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SÃO PAULO – Se você gosta da emoção de investir na bolsa de valores, provavelmente está investindo errado. Aplicar o dinheiro para conseguir retorno não deve gerar ansiedade, nem frio na barriga. Ter altas expectativas e querer retornos rápidos são alguns dos maiores erros cometidos na hora de investir.
Tiago Reis, CEO da casa de análise financeira Suno Research, selecionou alguns dos principais comportamentos que devem ser evitados pelos investidores.
- 1. Grandes expectativas
Um dos segredos para se dar bem na hora de investir é ser realista e não se deixar seduzir pela possibilidade de ganhos rápidos. “O mercado de capitais não vai te deixar rico da noite para o dia”, alerta Reis.
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- 2. Comportamento pró-cíclico
Apesar da bolsa ser regida por números e especulações, o comportamento do investidor é o que determina o lucro ou o prejuízo. Em momentos de pânico, enquanto todos vendem desenfreadamente, os bons investidores estão comprando. Já em momentos de euforia, enquanto os outros estão comprando, os bons investidores estão vendendo.
Warren Buffett, um dos maiores investidores de todos os tempos, tem como máxima “ser ganancioso quando os outros estão com medo e ter medo quando os outros estão gananciosos.”
- 3. Vender o lucro e segurar as perdas
Se desfazer de uma ação no primeiro sinal de lucro e manter outras que estão causando prejuízos na expectativa que elas retornem é outro erro comum. Para Reis, não é preciso ter pressa para vender posições lucrativas.
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“Equivale a colher as rosas e semear as ervas daninhas em um jardim. Depois de um tempo, a paisagem não será agradável.” Do mesmo modo, se uma ação caiu após uma mudança estrutural da empresa, é recomendado que ela seja vendida.
- 4. Foco em apenas uma métrica
Os indicadores são importantes, mas não são os únicos instrumentos de análise. Se guiar apenas por métricas pode fazer com que você tome decisões a partir de informações incompletas.
“Investir em ações de dividendos, por exemplo, é recomendável. Mas antes você deve analisar a capacidade de pagamento da empresa”, explica Reis. Muitas empresas que pagam dividendos elevados não conseguem sustentá-los ao longo do tempo.
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- 5. Excesso de confiança
Ter excesso de confiança pode ser um comportamento tóxico em praticamente todas as áreas da vida. Para Reis, este exagero pode fazer uma pessoa acreditar ser mais esperta ou mais capaz do que realmente é. No mundo dos investimentos, isso pode trazer grandes prejuízos.
Um investidor muito confiante acaba comprando e vendendo ações com mais rapidez e frequência que os outros. Com isso, corre o risco de não enxergar obstáculos ou contextos que influenciam no futuro de uma ação. “Movimentar muito uma carteira já é extremamente custoso, e isso por si só impacta o resultado final.”
- 6. Viés de confirmação
É comum que um investidor considere e avalie apenas os pontos que estão de acordo com suas ideias e opiniões e se esqueça de olhar os dados e fatores contrários. Fazendo isso, ele pode ignorar resultados que seriam ainda melhores para sua carteira.
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Para ter uma visão mais plural e dinâmica do mercado, Reis recomenda considerar pontos positivos e negativos, mesmo que o investidor não se sinta confortável com todos eles.
- 7. Confiar plenamente em dicas de terceiros
Buscar dicas de especialistas é um comportamento comum. O problema, segundo Reis, é quando os investidores estão atrás de “coisas prontas” e deixam de fazer uma análise própria do mercado. Para o CEO, as famosas “dicas infalíveis” ou “segredos do sucesso” raramente trazem os resultados prometidos. A melhor estratégia é apostar na própria experiência, mesmo que demande maior tempo.
- 8. Paralisia de escolhas
O excesso de informações pode levar o investidor a uma paralisia na hora de tomar a decisão. Justamente por ter muitas opções de escolha, ele fica estático e pode acabar perdendo oportunidades. Reis recomenda que, caso o mercado tenha várias opções, o investidor mantenha o foco e separe algumas de suas escolhas preferidas, excluindo as outras, para então analisá-las e decidir quais ações comprar.
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- 9. Não pensar como portfólio
Muitos investidores ignoram, ou esquecem-se, que sua carteira é um portfólio. Sendo assim, ela deve ser analisada com um todo, levando em conta o retorno geral, e não apenas casos isolados de cada um dos ativos.
Segundo Reis, é comum que momentos ruins pontuais desvalorizem as ações. Para ele, “deve-se evitar vender um ativo simplesmente porque ele caiu. O melhor é entender a real situação que envolve a empresa.”
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