Citi vê possível “ponto de virada” nos mercados e sinais de “alívio” na renda fixa

Já no quesito ações, um dos temas preferidos do banco é o setor de segurança, que deve ver um crescimento, diante do aumento do risco geopolítico

Bruna Furlani

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Uma melhora no conjunto de dados macroeconômicos acompanhados pelo Citi, nos últimos dias, ajudou a impulsionar a visão de que os mercados financeiros possam estar perto de um “ponto de virada”.

Em relatório divulgado neste domingo (5), a equipe de análise de investimentos do banco afirmou que a inflação e o crescimento do mercado de trabalho estão desacelerando nos EUA, assim como os lucros das companhias voltaram a subir e as pressões por aumento salarial dentro do setor de serviços estão mais moderadas.

Com a melhora no cenário, o banco disse que deverá aumentar de forma gradual e de maneira mais ampla a alocação em ações globais, que foi elevada para acima da média de mercado (overweight) desde o meio de outubro deste ano, ante uma posição neutra.

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Entre os temas preferidos da casa para se posicionar está o de segurança. Os analistas destacaram que empresas ligadas a softwares de cibersegurança, indústria de defesa, expansão da cadeia de fornecimento de tecnologia, além de produtores de energia deverão ver um crescimento agora com a intensificação dos riscos geopolíticos.

Após um forte avanço das ações das sete maiores companhias de tecnologia dos Estados Unidos ao longo deste ano, papéis de companhias menores devem voltar a se destacar.

“Esperamos agora que investidores tenham o interesse renovado por ações lucrativas e de crescimento de pequenas e médias empresas com balanços sólidos”, destacaram os analistas.

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Aumento da alocação em bonds

Já no quesito renda fixa, o Citi avalia que o mercado de bonds (títulos de dívida pública ou privada negociados no exterior) vê “sinais de alívio”, depois que o rendimento do título do Tesouro americano (Treasuries) de dez anos ultrapassou a barreira dos 5%.

Na visão da casa, o momento é positivo para aumentar a alocação em bonds. Um dos pontos destacados pelo banco é que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) parece ter deixado a barra mais alta para voltar a elevar os juros. A última vez que a autoridade monetária subiu a taxa dos Fed Funds foi em julho deste ano.

A fala de Jerome Powell, presidente do Fed, reforçou essa visão na última quarta-feira (1), ao adotar um discurso lido como mais dovish (menos inclinado ao aperto monetário) por agentes financeiros.

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A cautela dos dirigentes do Fed ocorre em um momento em que dados recentes de atividade mostraram uma desaceleração econômica nos Estados Unidos, com números que destacaram uma menor pressão por ganhos salariais e um menor crescimento do mercado de trabalho, ponderou o Citi.

Na última sexta-feira (3), por exemplo, o Departamento do Trabalho americano informou que houve a geração de 150 mil vagas no mês, ante uma projeção de 180 mil novos postos de trabalho e abaixo das 297 mil vagas observadas em setembro. A taxa de desemprego, por sua vez, aumentou de 3,8% para 3,9%, a mais alta desde janeiro de 2022 (4,0%).

Em outubro, o salário médio por hora de todos os empregados em folhas de pagamento privadas não agrícolas nos EUA aumentou em 7 centavos de dólar, ou 0,2%, para US$ 34,00. Nos últimos 12 meses, o rendimento médio por hora subiu 4,1%.

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