Petrobras (PETR4): ações caem até 4% após fala de Prates negando reajuste de combustíveis, mas fecham longe das mínimas

Outras petroleiras registram uma sessão de queda, mas menos expressiva; na véspera, ações da estatal saltaram cerca de 5%

Equipe InfoMoney

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Após uma forte disparada na sessão da véspera com a nova política de dividendos, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) iniciaram agosto em queda, que perdurou durante toda a sessão desta terça-feira (1), mas fechando longe das mínimas do dia.

Além do ajuste após a forte alta, o desempenho do petróleo, que afetou outras empresas do setor, também levou a uma queda dos ativos, mas o mais forte movimento de baixa se deu no início da tarde, depois de declarações do CEO da companhia, Jean Paul Prates.

Na mínima do pregão, as ações PETR3 chegaram a cair 4,17% (R$ 33,36) e os papéis PN chegaram a ter baixa de 3,73% (R$ 29,95), logo após Prates dizer ao Broadcast que não procedem rumores de que iria aumentar entre hoje e amanhã os preços dos combustíveis.

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Contudo, os papéis ordinários fecharam em queda de 2,10% (R$ 34,08) e os preferenciais caíram 1,64% (R$ 30,60), longe das mínimas do dia.

De acordo com o executivo, quem reclama da falta de reajustes são importadores ineficientes, e que, para a Petrobras, não existe a diferença de 25% no preço vendido na refinaria na comparação com o mercado internacional. Até nisso a Petrobras é mais eficiente. Para nós não existe esse descolamento de preços de 25% como apontam”, concluiu.

Mais cedo ganhou força no mercado a notícia, segundo apuração da jornalista Natuza Nery, do g1 e da GloboNews, de que o CEO da petroleira teria dito, em reunião realizada na semana passada, que “não tem mais como segurar preço da gasolina”. O encontro teria contado com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com Alexandre Silveira (PSD-MG), ministro de Minas e Energia (MME), em que Prates teria notificado que a estatal tem “pouca gordura”.

Ontem, em comunicado, a companhia afirmou que tem observado com atenção os desdobramentos do mercado internacional de petróleo e seu impacto sobre o mercado brasileiro.

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“A companhia reitera que ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, análise de preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, levando em consideração a melhor alternativa acessível aos clientes”, disse em nota.

“Os reajustes continuam sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio. Destaca-se que o momento é de grande incerteza quanto à recuperação da economia global, o que influencia diretamente a demanda por energia, e quanto à oferta de petróleo e de combustíveis, de uma maneira geral”, explicou.

Petróleo tem leve queda na sessão, após forte alta em julho

Na sessão, o petróleo fechou com leve queda de 0,53%, a US$ 81,37, para o barril de petróleo WTI com vencimento em setembro, enquanto o contrato do brent com vencimento em outubro caiu 0,61%, a US$ 84,90, após dados fracos de atividade de China e Europa elevarem a preocupação com a economia global, enquanto os EUA mostraram dados mistos.

Assim, entre as outras ações do setor, 3R (RRRP3) caiu 1,10% (R$ 35,16), PetroRecôncavo (RECV3) teve leve baixa de 0,30% (R$ 22,92), enquanto PRIO (PRIO3) teve leve alta de 0,39% (R$ 45,80).

Contudo, cabe destacar que a queda na sessão veio após a commodity atingir em julho a maior alta mensal desde janeiro de 2022, com ganhos de cerca de 13% no mês passado. Na última segunda, os preços do petróleo haviam subido para uma nova máxima em três meses apoiados por sinais de aperto na oferta global e aumento da demanda até o final deste ano.

A Arábia Saudita deve estender uma redução voluntária de produção de petróleo de 1 milhão de barris por dia (bpd) por mais um mês até setembro. A produção saudita caiu 860.000 bpd em julho, enquanto a produção total da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) recuou 840.000 bpd, segundo pesquisa da Reuters divulgada nesta segunda-feira. Isso indicou que a Opep+ manteria o mercado apertado.

Os estoques de petróleo também estão começando a cair em outros lugares, especialmente nos EUA, onde o governo começou a reabastecer a Reserva Estratégica de Petróleo a partir de seu nível mais baixo em várias décadas. Cinco analistas consultados pela Reuters nesta segunda-feira estimaram, em média, que os estoques de petróleo bruto dos EUA caíram cerca de 900.000 barris na semana até 28 de julho.

Cabe destacar que essa alta recente do petróleo tem inclusive se traduzido em uma fonte de pressão para a Petrobras reajustar os combustíveis para cima, dada a forte defasagem de preços (de cerca de 20%) em relação às cotações internacionais, o que tem aumentado as especulações sobre reajustes pela estatal.

Reunião nesta terça

Já em reunião nesta terça, Prates afirmou ter apresentado ao presidente Lula um panorama geral sobre os seis meses de sua gestão e planos para o futuro da empresa, e acrescentou que não tratou sobre preços de combustíveis.

“Tivemos uma reunião longa e excelente, em que não falamos de preços de combustíveis”, disse o presidente da companhia, em uma mensagem à Reuters.

A reunião e as declarações ocorrem após Prates ter publicado no domingo, na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, que a atual gestão da companhia vem sofrendo uma “campanha de desestabilização”.

“Levei a Diretoria Executiva toda para expor os planos de investimento e operações em curso, área por área. Uma panorâmica geral aos seis meses de gestão.”

Prates disse ainda que o presidente Lula falou da importância que vê na Petrobras como impulsionadora da transição energética justa, tanto para o Brasil quanto para a América Latina.

Estiveram também presentes na reunião os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Segundo Prates, o clima foi “literalmente de união e reconstrução! Muito boa”.

Nas redes sociais, Prates disse nesta terça-feira que a reunião foi “alvissareira e construtiva” e que a empresa “estatal brasileira de energia vai contribuir para a estabilidade econômica, atração de mais investimentos, geração de emprego e combate às desigualdades no Brasil”.

Prates também publicou várias fotos com os integrantes da reunião e disse que “a transição energética JUSTA se faz assim: todos irmanados, sob a liderança do nosso presidente, por um Brasil mais justo e mais forte!”.

(Com Reuters e Estadão Conteúdo)

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