As ações mais recomendadas pelos analistas para comprar em novembro; VALE3 sai do topo da lista pela 1ª vez em 2022

Itaú Unibanco (ITUB4) assume a liderança das recomendações; Prio (PRIO3) e Totvs (TOTS3) são novidades, enquanto Ambev, Eletrobras e Petrobras deixam lista

Márcio Anaya

(Arte: Leonardo Albertino)
(Arte: Leonardo Albertino)

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O Ibovespa alcançou em outubro o quarto mês consecutivo de altas. O índice subiu 5,5%, para 116.037 pontos, mesmo com a forte volatilidade vista no último pregão do mês – que coincidiu com o day after da eleição presidencial mais disputada da história do País, elegendo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela terceira vez.

No ano, o desempenho acumulado da Bolsa dobrou, para 10,7%, e as atenções dos especialistas se dividem agora entre os balanços do quarto trimestre e as sinalizações sobre os rumos do próximo governo – sem contar as movimentações dos investidores estrangeiros, que podem fazer a diferença.

Como esperado, o governo manteve em outubro a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.

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Em meio à turbulência das últimas semanas nos mercados de commodities, as carteiras de ações recomendadas para novembro trouxeram mudanças importantes: VALE3 perdeu uma indicação e caiu para segundo lugar no ranking geral, abrindo espaço para que Itaú Unibanco (ITUB4) assumisse a liderança isolada.

Com sete apontamentos, é a primeira vez no ano que a mineradora perde o primeiro lugar no pódio, segundo monitoramento periódico feito pelo InfoMoney. Já o Itaú vinha empatando com Vale em primeiro lugar nos dois últimos meses e, agora, figura sozinha como a ação mais citada pelos analistas – tendo se mantido em oito portfólios recomendados. O terceiro lugar no acompanhamento permanece com o Assaí (ASAI3), presente em seis carteiras, uma a mais em relação a outubro.

A quarta posição, no entanto, revela outra novidade do mês: o ingresso de Prio (PRIO3), após a estreia nas seleções feitas por duas corretoras e um total de cinco indicações.

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O bloco seguinte traz três empresas empatadas com quatro recomendações, mas também aponta uma nova integrante, a Totvs, retornando à lista de destaques.

O saldo das revisões mostra ainda que Ambev (ABEV3), Eletrobras (ELET6) e Petrobras (PETR4) deixaram de fazer parte do rol das mais lembradas, em relação ao mês passado.

Em meio à divulgação dos balanços trimestrais, a BB Investimentos diz ter um novo preço-alvo para o Ibovespa em 12 meses: 143 mil pontos. No relatório de outubro, a instituição informou estimativa de 132 mil pontos para dezembro deste ano.

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“Com base nos números divulgados até agora e nas projeções mais recentes, nossa avaliação é a de que os resultados das companhias serão predominantemente positivos, o que nos deixa em uma posição mais confortável para incorporar a recente melhora de expectativas sobre os indicadores macroeconômicos no Brasil.”

Na avalição da corretora, o cenário externo pode pesar negativamente e empresas mais expostas ao quadro internacional devem diminuir sua dinâmica de resultados extraordinários. “Em contrapartida, o término das eleições reduz a incerteza, o que pode privilegiar companhias mais expostas ao mercado interno no contexto da retomada econômica.”

Todos os meses, o InfoMoney analisa as carteiras recomendadas por dez corretoras, apontando as cinco companhias mais citadas pelos analistas. O número pode ser maior, caso haja empate – como ocorreu novamente neste mês. Veja a seguir as sete ações mais indicadas para novembro, a quantidade de recomendações e o desempenhos de cada papel em outubro, em 2022 e em 12 meses:

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Empresa Ticker Nº de recomendações  Retorno em outubro Retorno em 2022  Retorno em 12 meses
Itaú Unibanco ITUB4 8 8,41% 47,89% 34,72%
Vale VALE3 7 -6,82% -5,95% 2,39%
Assaí ASAI3 6 12,93% 54,17% 30,68%
Prio PRIO3 5 28,55% 71,21% 50,79%
B3 B3SA3 4 15,25% 39,76% 32,39%
Lojas Renner LREN3 4 10,95% 28,90% 8,08%
Totvs TOTS3 4 12,98% 16,20% 2,06%
Ibovespa 5,45% 10,70% 12,11%

Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, XP Investimentos e Economatica

Confira agora os destaques de cada uma das empresas selecionadas para mês, segundo relatórios divulgados pelas corretoras.

