FIIs HCTR11, DEVA11 e VSLH11 lideram baixas e caem até 5% após inadimplência de CRI Circuito das Compras

E mais: XPLG11] reduz vacância em galpão em Cajamar; projeção de inflação é mantida em 5,90% para 2023; vendas em shoppings crescem 15,2% em janeiro

Wellington Carvalho

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Os FIIs Hectare CE (HCTR11), Versalhes RI (VSLH11) e Devant (DEVA11) lideraram as maiores baixas da sessão desta segunda-feira (6) e registraram perdas de até 4,9%. O desempenho reflete o anúncio de inadimplência no CRI (certificado de recebíveis imobiliários) Circuito de Compras, que faz parte do portfólio das três carteiras.

O CRI é um instrumento usado por empresas do setor imobiliário para captar recursos no mercado. Na prática, essas companhias “empacotam” receitas futuras que têm para receber – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos – em um título, que é vendido aos investidores.

O CRI Circuito de Compras, por exemplo, financiou a construção de shopping popular homônimo do título, localizado em São Paulo (SP). Também conhecido como Nova Feira da Madrugada, o espaço é considerado o maior centro popular de compras da América Latina.

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A operação tem como lastro os contratos de venda do direito de uso das lojas e boxes, além da locação das áreas como restaurantes e da operação do estacionamento.

Com o papel, os investidores – entre eles os FIIs – recebem um rendimento mensal prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

No entanto, os fundos HCTR11, Versalhes RI (VSLH11) e Devant (DEVA11 não receberam a parcela que venceu no dia 22 de fevereiro.

A inadimplência foi confirmada pela Forte Securitizadora, que estruturou a operação. A empresa diz estar tomando as medidas cabíveis para solucionar a pendência.

“Os primeiros contatos [com a devedora] já foram iniciados”, diz comunicado da securitizadora. “Vislumbra-se, em caráter preliminar, a possibilidade de recebimento da parcela de remuneração em atraso”.

Apesar do posicionamento da Forte Securitizadora, a Vórtx Distribuidora de Títulos e Valores Imobiliários, administradora dos três fundos, convocou para esta segunda-feira (6) uma assembleia geral de titulares do CRI para decidir quais providências tomar em relação ao assunto.

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De acordo com o último relatório gerencial, o CRI Circuito de Compras representa atualmente 7,32% do patrimônio líquido do Hectare CE (HCTR11). A participação do título no portfólio do Devant (DEVA11) e do Versalhes RI (VSLH11) é de 4,88% e 3,57%, respectivamente.

O título oferece como garantia (em caso de não pagamento) a alienação de 90% da participação do devedor no empreendimento, além da cessão dos recebíveis atrelados ao espaço.

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Ifix hoje

Na sessão desta segunda-feira (6), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou com queda de 0,34%, aos 2.811 pontos. Confira os demais destaques do dia.

Maiores altas desta segunda-feira (6):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas 3,46
HOFC11 Hedge Office Income Lajes Corporativas 2,64
HGFF11 CSHG FoF FoF 2,09
RZTR11 Riza Terrax Híbrido 1,63
GTWR11 Green Towers Lajes Corporativas 1,47

Maiores baixas desta segunda-feira (6):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
VSLH11 Versalhes Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -4,9
DEVA11 Devant Títulos e Val. Mob. -3,62
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. -3,21
QAGR11 Quasar Agro Agro -2,35
XPPR11 XP Properties Lajes Corporativas -2,22

Fonte: B3

Receita do FII BRCR11 vai aumentar de 5%; XPLG11 reduz vacância em galpão em Cajamar

Receita do FII BRCR11 vai aumentar 5% após nova locação de dois andares de escritórios

O FII BTG Pactual Corporate Office Fund assinou novo contrato com uma empresa do ramo financeiro para a locação de 4,1 mil metros quadrados de dois pavimentos do Diamond Tower, edifício localizado na região da avenida Chucri Zaaidan, em São Paulo (SP).

De acordo com comunicado do BRCR11 ao mercado, o novo vínculo tem prazo de dez anos e os valores previstos no acordo estão em linha com as condições comerciais da região.

A nova locação elevará a receita do fundo em, aproximadamente, 5,3% em comparação com a operação da carteira no mês de janeiro de 2023 – ou seja, cerca de R$ 0,02 por cota.

O portfólio do fundo é composto por 15 imóveis que, juntos, representam uma área bruta locável de 239 mil metros quadrados. A vacância atual do portfólio está em 24%.

Considerado um dos FIIs mais tradicionais do mercado, o BRCR11 foi criado em 2012 e conta hoje com mais de 157 mil cotistas. O patrimônio líquido da carteira é de R$ 2,67 milhões.

Em fevereiro, o fundo distribuiu R$ 0,47 por cota, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,83%. Em 12 meses, o percentual está em 10,47%.

XPLG11 reduz vacância em condomínio logístico localizado em Cajamar

O FII XP Log também anunciou novo locatário. A carteira assinou contrato com uma empresa do segmento de energia fotovoltaica, que ocupará o galpão G500 do condomínio logístico localizado em Cajamar (SP).

O vínculo prevê uma área bruta locável (ABL) de quase 13 mil metros quadrados e tem prazo de 60 meses, conforme fato relevante divulgado pela carteira.

Com a assinatura do contrato, a ocupação do imóvel subiu de 78% para 88%. A taxa de vacância do portfólio do XPLG11 estava em 6,8% antes do novo contrato.

A receita acumulada da nova locação nos primeiros 24 meses de vigência é estimada em R$ 0,1357 por cota. A partir do 25º mês, a receita mensal prevista é de R$ 0,0071 por cota.

Giro Imobiliário: projeção de inflação é mantida em 5,90% para 2023; vendas em shoppings crescem 15,2% em janeiro

Boletim Focus: projeção de inflação é mantida em 5,90% para 2023

A projeção de inflação para 2023 feita pelos analistas de mercado encerrou uma sequência de 11 semanas seguidas de alta e foi mantida em 5,90% nesta semana, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (6) no Relatório Focus, do Banco Central. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também permaneceu a mesma para os anos de 2024 e 2025.

A projeção de inflação oficial de 2024 foi mantida em 4,02% e a de 2025 permaneceu em 3,80%, mas a de 2026 subiu de 3,75% para 3,77%.

Especificamente para os preços administrados, a projeção do IPCA manteve a tendência de alta verificada há 14 semanas e passou de 9,04% para 9,05%. Há um mês, a projeção estava em 8,44%. Para 2024, no entanto, caiu de 4,43% para 4,40%. A de 2025 recuou de 4,0% para 3,94% e a de 2026 foi mantida em 4,0%.

A previsão da taxa de juros básica da economia brasileira (Selic) foi mantida em 12,75% para 2023, enquanto a de 2024 continuou em 10,0%. A de 2025 foi mantida em 9,0%. A de 2026, no entanto, avançou de 8,50% para 8,75%.

Vendas em shoppings crescem 15,2% em janeiro; Centro-Oeste e Nordeste se destacam

As vendas nos shoppings cresceram 15,2% em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2022, e 0,6% em relação ao pré-pandemia, informou na sexta-feira (3) a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Na divisão por região, os melhores resultados foram nos centros comerciais do Centro-Oeste (+18,2%) e do Nordeste (+17,2%), enquanto os piores foram no Norte (+6,5%). O Sudeste (+14,8%) e o Sul (+14%) ficaram um pouco abaixo da média nacional.

Já o tíquete médio de vendas nos shoppings ficou em R$ 119,68 em janeiro, contra R$ 86,39 das lojas de rua, segundo dados do Monitoramento de Mercado Abrasce – Índice Cielo de Varejo em Shopping Centers (ICVS-Abrasce).

A associação diz que o número de frequentadores também aumentou em janeiro, o que contribuiu para o resultado positivo das vendas. O fluxo de pessoas cresceu 19,3% na comparação anual, segundo dados do IPEC e Mais Fluxo — a maior taxa mensal desde julho.

Programa de casas populares de SP pode virar referência para reformulação do Minha Casa, Minha Vida

O recém-lançado programa habitacional da cidade de São Paulo, chamado Pode Entrar, teve uma adesão elevada de construtoras e já tem sido apontado pela iniciativa privada como um bom exemplo a ser seguido pelo governo federal na reformulação do Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

O edital do programa paulistano atraiu 56 construtoras, incluindo as maiores do ramo como MRV, Tenda, Direcional e Plano & Plano. Juntas, as empresas encaminharam propostas de 72 empreendimentos que totalizam 104 mil apartamentos, montante 2,5 vezes maior do que a oferta da prefeitura, de 40 mil.

O Pode Entrar é semelhante à antiga faixa 1 do MCMV no sentido de que ambos buscam atender famílias de renda mais baixa mediante a contratação de empreendimentos com subsídios dos cofres públicos.

No caso do MCMV, a faixa 1 foi extinta pelo governo Bolsonaro por haver acúmulo de obras paralisadas ou atrasadas em governos anteriores, além de falta de verba para novas contratações.

Agora, o governo Lula recriou a faixa 1 e reservou R$ 9,5 bilhões do orçamento para conclusão de obras antigas e novos projetos, mas os empresários desconfiam da viabilidade devido aos problemas enfrentados no passado.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.