Petroleiras júniores aumentam produção, enquanto monitoram brent volátil e buscam oportunidades no mercado

Empresas têm mitigado cada vez mais as intercorrências na operação e agora focam em parcerias

Augusto Diniz

(Divulgação)
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A queda sequencial no último trimestre dos preços do Brent em meio a um real mais valorizado acabou ofuscando os bons resultados de produção alcançados pelas petroleiras júniores PRIO (PRIO3), 3R Petroleum (RRRP3) e Petroreconcavo (RECV3).

Contudo, houve sinalizações positivas dos resultados. Os eventos não recorrentes continuam a surgir e interromper as explorações nos campos, mas de forma bem menos frequentes. A XP avalia que o foco na execução da operação pelas petroleiras tem se aprofundado, apesar da queda dos preços das commodities.

A casa aponta que os dados de produção de julho (portanto, após o 2T23), continuam mostrando avanço. Em julho, as três petroleiras juniores tiveram volume médio diário maior do que a média do segundo trimestre do ano.

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Preços do Brent díspares

O preço do barril de petróleo iniciou julho valendo US$ 74, mas fechou o mês a US$ 85. A previsão do mercado é que fique na faixa de US$ 80 nesse segundo semestre, depois de quedas sucessivas no primeiro.

Para o ano que vem, as previsões são díspares, entre as preocupações com o ritmo da economia mundial e as restrições de oferta. O Goldman Sachs tem estimativa em 2024 para o Brent em US$ 78, mas o banco francês Société Générale prevê na casa dos US$ 100.

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Roberto Monteiro, CEO da PRIO (PRIO3), exemplificou na teleconferência de resultados 2T23 o que representa a variação do preço do Brent para a petroleira.

A companhia quer manter a alavancagem (relação dívida líquida/Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) em 1,1 vez. De acordo com o executivo, com o Brent mantido entre US$ 80 e US$ 85, a PRIO consegue reduzir a alavancagem para até 0,8 vez. Mas o petróleo entre US$ 70 e US$ 75, Monteiro diz que “a alavancagem fica em 1,1 vez”.

Busca de novas oportunidades

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Em meio à suspensão do plano de desinvestimentos da Petrobras, as petroleiras júniores pensam agora em acelerar parcerias. A 3R Petroleum (RRRP3) foi a que deixou mais clara essa questão na teleconferência de resultados do 2T23.

A aquisição definitiva dos campos do Polo Potiguar veio acompanhada de ativos em funcionamento de mid & downstream em Guamaré (RN), que inclui unidades de armazenamento, processamento e escoamento.

Segundo Rodrigo Pizzarro, CFO da 3R, a empresa foca na melhoria da operação de Guamaré, mas estuda parcerias e venda de ativos menores da companhia.

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Ele comentou na teleconferência de resultados do 2T23 que ativos que não são 100% centrais para a companhia estão na mira para algum tipo de transação.

“O core nosso é toda na produção no Rio Grande do Norte, onde a gente tem um grande potencial de incremento, redução de lifting cost (custo de exploração), com toda integração”, disse, se referindo ao recém-adquirido mid & dowstream.

Há ainda, segundo o CFO, avaliação de parceria e desinvestimentos no Polo Fazenda Belém, no Ceará, e no Cluster Recôncavo, na Bahia.

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Outro tipo de negociação com a Petrobras

Marcelo Magalhães, CEO da Petroreconcavo (RECV3), diz estar começando a ter discussões sobre modelos de parceria com a Petrobras (PETR4), depois da fracassada negociação do Polo Bahia Terra.

“Estamos tendo algumas conversas muito preliminares com a Petrobras. Vamos sentar com nosso parceiro Eneva (ENEV3) se essas conversarem evoluírem”, disse o executivo na última tele de resultados.

A PetroReconcavo, com 60%, e a Eneva, com 40%, estabeleceram um consórcio que entrou em negociação com a Petrobras para adquirir o Polo Bahia Terra no ano passado, mas o processo foi suspenso pela nova administração da estatal.

“A Petrobras ainda precisa, dentro da renovação de seu planejamento estratégico que deve ocorrer até o final do ano, trocar o programa de desinvestimento por um programa de parcerias”, avalia.

Magalhães diz estar “muito otimista” com um acordo, mas destaca que existe uma série de etapas a serem ainda cumpridas.

O CEO afirma que a parceria com a estatal não será de prestação de serviço, como já é feito por ambas empresas há mais de duas décadas, mas numa nova modalidade, como joint cooperate agreament (acordo de cooperação conjunta).

Desejo na Bacia de Campos

Roberto Monteiro, da PRIO, ainda acredita em novas oportunidades de aquisição e indica que, preferencialmente, ela deve ocorrer na Bacia de Campos, onde a petroleira júnior já atua.

“É um lugar que a gente conhece, tem infraestrutura”, diz. “A gente tem uma carteira de crescimento orgânico muito forte. Nosso crescimento tem sido muito alto e nos dá o luxo de sermos seletivos nas oportunidades (de aquisição)”, destacou.

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