Itaú Unibanco (ITUB4)

A instituição financeira ocupa este mês a liderança isolada na preferência dos analistas, com oito recomendações. Na opinião da XP, o Itaú segue apresentando a operação mais eficiente entre os grandes bancos nacionais, o que o coloca em boa posição para navegar o “cenário macroeconômico desafiador que está por vir”.

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Em relatório, a corretora destaca ainda o índice de cobertura (obtido pela divisão do saldo de provisões pelo de operações vencidas há mais de 90 dias) do banco, com resultados acima da média histórica, ao passo que mantém as taxas de inadimplência sob controle.

No BTG Pactual, o papel segue como top pick entre os bancos brasileiros, em razão do forte crescimento comercial nos últimos 18 meses, impulsionado por uma transformação cultural. “Em nossas reuniões recentes, eles [executivos do Itaú] disseram que estão lançando as bases para ter um desempenho superior nos próximos 5-10 anos.”

Vale (VALE3)

A mineradora recebeu sete indicações em novembro, uma a menos em relação ao mês passado, após ser substituída na relação feita pela Genial Investimentos.

Uma das corretoras que mantém a aposta no papel é a Ágora. “Embora consideremos uma decisão cada vez mais desafiadora, continuamos positivos em relação à VALE3”, diz a instituição.

Os analistas da casa afirmam que, entre julho e setembro, ainda impactada por eventos sazonais, a companhia divulgou um Ebitda ajustado (sem considerar as despesas de Brumadinho) de US$ 3,7 bilhões, com queda de 30,2% frente ao período imediatamente anterior. “Entretanto, os volumes de minério de ferro começaram a melhorar sazonalmente (embora uma recuperação mais acentuada deva ser vista apenas no 4T22 [quarto trimestre]).”

A Ágora comenta que os preços do minério de ferro caíram, em média, 25% durante o trimestre, ficando em US$ 103/tonelada, enquanto os prêmios médios diminuíram – algo que deveria melhorar junto com a maior demanda esperada para o fim do ano.

“Além disso, ainda vemos um cenário de mercado bastante saudável e equilibrado em 2023”, destaca a corretora. Tal conjuntura, afirma, se traduz em uma remuneração vigorosa para os acionistas, ao redor de 14% (entre dividendos e recompras), que funciona como espécie de “colchão” e, em tese, impede uma reavaliação muito acentuada das ações – ao menos no curtíssimo prazo.

Assaí (ASAI3)

A varejista aparece na terceira posição do mês, com seis apontamentos, incluindo a estreia no portfólio selecionado pela Genial Investimentos – que considera a empresa um competidor com sólido histórico de execução, tendo apresentado um dos maiores crescimentos exponenciais dos últimos anos, de 25,1%, considerando o período 2017 a 2020.

“Destacamos ainda seu robusto plano de expansão de 78 novas lojas até 2023, considerando que o Assaí apresenta a melhor relação de vendas por metro quadrado”, diz a corretora.

Na Santander Corretora, um dos destaques do relatório é o desempenho do Assaí no terceiro trimestre, considerado “sólido”. No período, a receita líquida da empresa atingiu R$ 13,8 bilhões, com alta de 27,5% em base anual e em linha com as estimativas da casa, ao passo que o lucro líquido (de R$ 281 milhões, com queda anual de 47,8%) superou em 27% as previsões da corretora.

“Notamos que a empresa aumentou seu guidance de conversão de lojas para 45 lojas ainda em 2022 (vs. 40 anteriormente), o que vemos como positivo, dados os comentários da administração sobre as inaugurações recentes superando expectativas”, afirma o Santander.

