BC estuda formas de inserir inteligência artificial ao Pix, afirma Campos Neto

Para ele, Brasil tem problema de educação financeira e que pode ser resolvido, em parte, por meio da IA

Estadão Conteúdo

Ilustração sobre Pix (Getty Images)
Ilustração sobre Pix (Getty Images)

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que o regulador avalia formas de usar a inteligência artificial e que a tecnologia deve ser inserida no Pix, ferramenta de pagamentos instantâneos. Apesar de “estar na moda”, ele afirmou que movimento já vinha acontecendo e que estudos já mostram que seu resultado é melhor quando combinado com a mão de obra humana.

“A inteligência artificial está na moda hoje, mas é um processo bastante antigo, e no final das contas entendemos que é importante colocá-la em algum momento para ajudar as pessoas, os processos”, avaliou Campos Neto, durante o XXXIII Encontro de Lisboa entre os bancos centrais dos países de língua portuguesa.

Ele afirmou que o Brasil tem um problema de educação financeira e que pode ser resolvido, em parte, por meio da tecnologia de inteligência artificial. Outro ponto é como será a intermediação financeira digital no futuro.

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“Uma coisa que é fundamental, é que temos uma exponencialização desse tratamento de dados que está perto de acontecer, que é a mudança do sistema binário do ponto em computação”, disse.

Segundo Campos Neto, isso vai acelerar a interpretação de dados e gerar efeitos que não são conhecidos hoje. Ele citou ainda estudo que mostra que as empresas que investiram em inteligência artificial para substituir mão de obra humana não tiveram resultados tão bons quanto aquelas que combinaram ambos.

“Hoje está bem claro que a inteligência artificial mais criatividade humana é melhor do que a inteligência artificial sozinha”, disse.

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Campos Neto afirmou ainda que tem muita resistência a criar uma área que seja “dona” da tecnologia. Isso porque, na sua visão, esse é um tema que atinge todas os segmentos. “A inovação toca todas as áreas”, concluiu.

Órgãos reguladores

O presidente do Banco Central destacou que o Brasil não possui tantos órgãos reguladores quanto os Estados Unidos, o que ajuda quando o assunto é inovação. Além do BC, o outro é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ambos trabalham “muito próximos”, acrescentou.

“Isso é importante, porque às vezes você tem vários reguladores e tem opiniões diferentes sobre inovação, é mais difícil você fazer inovação”, avaliou Campos Neto.

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Segundo ele, o BC e a CVM trabalham “muito, muito perto” e têm uma parceria “muito boa”. “Entendemos que esse é um projeto que avança para fazer com que a intermediação financeira seja mais digital, seja mais inclusiva, seja mais barata, mas também a gente precisa que ela seja mais segura, mais responsável”, concluiu.