Volta de servidor às agências, mutirões e telemedicina: como reduzir fila de perícia na Previdência Social?

40% dos servidores que trabalham remotamente retornarão à modalidade presencial em 2024 para melhorar serviços prestados à população, diz Carlos Lupi

Anna França

Previdência Social
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Carlos Lupi, ministro da Previdência Social, admitiu na terça-feira (24), em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que o maior desafio da área previdenciária será acabar com as longas filas para perícias médicas no Brasil.

Ele disse ser inaceitável que pacientes em tratamento de câncer precisem agendar o procedimento para ser realizado num prazo de cinco meses. Uma das medidas anunciadas por ele, na audiência, foi trazer o restante dos funcionários que ainda trabalham remotamente para a modalidade presencial nas agências já no início de 2024. A meta é reduzir o prazo para até 45 dias.

“A partir de janeiro, vamos começar uma nova fase da Previdência: a da humanização. Nós temos em torno de 40% dos funcionários trabalhado remotamente e quero todo mundo dentro das agências, onde é necessário o contato humano com a população”, disse Lupi.

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Os parlamentares acrescentaram também um pedido para que sejam realizados concursos públicos para preencher as cerca de 21 mil vagas em aberto e que se dê continuidade aos mutirões de avaliação social e perícia médica, feitos pela pasta para atendimento dos cerca de 500 mil processos de seguridade em andamento.

Segundo o senador Jaime Bagattoli (PL-RO), a situação das perícias médicas é caótica em vários estados. Para o senador Weverton (PDT-MA), a missão do Ministério da Previdência está entre as mais desafiadoras do país, não só pelas filas, mas também pelo gerenciamento dos problemas acumulados ao longo dos últimos anos. A senadora Leila Barros (PDT-DF) reforçou o pedido por mutirões e concursos. “Estamos acompanhando os trabalhos, mas sabemos que mesmo assim essas medidas não vão sanar todo o problema” disse.

Em recuperação

Mesmo reconhecendo os problemas da Previdência, Lupi afirmou que o governo já começou a recuperar o poder de compra dessas pessoas, por meio do aumento real do salário-mínimo. Ele frisou que hoje mais de 60% da economia de muitas cidades depende dos recursos da Previdência Social.

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“Previdência não é custo é investimento. Ganhando um salário mínimo ninguém consegue guardar dinheiro e tudo é injetado na economia. Muitos aposentados completam a renda da família de forma importantíssima, sendo uma forma real de distribuição de renda”, disse.

Segundo o ministro, com o retorno de todo pessoal à ativa, a partir de janeiro, será dado um segundo passo no processo de retomada, com a humanização dos serviços e melhoria no atendimento. E, paralelamente, a pasta espera chegar ao final de 2024 com 80% dos serviços implementados na plataforma digital.

Além disso, também citou o avanço da telemedicina, que ajudou muito na pandemia e deve ser expandida. “Isso não substituirá os funcionários, mas vai facilitar o acesso das pessoas”, disse o ministro, se comprometendo também em dar continuidade aos mutirões.

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O convite para participar da sabatina no Senado foi feito pelo presidente da CAS, senador Humberto Costa (PT-PE), que considera a seguridade social um direito fundamental dos cidadãos. Durante o evento, Lupi falou sobre desafios, metas, planejamento e diretrizes governamentais da pasta.

Anna França

Jornalista especializada em economia e finanças. Foi editora de Negócios e Legislação no DCI, subeditora de indústria na Gazeta Mercantil e repórter de finanças e agronegócios na revista Dinheiro.