Recentemente, o Assaí informou que o Casino, seu atual maior acionista, iniciou estudos para potencial venda de parte da fatia na empresa, por aproximadamente US$ 500 milhões, valor que pode aumentar em razão das condições de mercado.

Prio (PRIO3)

O quarto lugar em novembro pertence à estreante Prio (antiga PetroRio), que registra cinco indicações, após o ingresso nas carteiras da XP e do BTG. Este último diz ter incluído o ativo por conta da visão ainda otimista sobre os preços do petróleo.

De acordo com o banco, a Prio ocupa atualmente uma posição única no setor brasileiro de petróleo e gás, reunindo forte curva de crescimento da produção, espaço para novos cortes de custos e balanço saudável, o que lhe confere um diferencial competitivo diante de eventuais oportunidades.

“Estamos confiantes nas revisões de reservas mais positivas no curto prazo”, comenta o BTG. “O espaço para surpresas operacionais negativas limita-se, principalmente, a pequenos atrasos em alguns de seus projetos, algo que preservará uma relação risco-retorno convincente para a tese.”

Na XP, um dos destaques vai para a perspectiva de crescimento sem riscos exploratórios. “A produção deve mais que dobrar nos próximos anos, impulsionada pela aquisição da Albacora Leste e o desenvolvimento de Wahoo”, diz o relatório da corretora, que afirma ainda ter mapeado diversos ativos próximos aos atuais campos da Prio e identificado muitas oportunidades de fusões e aquisições no curto, médio e longo prazo.

Totvs (TOTS3)

Outra novidade do mês é a volta da Totvs à lista das mais citadas. A companhia integrou os destaques de setembro, ficou de fora em outubro e agora retorna com quatro indicações.

Em relatório, a corretora Guide lembra que a Totvs é líder nacional no segmento de softwares de gestão de empresas e vê o grupo como mais bem posicionado no setor de tecnologia no país.

“Vale ressaltar o bom comprometimento da empresa com redução de custos e solidez nas suas operações, crescendo em diversas linhas de receita, principalmente as que possuem as maiores fatias (como Gestão e Techfin), impactada majoritariamente pelo aumento dos juros, que estão sendo repassados com eficiência para os seus clientes”, diz a instituição.

B3 (B3SA3)

As ações da Bolsa seguem entre as mais lembradas pelos analistas, mantendo o saldo de quatro indicações visto em outubro. Em relatório, a corretora do Banco do Brasil cita o potencial de crescimento da companhia combinado com uma boa perspectiva de proventos.

“Entendemos que os últimos trimestres foram bastante desafiadores para a B3, especialmente no segmento listado, que foi impactado pelo forte aumento das taxas de juros no Brasil”, diz a análise. “Entretanto, a empresa provou que possui resiliência e tempestividade para atravessar momentos de adversidade ao avançar em linhas alternativas de negócio – como o segmento de Balcão e o de Tecnologia, Dados e Serviços – e gerar receitas que fizeram compensar parte do impacto sentido no segmento listado, demonstrando também a força de sua diversificação.”

A BB Investimentos considera que o pior momento no cenário doméstico já passou e que a Bolsa deve sair fortalecida para 2023. Tal horizonte seria impulsionado principalmente pelo aumento dos volumes negociados, à medida que as incertezas diminuam e o apetite ao risco aumente.

Lojas Renner (LREN3)

A companhia fecha a lista de destaques do mês, também com quatro recomendações. Na Ágora, a empresa é vista como a mais consistente do universo de cobertura de varejo, devido ao seu forte histórico de execução.

“As ações das Lojas Renner são uma das nossas principais recomendações no setor, dado um equilíbrio atraente de crescimento e valorização”, diz a corretora, que destaca ainda a resiliência do grupo em um ambiente macroeconômico mais difícil.

“Ressaltamos que a Renner possui os maiores recursos em caixa entre seus pares para investir nas iniciativas que direcionam sua estratégia ecossistêmica.”

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Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney