CPI aprova convocação de presidente da CBF para explicar fan token “fantasma”

CBF lançou token há dois anos, mas promessas de vantagens a compradores nunca foram cumpridas

Paulo Alves

Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Agência Brasil)
Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF (Agência Brasil)

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga pirâmides financeiras aprovou, em reunião nesta quarta-feira (13), a convocação, na condição de testemunha, do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues.

Os parlamentares desejam obter esclarecimentos sobre o envolvimento da entidade com criptoativos — mais especificamente, sobre o lançamento de um fan token há dois anos.

O Brazil National Football Team Fan Token (BFT) é um fan token da CBF que arrecadou cerca de R$ 90 milhões em meados de 2021 com a promessa de oferecer engajamento para torcedores da Seleção, algo que nunca chegou a se concretizar.

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Segundo apurou o InfoMoney, a exchange turca Bitci, que emitiu os tokens, não cumpriu com os pagamentos para a CBF, mas a Confederação ainda ficou com boa parte da venda inicial. Segundo um empresário que participou da negociação, o projeto foi intermediado pela agência esportiva de Philippe Blatter, sobrinho do ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter.

Já os compradores dos criptoativos, além de não terem tido oportunidade de usufruir dos supostos benefícios, viram o preço evaporar em poucos meses — desde a Copa do Mundo no ano passado, o valor do BFT desabou 96%, o pior desempenho entre todos os outros fan tokens de seleções de futebol no mesmo período.

Rodrigues já havia sido convidado a prestar esclarecimentos pela CPI, o que ainda não aconteceu. Integrantes da Comissão concordaram em fazer o convite mais uma vez e, caso ele não compareça, exercer imediatamente o requerimento de convocação, que obriga a presença do convocado. A oitiva está prevista para a próxima semana.

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Paulo Alves

Editor de Criptomoedas