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Após recuperação em setembro, o índice de dividendos da Bolsa (Idiv) voltou a apresentar perda mensal. Em outubro, o indicador recuou 3%, reduzindo para 7% o ganho acumulado em 2023. No mesmo intervalo, o Ibovespa registra alta de 3%.
De olho nos balanços do terceiro trimestre e já fazendo contas para 2024, os analistas promoveram diversas mudanças nas carteiras recomendadas de dividendos para novembro.
O saldo das revisões traz três novidades: Cemig (CMIG4), Copel (CPLE6) e Telefônica Brasil (VIVT3), todas com quatro apontamentos – mesma quantidade de Itaú Unibanco (ITUB4), que se mantém entre os destaques.
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Houve alterações também no topo do ranking, que agora reúne quatro ações empatadas com cinco indicações. Banco do Brasil (BBAS3) e BB Seguridade (BBSE3) ganharam terreno e aparecem ao lado de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3).
Em contrapartida, Engie (EGIE3) e CPFL Energia (CPFE3) foram substituídas neste mês e deixaram o rol das mais citadas pelos especialistas.
Confira as análises sobre cada papel:
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- Banco do Brasil (BBAS3)
- BB Seguridade (BBSE3)
- Petrobras (PETR4)
- Vale (VALE3)
- Cemig (CMIG4)
- Copel (CPLE6)
- Itaú Unibanco (ITUB4)
- Telefônica Brasil (VIVT3)
“À medida que nos aproximamos do final do ano, acreditamos que a combinação de mercados globais voláteis e uma situação fiscal preocupante no Brasil poderá impedir que investidores estrangeiros e locais façam alocações mais estruturais de longo prazo em ações brasileiras”, diz o BTG Pactual.
A instituição avalia que, apesar de o Ibovespa ser negociado com valuations muito atraentes, a falta de fluxos de recursos mais significativos para ações pode manter o mercado operando “de lado”.
Todo início de mês, o InfoMoney traz um levantamento das carteiras de ações recomendadas para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate – o que ocorreu novamente este mês.
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A análise engloba os portfólios divulgados por dez corretoras. Veja a seguir as oito companhias selecionadas para novembro:
Empresa | Ticker | Nº de recomendações | Dividend yield em 12 meses (%) | Retorno em outubro (%) | Retorno em 2023 (%) | Retorno em 12 meses (%) |
Banco do Brasil | BBAS3 | 5 | 12,4 | 2,5 | 50,5 | 46,0 |
BB Seguridade | BBSE3 | 5 | 11,7 | -1,4 | 1,2 | 14,9 |
Petrobras | PETR4 | 5 | 31,0 | 0,3 | 76,1 | 65,5 |
Vale | VALE3 | 5 | 6,0 | 2,1 | -18,3 | 8,6 |
Cemig | CMIG4 | 4 | 9,7 | -5,4 | 11,6 | 13,5 |
Copel | CPLE6 | 4 | 9,5 | -2,7 | 10,2 | 22,9 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 4 | 4,9 | -1,4 | 11,3 | -6,5 |
Telefônica Brasil | VIVT3 | 4 | 6,2 | 5,0 | 25,9 | 16,9 |
Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Terra Investimentos, XP Investimentos e Economatica.
Cemig (CMIG4)
A companhia é uma das novidades do mês, totalizando quatro indicações.
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“Vemos as ações da Cemig negociando a uma TIR (taxa interna de retorno) atraente e estimamos um dividend yield (rendimento com dividendos) conservador da ordem de 6% ao final do ano de 2023/24, com espaço para números mais altos”, diz a Ágora Investimentos.
Na avaliação da corretora, a empresa está bem posicionada para o cenário de excesso de oferta de energia, pois 50% do seu valor presente líquido vem do segmento de distribuição/transmissão, entre outros fatores.
Embora não considere em seu “cenário base” a hipótese de privatização da elétrica, a instituição lembra que o governo mineiro iniciou discussões oficiais sobre uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que pretende eliminar a necessidade de referendo popular para vender estatais.
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“Acreditamos que, se as negociações de privatização começarem efetivamente a evoluir, a relação risco e retorno poderá ser muito atraente.”
Copel (CPLE6)
Outra elétrica que estreia entre as preferidas em dividendos é a Copel – privatizada recentemente –, também com quatro recomendações.
Segundo o BTG, a empresa reúne atualmente os seguintes potenciais de criação de valor: redução de custos para os segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia; elevado valor presente líquido, considerando a renovação das concessões de suas três usinas hidrelétricas; e menores gastos com manutenção.
O banco afirma que, mesmo após uma forte valorização nos últimos quatro anos, os papéis ainda têm espaço para ganhos extras, sendo agora uma empresa privada.
“A concessão da Copel está localizada em uma região com alta densidade demográfica e de alta renda (estado do Paraná), e possui a equipe e as ferramentas certas para levá-la a níveis de eficiência semelhantes aos de seus pares privados mais consolidados, ao mesmo tempo que oferece um bom carrego [potencial de pagamento] de dividendos.”
