As 5 maiores altas e baixas dos FIIs em agosto; BRCR11 lidera ganhos no mês, enquanto CARE11 tem maior perda

O Polo Crédito Imobiliário (PORD11) fechou o mês como o fundo que mais pagou dividendos; retorno de 1,54%

Wellington Carvalho

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No mês em que o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – registrou o melhor desempenho do ano, o BC Fund (BRCR11) foi o grande destaque entre os fundos que mais subiram em agosto, com elevação de 24,85%. O Brazilian Graveyard and Death Care (CARE11) devolveu os ganhos de julho e ficou na lanterna na relação das maiores baixas deste mês.

A elevação de 5,76% do Ifix no mês passado foi influenciada pelo desempenho dos fundos de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis. Em média, esses fundos subiram mais de 11,1%, contra alta 3,10% dos fundos de “papel” – que investem em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação ou à taxa do CDI (certificados de depósito interbancário).

Em agosto, o mercado repercutiu o impacto da deflação de julho (0,68%) nos fundos de “papel”, que até então estavam sendo beneficiados pela elevação dos preços e da Selic, a taxa básica de juros da economia nacional. A inversão do cenário reduz o volume de dividendos distribuídos por parte desses FIIs.

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Diante do cenário, fundos de segmentos como o de shoppings e lajes corporativas – bastante prejudicados pela pandemia da Covid-19 e negociados abaixo do valor patrimonial – voltaram ao radar do investidor e fecharam o mês com ganhos médios de 13,25% e 11,92%, respectivamente. Confira o desempenho de todos os setores:

Segmento Variação em agosto (%)
Shoppings 13,52
Lajes Corporativas 11,92
Logística 10,31
Híbrido 8,94
Outros 4,70
Títulos e Val. Mob. 3,10

Fonte: Economatica – (31/08/2022)

Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base a valorização das cotas e a distribuição de dividendos dos FIIs que fazem parte da carteira teórica do Ifix. Dos 106 fundos que compõem o indicador, 83 fecharam agosto no campo positivo.

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Maiores altas de agosto

Individualmente, o BC Fund (BRCR11) foi o destaque do mês entre os fundos imobiliários que compõem o Ifix. Com ganhos de 24,85%, a carteira liderou a lista das maiores altas.

Confira as maiores altas dos fundos imobiliários em agosto de 2022:

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Ticker Fundo Segmento Variação em agosto (%)
BRCR11 BC Fund Híbrido 24,85
XPIN11 XP Industrial Logística 23,58
RBRP11 RBR Properties Híbrido 21,59
HGBS11 Hedge Brasil Shopping Shoppings 18,78
HSML11 HSI MALL Shoppings 17,81

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.

Fonte: Economatica (31/08/2022)

Considerado um fundo híbrido – que investe em mais de uma classe de ativos –, o BC Fund pegou carona no forte desempenho dos fundos de “tijolo”, que dominaram as maiores altas do mês.

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Com a redução da circulação de pessoas durante a pandemia da Covid-19, esses fundos – especialmente os de shoppings e o de escritórios – tiveram a receita reduzida e viram suas cotas perderem valor na Bolsa. A migração de investidores da renda variável para a renda fixa – mais rentável com a alta dos juros – também ajudou a derrubar os papéis.

Até hoje, boa parte dos fundos de “tijolo” é negociada abaixo do valor patrimonial, o que justificaria essa espécie de rali verificado em agosto. Os investidores, de acordo com os analistas, perceberam que chegou o momento oportuno para começar a focar mais nos fundos de “tijolo”,

Com um portfólio formado por 15 imóveis e uma área bruta locável (ABL) de 239 mil metros quadrados, a vacância atual do BC Fund está em 24%.

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Os imóveis estão localizados em São Paulo e Rio de Janeiro e 88% dos espaços são classificados como AAA e A, níveis mais elevados de qualidade.

Entre os locatários, estão nomes como Petrobras, Samsung, Volkswagen, Cargil e Sanofi. 85% dos contratos de locação são do tipo atípico – com prazo maior de vigência e que não mudam até o final do vínculo.

No dia 12 de agosto, o BC Fund pagou R$ 0,47 por cota, o que representa um retorno mensal com dividendos de 0,80%. Em 12 meses, o percentual está na casa dos 8%.

