FII perde quase 9 mil investidores após seis meses de dividendo zero

Diante de incertezas em operações, a cota do TORD11 fechou a sessão desta segunda-feira (7) no menor valor dos últimos 12 meses

Wellington Carvalho

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O FII Tordesilhas EI (TORD11) comunicou o mercado, nesta segunda-feira (7), que mais uma vez não vai distribuir dividendos aos seus investidores. O último repasse feito pelo fundo ocorreu em fevereiro – referente aos resultados de janeiro.

“Em relação ao [resultado] do mês de julho de 2023, informamos que não haverá distribuição de rendimentos [em agosto] por conta que o fundo não apresentou resultado”, confirma o comunicado ao mercado.

Diante da estratégia de dividendo zero – que completa seis meses –, a base de investidores do fundo tem apresentado uma tendência de queda. De acordo com relatório gerencial, o fundo começou 2023 com 111.378 cotistas e hoje conta com 102.655, de acordo com o StatusInvest – ou seja, 8.723 a menos.

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Do tipo híbrido – que investe em mais de uma classe de ativos –, o TORD11 tem priorizado a manutenção de caixa para “suprir necessidades de capital dos atuais investimentos da carteira que ainda não geram receita”, explica a gestão em relatório gerencial.

Atualmente, 47,4% do portfólio do Tordesilhas EI está concentrado em equities – participação do fundo no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários para a futura venda de unidades ou cotas.

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O TORD11 também sinaliza que a redução no volume de vendas e o aumento na quantidade de distratos – devolução dos imóveis – prejudicam a operação do fundo.

“Na [operação Kawana, por exemplo], temos um decréscimo [das vendas] de 68% e aumento na inadimplência acumulada de 3,7% para 4,6%”, detalha o último relatório gerencial da carteira. “O projeto depende de novas vendas ou novos aportes de seus acionistas para conseguir suprir o capital de giro da operação e dar continuidade nas obras restantes”, destaca o documento.

Diante da incerteza, a cota do TORD11 fechou a sessão desta segunda-feira (7) na menor cotação dos últimos 12 meses. Em julho, o papel registrou perdas de 15%, a maior do período entre os principais FIIs do mercado.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.