Dono da JJ Invest leva multa de R$ 80 milhões por fraude com pirâmide e manipulação de ações na Bolsa

Empresa ficou conhecida por orquestrar esquema que causou prejuízo de cerca de R$ 170 milhões a 3.000 investidores – Sérgio Mallandro e Zico entre eles

Equipe InfoMoney

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou Jonas Spritzer Amar Jaimovick e sua empresa Spritzer Consultoria Empresarial Eireli – conhecida como JJ Invest – em R$ 80 milhões por criação de condições artificiais de demanda, oferta e preço de ações, administração irregular de carteira e operação fraudulenta.

A JJ Invest ficou conhecida por orquestrar um esquema de pirâmide que causou prejuízo de cerca de R$ 170 milhões a aproximadamente 3.000 investidores – alguns deles, famosos. À época em que o caso veio à tona, os artistas Sérgio Mallandro e Cristiana Pompeo, além do ex-jogador Zico, revelaram estar entre as vítimas.

Jonas Jaimovick chegou a ser condenado pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro pelos crimes de emissão irregular de valores mobiliários e operação de entidade financeira clandestina. “O segundo crime, aliás, foi confessado pelo acusado”, ressaltou a CVM.

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De acordo com a autarquia, a JJ Invest informava ser “uma gestora de recursos e uma consultoria especializada no mercado brasileiro de ações” – embora não tivesse autorização para exercer essas atividades. A CVM chegou a emitir uma stop order em 2017, mas Jaimovick e sua empresa mantiveram a oferta dos serviços de administração de carteira.

A JJ Invest se vendia aos clientes como uma gestora cujo “método de investimento está em operações estruturada, com risco zero, em forma de Day Trade”. No entanto, os acusados não realizaram a maior parte das operações que alegavam a seus clientes.

Ainda que tenham sido realizadas algumas operações em bolsa, o que ocorreu, em última análise, com relação à maior parte dos recursos captados, foi a transferência de recursos de novos investidores a investidores antigos, de forma contínua, até que houve uma corrida de pedidos de resgates por clientes e a interrupção de entrada de novos investidores, o que causou a queda da pirâmide financeira”, argumenta a CVM.

Em paralelo à caracterização da JJ como pirâmide, a acusação de criação de condições artificiais de mercado se refere a negócios com ações da antiga Ideiasnet (IDNT3), hoje Padtec Holding (PDTC3). Segundo a CVM, entre agosto e setembro de 2017, Jaimovick e sua empresa realizaram operações conhecidas popularmente como “Zé com Zé” com os papéis.

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“Enquanto a JJ Invest vendia IDNT3, Jonas Jaimovick comprava tais ações em nome próprio. Posteriormente, Jonas Jaimovick passou a vender IDNT3 (em quantidade superior a que tinha comprado) e a JJ Invest passou a comprar o ativo, o que evidencia a ausência de motivação econômica para tais operações e a conduta dolosa dos Acusados”, diz a autarquia.

Jaimovick e sua empresa chegaram a ser responsáveis por até 98,5% do volume negociado de IDNT3 em alguns pregões. “Evidentemente, provocaram no mercado tanto uma aparente demanda quanto uma aparente oferta do ativo, contribuindo para a transmissão de um sinal ilusório ao mercado quanto à liquidez daquele ativo”, afirma a CVM.

Além da multa, a autarquia também proibiu que Jaimovick e sua empresa atuem direta ou indiretamente, em qualquer modalidade de operação no mercado de valores mobiliários, por oito anos.

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