As ações mais recomendadas pelos analistas para comprar em agosto; Assaí e Lojas Renner entram e BTG Pactual e Suzano saem

Vale segue na liderança; Itaú e Petrobras se mantêm entre os destaques

Márcio Anaya

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Dados melhores sobre emprego e o lucro da Petrobras acima do esperado no segundo trimestre animaram os investidores na virada do mês. Diante disso, o Ibovespa fechou julho com alta de 4,7%, aos 103.165 pontos, reduzindo para 1,6% a perda acumulada no ano.

Nesse ambiente, a maioria das corretoras monitoradas pelo InfoMoney optou por trocas pontuais nas carteiras de ações recomendadas para agosto, com destaque para o ingresso de companhias ligadas ao varejo e consumo.

Mesmo sendo retirada pelo BTG Pactual do portfólio indicado do mês, a mineradora Vale (VALE3) segue na liderança geral, com sete apontamentos.

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Na sequência, quatro empresas surgem empatadas com seis recomendações: Assaí (ASAI3), Lojas Renner (LREN3), Itaú Unibanco PN (ITUB4) e Petrobras PN (PETR4) – sendo que as duas primeiras são as novidades do período. O Assaí aparece também pela primeira vez desde 2018, quando a carteira começou a ser compilada pelo InfoMoney.

Com as alterações, as units do BTG Pactual (BPAC11), excluídas por uma corretora, e as ações da Suzano (SUZB3), com quatro substituições, deixaram o rol de destaques.

Em uma visão geral, tanto a BB Investimentos quanto a Ágora mantiveram suas projeções para o principal índice da Bolsa até o fim do ano, em 132 mil e 130 mil pontos, respectivamente.

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“Precisaríamos de uma deterioração conjunta muito mais forte do exterior e do Brasil para revisarmos para baixo nosso alvo atual do Ibovespa”, afirma a corretora do BB. A instituição lembra que a temporada de balanços do segundo trimestre deve prosseguir até meados de agosto e avalia que os números reportados até agora estão dentro das expectativas da casa, sendo “majoritariamente positivos”.

Na Ágora, a percepção é de que já se aproxima o momento de o investidor migrar para papéis mais sensíveis a juros, à medida que o risco de recessão aumenta e o aperto monetário atinge o pico. “Além disso, pensamos que as ações do setor financeiro e bens de consumo básicos ganham relevância.”

O InfoMoney analisa todos os meses as carteiras recomendadas de dez corretoras, apontando as cinco companhias mais citadas pelos especialistas. O número pode ser maior, caso haja empate.

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Veja a seguir as cinco ações mais indicadas para este mês, a quantidade de recomendações e os desempenhos de cada papel no acumulado de julho, em 2022 e em 12 meses:

Empresa Ticker Nº de recomendações Retorno em julho Retorno em 2022  Retorno em 12 meses
Vale (VALE3) 7 -11,47% -7,09% -30,82%
Assaí (ASAI3) 6 10,22% 23,29% -8,15%
Itaú Unibanco (ITUB4) 6 2,42% 13,38% -4,21%
Lojas Renner (LREN3) 6 13,41% 4,84% -32,51%
Petrobras (PETR4) 6 21,62% 46,21% 78,03%
Ibovespa 4,69% -1,58% -17,91%

Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Elite, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, XP Investimentos e Economatica

Confira agora os destaques de cada uma das empresas selecionadas para julho, segundo relatórios divulgados pelas corretoras.

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Vale (VALE3)

A companhia perdeu uma recomendação no comparativo com julho, mas segue no topo das preferências dos especialistas, com sete apontamentos no mês.

Em relatório, a XP Investimentos diz considerar “exageradas” as preocupações vistas em relação à empresa no mês passado. “Apesar da forte queda dos preços do minério de ferro, ainda acreditamos que a Vale seja uma forte geradora de caixa, mesmo considerando os patamares atuais.”

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A corretora acredita que, se a China aliviar as restrições de lockdown e o governo fornecer suporte econômico, a demanda por minério pode aumentar e os estoques da Vale tendem a subir, por conta da alta correlação com o preço da commodity.

A XP destaca ainda que a companhia apresenta atualmente múltiplos atrativos, como o indicador EV/Ebitda de 3 vezes, abaixo da média histórica. O índice aponta o valor da empresa em relação ao potencial de geração de caixa. Quanto menor, melhor.

