ChatGPT cria nova criptomoeda meme que alcança valor de US$ 100 milhões em 3 semanas

Criador garante que não está mais à frente da moeda, mais ainda detém 10% dos 69 bilhões de tokens gerados

Paulo Alves

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A Pepe Coin (PEPE), criptomoeda que chegou a subir 50 mil vezes em cerca de um mês, puxou uma leva de novas memecoins e criou uma verdadeira “febre” — e, nesse bolo, surgiu até um token criado quase inteiramente com inteligência artificial (IA), como o ChatGPT.

Foi olhando para o desempenho explosivo de criptos que disparam da noite para o dia que o artista digital conhecido como Rhett “Mankind” decidiu tentar a sorte e criar um ativo digital para chamar de seu. Ele garante que o projeto teve finalidade artística, mas a verdade é que também conseguiu levar um bom dinheiro para casa — ou pelo menos a possibilidade de lucrar, caso decida vender as bilhões de unidades do criptoativo que criou e que chegou a valer US$ 100 milhões.

A história toda se desenrolou por apenas três semanas. Primeiro, “Mankind” se debruçou sobre o ChatGPT 4, ferramenta de IA da OpenAI que custa US$ 20 por mês, para buscar instruções. Em poucos dias ele já tinha um nome, o código de programação e até a logo da criptomoeda em mãos, criada pela IA MindJourney, especializada em design. Estava tudo pronto para ser lançado.

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A primeira tentativa, no entanto, não vingou. Assim que lançou a criptomoeda chamada inicialmente de “TurboToadToken (TTT)”, um bot comprou todas as unidades do token em questão de segundos, enterrando as chances de que o ativo pudesse ganhar qualquer notoriedade.

“A essa altura o projeto tinha virado um fracasso, eu pensei”, disse o artista em entrevista à Fortune. “Acabou pra mim”, afirmou.

“Mankind”, no entanto, foi incentivado por seus seguidores no Twitter a não desistir, e tentou novamente: dessa vez, criou o token Turbo (TURBO), que acabou sendo lançado com sucesso. Rapidamente, a criptomoeda ganhou uma comunidade de pelos menos 500 pessoas no Discord, grupo no Telegram, e registro nas principais ferramentas de analytics usadas por traders do setor. Ela também está presente em mais de 17 mil carteiras de criptomoedas.

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Do lançamento no dia 3 de maio, o token atingiu um pico de preço de US$ 0,003 no dia 6. Pode parecer pouco, mas foi o suficiente para elevar o valor de mercado do ativo à casa dos US$ 100 milhões.

“É difícil imaginar que algo tão pequeno como uma ideia, começando do nada – uma assinatura de US$ 20 do ChatGPT – possa se transformar em um projeto multimilionário, de dezenas de milhões, centenas de milhões de dólares em capitalização de mercado”, disse ele à Fortune. “É simplesmente alucinante”.

Da semana passada para cá, no entanto, o preço do token despencou, e já está 73% abaixo da máxima. Mas o movimento não foi exclusivo dela: todas as memecoins perderam valor nos últimos dias na esteira do forte sell-off da PEPE, que chegou a acumular queda de 65% em uma semana até a sexta-feira (12), segundo dados do agregador CoinMarketCap.

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Memecoins

Memecoins não são um fenômeno novo no mundo dos criptoativos. Criptomoedas podem ser criadas por qualquer pessoa com algum conhecimento de programação, portanto não precisa haver, necessariamente, um negócio por trás. A mais famosa delas é a Dogecoin (DOGE), cujo apoiador mais famoso é o bilionário Elon Musk.

Mas, ao contrário da DOGE, que atualmente é aceita em diversos estabelecimentos nos EUA, a maioria desses ativos que surgem de brincadeiras não têm utilidade alguma. A Pepe Coin, por exemplo, sequer tem ligação com o criador do sapo verde que serviu de inspiração para o token, e admitidamente não tem nenhum propósito.

“Os criadores são anônimos, não sabemos quem está por trás, e mesmo quando olhamos o white paper (guia), que é bastante simplificado, [a criptomoeda] mostra que não tem um roadmap (planejamento) específico para utilidade, nao tem um valor intrínseco e nem um potencial de retorno financeiro”, explicou Vivan Satie, head de investimentos alternativos da Eleven, em entrevista recente ao Cripto+ (assista à íntegra no vídeo acima).

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No caso da Turbo, embora o criador seja minimamente conhecido nas redes sociais, ele garante que não faz mais parte do projeto, que estaria agora nas mãos da comunidade. No entanto, ele segue tendo influência relevante sobre o futuro do ativo: atualmente, segundo dados públicos consultados pela reportagem, ele tem a posse de 4,5 bilhões de tokens, pouco mais de 6% da oferta total da moeda.

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Paulo Alves

Editor de Criptomoedas