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O ex-presidente da Argentina Mauricio Macri e o candidato à presidência no segundo turno da disputa, o ultraliberal Javier Milei, desmentiram publicamente que a construção do acordo que trouxe o apoio da terceira colocada na votação, Patricia Bullrich, tenha envolvido mudanças de propostas, especialmente na economia.
Macri deu entrevista à Radio Mitre na manhã desta sexta-feira (27) e afirmou que na eleição do último domingo, os argentinos decidiram que a opção para liderar a mudança no paÃs é Javier Milei e que ele representa âo único caminho que tem a Argentina hojeâ. âà um apoio incondicional. Não pedimos nada. Nenhuma acusação foi discutida. Fomos à reunião não para dar e receberâ, declarou.
O discurso coincide com o utilizado pelo próprio Milei em entrevista na noite da quinta-feira (26) ao canal A24. âQuero assinalar a grandeza da senhora Bullrich, que me deu apoio incondicional. Não me condicionar nada, não me restringiram nada, ninguém me pediu nadaâ.
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Ele disse ainda que seu programa é similar ao de Bullrich em 90%, incluindo propostas de reduzir impostos, cortar gastos do governo, desregular e abrir a economia,
Sobre no futuro fazer algumas concessões ao grupo polÃtico encabeçado por Macri, ele declarou que isso faz parte de outro tipo de discussão. Mas ele reafirmou a decisão de acabar com o Banco Central, que faz parte do processo gradual de futura dolarização da economia sob seu eventual governo.
Macri contou que tentou descontrair o encontro entre Milei e Bullrich, afirmando que âchegou a montoneraâ, quando a ex-candidata apareceu. âSim, aquela que joga bombas nos jardinsâ, teria respondido ironicamente Bullrich.
Foi quando Milei pediu perdão por acusações na campanha de que ela teria feito parte da organização radical de esquerda Montoneros nos anos 1970. âQuão mal eu fui, eu estava erradoâ, desculpou-se Milei, segundo o relato de Macri. Ela teria respondido que também disse algumas coisas que não deveria.
Tanto Macri como Milei também atacaram membros dissidentes da coligação Junto pela Mudança, que se posicionaram contrários à aliança com o ultraliberal de A liberdade Avança, particularmente os lÃderes da União CÃvica Radical.
Segundo Macri, lÃderes da UCR como o governador Gerardo Morales, o senador MartÃn Lousteau e o deputado Emiliano Yacobitti devem parar com a âfarsa da neutralidadeâ e se dedicar abertamente a apoiar o candidato oficial Sergio Massa. âEles tiveram inúmeras reuniões com Massa e negociaram contra os interesses dos argentinos. Eles não podem dizer nadaâ, declarou.
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Milei classificou esses polÃticos como traidores. âO pior lugar no inferno está reservado para aqueles que mantêm a neutralidadeâ, disse.