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SÃO PAULO – A Core Participações, controladora indireta do Fleury (FLRY3), não vai mais vender sua participação na empresa. A decisão foi anunciada via fato relevante na noite desta sexta-feira (20). Contudo, parece que alguns investidores ficaram sabendo da notícia antes da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
No pregão da sexta-feira, as ações da Fleury fecharam com desvalorização de 4,44%, fechando a R$ 13,76. Foi a maior queda dos papéis do laboratório na Bovespa desde 20 de janeiro e o menor fechamento desde 26 do mês passado. Outro detalhe: essas ações movimentaram R$ 6,0 milhões nesta sessão, o que é 4 vezes mais do que a média visto nos últimos 21 dias (clique aqui para ver o gráfico do desempenho de FLRY3).
A notícia deve causar um impacto negativo nas ações da empresa, pois desde o final de 2013 os investidores especulavam sobre a possível venda desta fatia. No entanto, a movimentação atípica dos papéis na Bovespa no último pregão antes do comunicado já é um bom indício de que isso pode ser bem mais do que simples coincidência – os altos e baixos vividos pela rede de laboratórios na Bolsa nos últimos meses são mais uma evidência de que a informação pode ter “vazado” antes da divulgação oficial.
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A novela acabou
Além de possuir uma participação direta de 6,3% na companhia, a Core – formada por um grupo de médicos – detém quase 75% da Integritas Participações, que, por sua vez, é dona de 46,7% do Fleury. Ela havia contratado o JPMorgan em novembro de 2013 para encontrar alternativas estratégicas para sua fatia, “inclusive com eventual ingresso de novos investidores”.
Quem chegou mais perto de assumir essa fatia foi a Gávea Investimentos, gestora do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Contudo, em 20 de outubro de 2014, a Core informou que não teve sucesso nas negociações, que tiveram início em março daquele ano.
Parcerias estratégicas
Embora não vá mais vender sua participação na Fleury, a Core disse que, em virtude do interesse expressado por determinados investidores, está analisando “oportunidades estratégicas que podem resultar em sua associação com sócio minoritário, de forma a auxiliar a implementação de processos de criação de valor para a companhia no médio/longo prazo”, de acordo com o fato relevante divulgado. Para isso, ela conta com Inspire Capital Partners e o J.P. Morgan para auxiliá-la na análise dessas potenciais oportunidades, complementa a empresa em nota.