Telefônica Brasil (VIVT3)
A dona da marca Vivo é a terceira novidade de novembro, com quatro escolhas por parte de analistas.
Na Ágora, os cálculos mostram as ações da empresa sendo negociadas a um múltiplo P/L (preço/lucro) de 13 vezes para 2024, com um retorno em dividendos de 8% no mesmo horizonte, “oferecendo assim uma boa proteção para os investidores”.
O P/L mostra a relação entre o preço em Bolsa e o lucro esperado para a companhia. Quanto maior, em tese, mais cara está a ação.
“As empresas de telecomunicações estão se beneficiando de tendências operacionais positivas, que provavelmente resultarão numa boa geração de caixa e, portanto, em potenciais retornos para os acionistas”, diz a corretora.
Itaú Unibanco (ITUB4)
O rol de ações com quatro indicações no mês se encerra com o Itaú.
“Com um ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de 21%, o Itaú continua superando seus pares privados por uma ampla margem, e prevemos que essa tendência continuará nos próximos anos, resultando em uma expansão de múltiplos em comparação com outros players históricos”, afirma o BTG.
Os analistas destacam ainda que a instituição está presente em segmentos mais protegidos contra a concorrência de fintechs, como varejo de alta renda e grandes empresas.
Banco do Brasil (BBAS3)
A instituição ganhou uma recomendação frente a outubro e passa a dividir a liderança no ranking com BB Seguridade, Petrobras e Vale, todas com um total de cinco apontamentos.
“Mesmo após o desempenho de aproximadamente 45% no acumulado do ano, vemos as ações do BBAS3 como atraentes, pois continuamos a acreditar na capacidade e no compromisso do banco em oferecer retornos sólidos aos acionistas”, afirma o BTG.
Os especialistas da casa dizem entender os riscos de o BB ser estatal, mas acreditam que o banco possui seus “anticorpos” em relação a isso, com uma assimetria ainda bastante atraente considerando os atuais níveis de preço.
De acordo com o BTG, os papéis do banco negociam com um P/L “atraente” de 3,9 vezes nas projeções para 2024, que mostram ainda um retorno com dividendos de 10%.
BB Seguridade (BBSE3)
Do mesmo grupo do BB, a empresa de seguros também contabiliza uma estreia entre os portfólios de dividendos selecionados para o mês, alcançando um total de cinco escolhas.
Do ponto de vista operacional, os analistas da Ágora acreditam que a companhia está bem posicionada para seguir entregando “resultados sólidos”, impulsionados principalmente pelo segmento de seguros rurais, tanto no crescimento quanto nas margens de lucro.
Segundo eles, tal fator deve continuar sustentando o bom desempenho dos papéis.
“Neste ponto, acreditamos que as ações da BB Seguridade podem ser vistas como uma jogada defensiva, negociando a aproximadamente 8x [vezes] o múltiplo P/L para 2024, implicando um bom carregamento de 10% de dividendos para o próximo ano e, assim, oferecendo alguma proteção aos investidores.”
Vale (VALE3)
A mineradora sustentou as cinco recomendações vistas no mês passado.
Em relatório, a Genial Investimentos comenta que os resultados da Vale no terceiro trimestre mostraram dinâmicas mistas. A receita ficou em linha com o esperado, o Ebitda veio abaixo e o lucro líquido superou as projeções.
Nesse cenário, a corretora estima que a empresa apresentará uma rentabilidade de fluxo de caixa de 11% no balanço fechado de 2023, o que suportaria um dividendo de US$ 1,9 bilhão no quarto trimestre, muito próximo do patamar de R$ 2,33 por ação visto no último anúncio de proventos.
A Genial trabalha ainda com a possibilidade de a Vale distribuir dividendos extraordinários no ano que vem, levando em conta os US$ 2,4 bilhões que a empresa deve manter em caixa após a venda de uma fatia minoritária de sua unidade de metais básicos.
Petrobras (PETR4)
A petrolífera também se manteve com cinco indicações e permanece no primeiro bloco de destaques.
Em relatório, o BTG lembra que, recentemente, surgiram preocupações após a proposta do conselho de administração de alterar o estatuto da Petrobras, o que aumentaria a flexibilidade da retenção de lucros, entre outras questões.
“Embora essas alterações ainda não tenham sido aprovadas, continuamos acreditando no pragmatismo da empresa; isto é, a Petrobras provavelmente distribuirá pelo menos uma parte do excesso de caixa gerado – superando sua atual política de remuneração aos acionistas – na forma de dividendos extraordinários.”
Na opinião do banco, o governo federal terá incentivos para pagar dividendos extraordinários da Petrobras, a fim de ajudar a cumprir sua meta de superávit fiscal primário.
“Olhando para um horizonte de 12 meses à frente, os riscos parecem precificados”, diz o BTG.
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