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SÃO PAULO – As turbulências no cenário econômico, diante do processo eleitoral, associado ao desaquecimento da economia mundial prejudicaram o desempenho do setor de varejo brasileiro no ano passado.
O avanço da inflação, decorrente da forte alta do dólar, a partir de meados de julho do ano passado, também refletiu negativamente nas vendas do varejo. Com a definição do cenário político no final do ano passado e a apreciação da taxa de câmbio, as varejistas conseguiram alavancar as vendas no período mais importante para o setor: as festas de final de ano.
Setor passa por transformações
Vale ressaltar que, nos últimos dez anos, o setor de varejo vem sofrendo um processo de consolidação, com o crescimento das lojas em formato de hipermercados e de grandes lojas especializadas nos segmentos de eletroeletrônicos, cama&mesa e utilidades domésticas.
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Esse período vem sendo marcado pelos processos de fusões e aquisições, com o aumento na participação das grandes redes de varejo nacionais, como o grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Sendas, e os estrangeiros, como o Wal Mart.
O relacionamento entre fornecedores e varejistas também sofreu drásticas alterações, caracterizado pela ampliação do poder de barganha das varejistas e das recentes disputas entre ambos os lados. Além disso, o setor foi obrigado a se reestruturar, realizando pesados investimentos nas áreas de operação e logística, e de marketing.
Investimentos em logística para suprir comércio eletrônico
Isso aconteceu principalmente com o início das operações de comércio eletrônico no setor, que demandaram elevados investimentos em logística. Nesse sentido, as perspectivas para o médio prazo sinalizam que o segmento de varejo de não – alimento, que inclui lojas especializadas, lojas de departamento e magazines, deve crescer de forma significativa nos próximos anos.
O comércio eletrônico, que vem crescendo de forma bastante expressiva nos últimos anos, o comércio por catálogo, assim como o de shopping centers também possui elevado potencial de crescimento no médio prazo. Contudo, a queda do poder aquisitivo das famílias brasileiras e a elevada taxa de juros, que se encontra em 26,5% ao ano, deve continuar limitando um maior crescimento do setor.