Maiores baixas de agosto

Na outra ponta da lista encabeçada pelo BC Fund está o Brazilian Graveyard (CARE11), que devolveu os ganhos obtidos no mês anterior, quando liderou a relação das maiores altas entre os FIIs. Em agosto, o fundo focado no segmento de cemitérios caiu 11,11%.

Confira as maiores baixas dos fundos imobiliários em agosto de 2022:

Ticker  Fundo  Setor  Variação em agosto (%)
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios -11,11
TORD11 Tordesilhas EI Outros -7,15
HSAF11 HSI Ativos Financeiros Títulos e Val. Mob. -6,20
KNSC11 Kinea Securities Títulos e Val. Mob. -5,64
VGIP11 Valora Índice de Preços Títulos e Val. Mob. -5,16

OBS.: A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.

Fonte: Economatica (31/08/2022)

Primeiro fundo imobiliário focado no segmento de cuidados com a morte, o Brazilian Graveyard atua na comercialização de cessões de direito de uso de jazigos temporários e perpétuos, cremações, serviços e planos funerários, além da cremação de animais. De janeiro para cá, o fundo acumula valorização de 47,29%, melhor desempenho entre os fundos do Ifix.

Em agosto, porém, o fundo registrou movimento de correção e devolveu os ganhos do mês anterior, quando a Cortel – principal empresa do setor de cuidados com a morte do País – havia arrematado um dos blocos da concessão de cemitérios e serviços funerários de São Paulo (SP). O FII tem 20,24% de participação na Cortel.

Para explorar os espaços, o grupo desembolsou R$ 200 milhões, cerca de R$ 30 milhões acima do valor mínimo pedido. De acordo com as regras da concorrência, o prazo de vigência do contrato de concessão é de 25 anos.

Apesar da forte valorização em 2022, o Brazilian Graveyard não apresenta um histórico de distribuição de dividendos, um dos principais objetivos do investidor de fundos imobiliários.

Criado em 2016, o fundo chegou a ficar cinco anos sem pagar dividendos, período encerrado em julho de 2020, após a venda de um dos ativos do portfólio. O último repasse feito pelo fundo ocorreu em setembro de 2021.

A carteira ainda enfrenta a desconfiança de parte dos analistas que reclama da falta de divulgação do relatório gerencial, documento mensal que oferece informações sobre a operação dos FIIs para os cotistas.

FIIs que mais pagaram dividendos em agosto

Em meio ao debate sobre o impacto da deflação de julho nos rendimentos dos fundos imobiliários de “papel”, o Polo Crédito Imobiliário ( PORD11) – um fundo dessa categoria – fechou agosto como o que mais distribuiu dividendos no mês.

Dos 106 FIIs que compõem o Ifix, 47 tiveram em agosto dividend yield acima de 1% no mês. O número é inferior aos 59 registrados em julho.

No início do mês, o Polo Crédito Imobiliário depositou R$ 1,50 por cota, o equivalente a um retorno mensal de 1,54%, considerando a cotação na casa dos R$ 97,70 do dia 29 de julho. O percentual é o maior para o mês, de acordo com os dados da Economatica. Confira a lista dos dez maiores pagadores de agosto:

Ticker Fundo Setor Retorno com dividendos – agosto (%)*
PORD11 Polo Recebiveis Títulos e Val. Mob. 1,54
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 1,52
PLCR11 Plural Recebíveis Imobiliários Híbrido 1,45
ARRI11 Átrio Reit Recebíveis Títulos e Val. Mob. 1,45
OUJP11 Ourinvest JPP Títulos e Val. Mob. 1,43
BARI11 BARIGUI Títulos e Val. Mob. 1,42
NCHB11 NCH High Yield Títulos e Val. Mob. 1,39
HABT11 Habtat II Títulos e Val. Mob. 1,33
TGAR11 TG Ativo Real Outros 1,33
AFHI11 AF Invest Cri Títulos e Val. Mob. 1,32

Fonte: Economatica

O CSHG Logística (HGLG11), destaque da lista dos maiores pagadores em julho, depositou R$ 1,10 por cota no dia 12 de agosto, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,66%, contra 2,01% do mês anterior.

Com necessidade de capital para as operações da carteira, o FII Tordesilhas EI (TORD11) decidiu cancelar a distribuição de dividendos no mês e se juntou ao Brazilian Graveyard And Death Care (CARE11) como os únicos dois fundos do Ifix que não pagaram rendimentos.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.