Dolarização argentina é objetivo de médio prazo, diz economista de Milei a banqueiros

Reunião corrobora com notícias de que presidente eleito estaria se afastando de conselheiros que defendem suas promessas de campanha mais dramáticas

Bloomberg

Recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei fala após o segundo turno presidencial em 19 de novembro de 2023 em Buenos Aires (Tomas Cuesta/Getty Images)
Recém-eleito presidente da Argentina, Javier Milei fala após o segundo turno presidencial em 19 de novembro de 2023 em Buenos Aires (Tomas Cuesta/Getty Images)

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O governo do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, não suspenderá os controles cambiais imediatamente após tomar posse em 10 de dezembro, ao passo que manterá a dolarização como uma meta de médio prazo, disse um membro central da equipe do novo incumbente a banqueiros na sexta-feira (24), de acordo com duas pessoas com familiaridade com as conversas.

Luis Caputo, que está liderando a equipe econômica de Milei durante a transição de governo, disse a executivos de bancos em Buenos Aires que o foco do novo governo será alcançar um superávit fiscal em 2024, as fontes disseram sob a condição de anonimato. A reunião, que o veterano de Wall Street utilizou para apresentar as principais linhas do plano econômico de Milei, contou com cerca de 30 pessoas, entre consultores e funcionários dos bancos, acrescentaram as fontes.

Um porta-voz de Milei se recusou a comentar sobre o assunto.

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Os comentários de Caputo parecem confirmar que Milei está se afastando de conselheiros que defendem suas promessas de campanha mais dramáticas, incluindo abandonar o peso e fechar o banco central. Milei se distanciou de seu guru da dolarização, Emilio Ocampo, e na sexta-feira outro conselheiro “hawkish” (enérgico) do início da campanha, Carlos Rodriguez, anunciou na rede social X (antigo Twitter) que também não integraria o governo. Investidores, que saudaram a vitória de Milei nas eleições presidenciais de 19 de novembro, continuaram a elevar os preços dos ativos argentinos na medida em que o presidente eleito dá sinais de moderação.

Um porta-voz da câmara bancária argentina, Adeba (Asociación de Bancos Argentinos), disse à Bloomberg News que a reunião foi “muito positiva” e proporcionou uma abordagem “pró-mercado” para a dívida do banco central.