Israel diz ter atacado homens armados do Hamas dentro de túneis em Gaza

Túneis são um objetivo primordial para Israel em sua luta para eliminar o Hamas; tropas teriam libertado um soldado que estava em cativeiro

Reuters

Vista de Gaza após um ataque israelense (Yasser Qudih/Reuters)
Vista de Gaza após um ataque israelense (Yasser Qudih/Reuters)

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GAZA/JERUSALÉM (Reuters) – Israel informou que suas forças atacaram homens armados do Hamas dentro da vasta rede de túneis dos militantes sob o enclave palestino de Gaza, depois que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu rejeitou pedidos de interrupção dos combates para aliviar o agravamento da crise humanitária.

Os túneis são um objetivo primordial para Israel, que expande as operações terrestres dentro de Gaza para eliminar o Hamas, que governa Gaza, após seu ataque mortal ao sul de Israel há três semanas.

“No último dia, as Forças de Defesa de Israel atingiram aproximadamente 300 alvos, incluindo mísseis antitanque e postos de lançamento de foguetes abaixo de poços, bem como complexos militares dentro de túneis subterrâneos pertencentes à organização terrorista Hamas”, disseram os militares israelenses em um comunicado.

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Os militantes responderam com mísseis antitanque e tiros de metralhadora, acrescentaram.

“Os soldados mataram terroristas e direcionaram as forças aéreas para ataques contra alvos e infraestruturas terroristas”, disseram os militares israelenses.

As forças israelenses também bombardearam Gaza durante a noite em ataques aéreos, marítimos e terrestres, atingindo áreas do noroeste do enclave costeiro onde as tropas estavam operando em terra, disseram testemunhas nesta terça-feira.

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Testemunhas disseram que as forças israelenses atacaram a principal estrada que liga o norte ao sul de Gaza na segunda-feira e atingiram a cidade em duas direções. Israel afirmou que suas tropas libertaram um soldado que estava em cativeiro do Hamas.

Até o momento, o grupo islâmico libertou quatro civis dos 240 reféns que foram sequestrados nos ataques de 7 de outubro, que mataram cerca de 1.400 pessoas. Acredita-se que muitos dos reféns estejam presos nos túneis.

Autoridades de saúde de Gaza afirmam que 8.525 pessoas, incluindo 3.542 menores de idade, foram mortas em ataques desde 7 de outubro. Autoridades da ONU dizem que mais de 1,4 milhão da população civil de Gaza, de cerca de 2,3 milhões de pessoas, ficaram desabrigadas. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente o número de vítimas.

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As Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, confirmaram que seus militantes entraram em confronto na madrugada de terça-feira com as forças israelenses que invadiram o sul de Gaza. Segundo esse relato, quatro veículos foram alvejados com mísseis antitanque al-Yassin 105, produzidos localmente.

Os militantes também dispararam contra dois tanques e escavadeiras israelenses no noroeste de Gaza, segundo o al-Qassam. A Reuters não conseguiu confirmar os relatos de combates e os militares israelenses não fizeram comentários imediatos sobre os relatos do Hamas.

O crescente número de mortos atraiu apelos dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, de outros países e da ONU para uma pausa nos combates, a fim de permitir que mais ajuda humanitária chegue ao enclave sitiado, onde há escassez de alimentos, combustível, água potável e medicamentos.

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Netanyahu disse na segunda-feira que Israel não concordaria com a cessação das hostilidades e prosseguiria com seus planos de eliminar o Hamas. “Os pedidos de cessar-fogo são pedidos para que Israel se renda ao Hamas, se renda ao terrorismo, se renda à barbárie. Isso não acontecerá”, disse Netanyahu em comentários transmitidos por emissoras de TV.

Uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra disse nesta terça-feira que uma “catástrofe de saúde pública” é iminente em Gaza.