Segundo a instituição, essa diferença deve se reduzir mais adiante, por conta de distribuições de dividendos e melhores práticas ambientais, sociais e de governança da mineradora.

Assaí (ASAI3)

Com três estreias nas carteiras selecionadas, o Assaí é uma das novidades na lista de destaques de agosto, totalizando seis recomendações.

A companhia ingressou nos portfólios elaborados pela Elite Investimentos, Genial e Santander Corretora. Esta última afirma que a varejista reportou resultados sólidos no segundo trimestre, superando as estimativas da instituição quanto ao lucro líquido, receita e geração operacional de caixa medida pelo Ebitda.

O lucro líquido do Assaí foi de R$ 319 milhões no intervalo, com alta de 21% frente a igual período de 2021 (excluindo créditos fiscais), enquanto a receita líquida subiu 33% (R$ 13,3 bilhões) e o Ebitda ajustado avançou 30% (R$ 978 milhões), na mesma base comparativa.

“Vemos o segmento de atacarejo se beneficiando do período de desaquecimento econômico, já que os consumidores que fazem compras em supermercados e hipermercados tendem a migrar para atacadistas, uma vez que os produtos vendidos em empresas de atacarejo contam normalmente com preços mais acessíveis”, diz o Santander.

Com isso, a corretora espera que o setor colha frutos desse ganho participação de mercado.

Lojas Renner (LREN3)

A outra estreia do mês fica por conta de Lojas Renner, que passou a fazer parte das carteiras indicadas da BB Investimentos e da Guide, acumulando um total de seis indicações.

A corretora do Banco do Brasil (BB) afirma que a companhia foi escolhida por conta dos bons resultados que vem apresentando. Em sua tese de investimento, a instituição cita a boa experiência de aumento no parque de lojas físicas da Renner combinada com o avanço de sua estrutura digital.

Destaca também o “acertado” histórico de desenvolvimento de coleções e o oferecimento de produtos financeiros, que contribuem para elevar as vendas e melhorar as margens de lucro.

Na Guide, os analistas esperam que a Renner divulgue resultados sólidos no segundo trimestre, superiores aos níveis pré-pandemia, dada a melhora na comunicação por múltiplos canais (omnicanal) e a retomada do fluxo de consumidores nos shoppings.

Itaú Unibanco (ITUB4)

Com expectativas mais favoráveis para o balanço do segundo trimestre, a Ágora substituiu neste mês as ações do Banco do Brasil pelas do Itaú Unibanco – que se manteve entre os destaques, com seis recomendações.

“O Itaú deve apresentar os melhores números na temporada de resultados do 2T22 entre os bancos de grande capitalização”, diz a corretora.

Pelas projeções da Ágora, o lucro líquido do Itaú deve atingir R$ 7,5 bilhões no período de abril a junho, com alta de 15% no comparativo anual. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) é estimado em 20,4% no intervalo, ante 18,9% um ano antes.

A instituição espera ainda que o banco divulgue aumento de 13,9% no resultado de intermediação financeira e avanço de 23,5% na margem com clientes, ambos em base anual.

As despesas com provisão, no entanto, devem crescer 53,7% frente a igual período de 2021, “refletindo mais um trimestre de deterioração na qualidade dos ativos”, diz a Ágora.

Petrobras (PETR4)

Também presente em seis das dez carteiras pesquisadas pelo InfoMoney – mesma quantidade do mês passado –, a Petrobras fecha a relação das mais indicadas em agosto.

Em sua análise, a Ágora reconhece que a gigante de petróleo é uma escolha “potencialmente mais volátil”, à medida que a eleição presidencial se aproxima. A instituição pondera também que as recentes trocas no comando da companhia sugerem que a instabilidade nos preços continuará elevada.

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“Ainda assim, entendemos que a atual relação risco x retorno continua apontando para uma oportunidade de compra, respaldada ainda pela expressiva alta nos preços do petróleo”, diz a corretora.

“No curto prazo, é importante que os investidores avaliem as sinalizações que serão dadas pela nova gestão, principalmente em relação à política de preços dos combustíveis.”

Na opinião da Ágora, a queda recente nos valores dos combustíveis, por meio da redução do ICMS, ameniza um pouco a pressão sobre a Petrobras. Os analistas lembram ainda que a empresa é uma boa opção para quem busca dividendos, dado o bom momento operacional e de geração de caixa.

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Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney