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O aplicativo de mobilidade 99 começou, nesta terça-feira (10), mais uma rodada de dispensa de funcionários, disseram fontes ouvidas pelo jornal Valor Econômico. Essa é a segunda vez que a empresa controlada pelo grupo chinês DiDi decide por fazer demissões em massa em um intervalo de apenas quatro meses.
Em setembro, quando dispensou um grupo de 100 funcionários, a companhia afirmou que a área de relacionamento era a única impactada. Desta vez, os impactados estariam em vários departamentos da empresa.
A 99 já havia informado na semana passada que diminuiria o ritmo do seu app de delivery, deixando o serviço de entrega e se concentrando apenas na gestão dos pedidos. As demissões nesta semana podem estar atreladas a esse novo modelo de negócio, bem como à desaceleração macroeconômica.
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Ao Valor, um porta-voz da empresa disse que a empresa fez avaliações extensas de alocação de recursos em todas as linhas de negócio, como o serviço de pagamento digital 99Pay. “Como resultado deste e de outros fatores operacionais, tomamos a difícil decisão de conduzir uma reorganização interna. Infelizmente, tivemos que nos despedir de um grupo de funcionários esta semana, aos quais somos extremamente gratos por suas contribuições”, afirmou a fonte.
Há, ainda, outro fator que ronda as atividades da 99, que é o fato da sua controladora estar sob investigação do governo chinês. Além da DiDi, outros dois players que atuam no mercado global -Alibaba e Tencent- são acusados de terem posição dominante no mercado do país asiático.
Essas acusações fizeram com que a Didi interrompesse as negociações de suas ações na bolsa norte-americana NYSE pouco tempo depois de sua estreia. Os órgãos reguladores chineses também chegaram a restringir as operações dos aplicativos do grupo durante algum tempo, conforme mostrou o InfoMoney.
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A 99 é uma das principais plataformas de mobilidade do país, fornecendo o serviço de transporte individual e atuando como concorrente direto da Uber. Fundada em 2012 por três empresários brasileiros, a empresa afirma manter atualmente 800 funcionários contratados no país, além de outros 600 mil motoristas parceiros.
Questionada sobre a rodada de demissões e o suporte que dará aos funcionários envolvidos, a 99 não respondeu até a publicação desta reportagem.