é se tornar um dos maiores players do mercado no momento que a tecnologia do blockchain atravessar o abismo descrito por Geoffrey Moore e fizer a maioria das pessoas querer ou precisar ter uma carteira cripto para operar no dia a dia.