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O percentual de famÃlias com dÃvidas a vencer cresceu 0,7 ponto percentual em julho, atingindo a marca recorde de 78% dos lares brasileiros. O aumento em relação a julho de 2021 foi de 6,6 pontos percentuais. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda-feira (8) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O total de famÃlias com dÃvidas ou contas em atraso ficou em 29% em julho, ante 28,5% em junho deste ano e 25,6% em julho de 2021. Desses, 10,7% disseram não ter como pagar os compromissos assumidos, proporção 0,1 ponto percentual maior do que no mês anterior e 0,2 ponto percentual menor do que no mesmo perÃodo do ano anterior.
O aumento do endividamento foi de 0,5 ponto percentual entre as mulheres e de 1 ponto percentual entre os homens, ficando em 80,6% e 77,5% respectivamente. Entre as mulheres, a pesquisa aponta desaceleração no endividamento nos últimos meses, mas o incremento na comparação anual foi de 8,3 pontos percentuais, enquanto entre os homens subiu 6,3 pontos percentuais.
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Por faixa de renda, a Peic aponta que as famÃlias na faixa acima de dez salários mÃnimos mensais contraÃram mais 0,8 ponto percentual de dÃvidas em julho, chegando a 75% com dÃvidas. Na faixa com renda abaixo de dez salários mÃnimos, o endividamento cresceu 0,6 ponto percentual, atingindo 78,8%. Nas duas faixas, a taxa é recorde.
Modalidades de endividamento
Por modalidade de endividamento, a Peic mostra queda de 1,2 ponto percentual no número de famÃlias que devem no cartão de crédito, a terceira queda seguida. Entre os que têm dÃvidas, 85,4% possuem dÃvidas no cartão de crédito. Em abril, a proporção havia chegado a 88,8%.
Na avaliação da CNC, a queda no cartão de crédito ocorreu pela busca por opções mais baratas de juros.
âEsse movimento de queda da proporção de endividados no cartão de crédito mostra que as famÃlias têm buscado alternativas de crédito mais baratas no contexto de juros elevados. Com isso, carnês de lojas e crédito pessoal foram as modalidades que avançaram no endividamento, neste inÃcio de semestre, representando 18,8% e 9,2% do total de famÃlias com dÃvidas, respectivamenteâ, diz a nota da confederação.
Inadimplência
O número de famÃlias com contas ou dÃvidas em atraso subiu 0,5 ponto percentual em julho, para 29%. A proporção é 3,4 pontos percentuais maior do que o apurado em julho de 2021. Já a proporção daquelas que não terão condições de saldar seus débitos ficou em 10,7%, percentual que se manteve praticamente estável no último ano.
âA alta dos indicadores de inadimplência, após moderação e queda entre abril, maio e junho, indica que as medidas extraordinárias de suporte à renda, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, aparentemente tiveram efeito restrito ao segundo trimestre no pagamento de contas e/ou dÃvidas já atrasadasâ, avalia a CNC.
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De acordo com a confederação, o mercado de trabalho está absorvendo trabalhadores com menor nÃvel de escolaridade e de maneira informal, o que aumenta a incerteza na gestão das finanças pessoais. Além disso, segundo a CNC, a inflação elevada achata os rendimentos e dificulta a organização do orçamento familiar.
Os dados da Peic são coletados em todas as capitais e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores. Os principais tipos de dÃvida levantados são cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro e financiamento de casa.
