Israel intensifica bombardeios no sul de Gaza, enquanto líderes mundiais pedem pausa no conflito

EUA e Rússia lideram os apelos internacionais por uma pausa nos combates para permitir a entrada de ajuda humanitária na região

Reuters

 (Ahmad Hasaballah/Getty Images)
(Ahmad Hasaballah/Getty Images)

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GAZA/JERUSALÉM (Reuters) – Os militares israelenses intensificaram seus bombardeios no sul de Gaza durante a noite, após um dos dias de ataques mais intensos desde o início do conflito com o grupo Hamas e em meio a apelos internacionais por uma pausa nos combates para permitir a entrada de ajuda no enclave e evitar muitas outras mortes.

Autoridades de saúde em Gaza disseram nesta quarta-feira (25) que dezenas de pessoas foram mortas na região mais ao sul, para onde centenas de milhares fugiram nos últimos dias. Os militares israelenses afirmam que o Hamas, que governa Gaza, se entrincheirou entre a população civil em todos os lugares.

Israel informou ainda que os ataques em Gaza nas últimas 24 horas eliminaram agentes do Hamas, incluindo o chefe do batalhão de Khan Younis, Tayseer Bebasher.

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Segundo essas informações, foram atingido túneis, centros de comando, esconderijos de armas e posições de lançamento, bem como uma célula de mergulhadores do Hamas que tentavam entrar em Israel pelo mar perto do Kibbutz Zikim, acrescentaram os militares.

Os jatos israelenses também atingiram a infraestrutura do Exército sírio em resposta a foguetes lançados desde a Síria, um aliado do Irã, disseram os militares israelenses, alimentando as preocupações de que seu conflito com o Hamas incendeie a região de forma mais ampla.

A agência de notícias estatal da Síria informou que o ataque matou oito soldados e feriu outros sete perto da cidade de Deraa, no sudoeste do país.

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Israel não acusou formalmente o Exército da Síria de disparar os dois foguetes, que acionaram sirenes de ataque aéreo nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, mas não deu detalhes sobre os supostos autores.

O Irã, que busca a ascendência regional há décadas e apoia grupos armados na Síria, no Líbano e em outros lugares, bem como o Hamas, advertiu Israel a interromper seu ataque a Gaza. O grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, disse que mais quatro de seus combatentes foram mortos, aumentando o número de mortos em suas fileiras para 42 desde o início do conflito.

Pedidos de pausa humanitária

Os Estados Unidos e a Rússia estão liderando os apelos internacionais por uma pausa nos combates entre Israel e o Hamas para permitir a entrada de ajuda em Gaza, onde as condições de vida são precárias.

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As entregas limitadas de alimentos, medicamentos e água do Egito foram reiniciadas no sábado por Rafah, a única passagem não controlada por Israel, que anunciou ter isolado definitivamente o enclave costeiro após o ataque do Hamas neste mês.

Washington quer pausas curtas para permitir a entrada de ajuda, enquanto a Rússia defende uma trégua mais ampla. Até o momento, Israel tem resistido a ambas, argumentando que o Hamas só tiraria vantagem disso e criaria novas ameaças aos civis.

Israel lançou os ataques em Gaza depois que militantes do Hamas atacaram cidades do sul de Israel em 7 de outubro, matando 1.400 pessoas, a maioria civis, e fazendo mais de 200 pessoas reféns.

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O Ministério da Saúde de Gaza informou na terça-feira que pelo menos 5.791 palestinos foram mortos pelos bombardeios israelenses no enclave desde 7 de outubro.