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A promessa do lÃder chinês Xi Jinping de retomar o crescimento está finalmente conquistando alguns investidores que têm sido prejudicados pelos problemas econômicos da China.
Mesmo quando os céticos apontaram para a falta de detalhes nas últimas promessas do Politburo, os traders deixaram para trás semanas de pessimismo para impulsionar ações, dÃvida corporativa e o yuan.
Eles estão apostando que um tom pró-crescimento mais forte dos lÃderes será suficiente para alimentar um rali – e pode trazer mais sucesso ao enfrentar a ampla gama de desafios da China, desde montanhas de dÃvidas do governo local até um mercado imobiliário em queda.
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âClaramente, os mercados ficaram desapontados ao antecipar melhorias mais rápidas, mas agora estão começando a racionalizar suas expectativas de crescimentoâ, disse Andrew McCaffery, diretor global de investimentos da Fidelity International. âNossa opinião é que esse perÃodo um tanto desinteressante acabará por dar lugar a um tom de mercado mais positivo.â
A grande questão é se as autoridades vão sustentar essa recuperação. Breves momentos de otimismo quando a China emergiu das rÃgidas restrições da Covid se transformaram em perdas recorrentes, colocando os mercados chineses entre os de pior desempenho da região em meio a um fluxo de dados econômicos sombrios.
Com a declaração de segunda-feira do Politburo do Partido Comunista, que conta com 24 integrantes, sem dar detalhes especÃficos, os estrategistas estão avaliando essas nuances. Alguns, como os economistas do Macquarie, argumentaram que o tom do discurso é a chave do sistema hierárquico da China. Outros apontaram para uma mudança no discurso, em que impulsionar a demanda doméstica é visto como mais importante do que uma polÃtica industrial voltada para a exportação.
Para os otimistas (bullishs), basta o reconhecimento mais forte dos desafios para gerar motivos de ânimo.
O Hang Seng China Enterprises Index, que acompanha as principais empresas chinesas listadas em Hong Kong, chegou a subir 5,3%, a maior alta desde novembro, perÃodo este em que a China estava diminuindo as restrições da Covid. O yuan onshore subiu 0,7%, com traders relatando que bancos estatais também deram suporte para a moeda.
No continente, o Ãndice de referência CSI 300 subiu 2,9%, também a maior alta desde novembro. Investidores estrangeiros compraram 19 bilhões de yuans lÃquidos (US$ 2,7 bilhões) em ações locais via Hong Kong, a maior entrada diária desde dezembro de 2021. O volume de negócios em Xangai e Shenzhen também foi o maior em três semanas.
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O rali é generalizado, com lucros de varejistas a empresas de tecnologia. O Ãndice Bloomberg de ações imobiliárias subiu mais de 10%, com a Country Garden Holdings Co. saltando 18% em Hong Kong (as ações, vale ressaltar, têm forte queda no acumulado do ano). Os tÃtulos em dólar também se recuperaram enquanto Pequim prometeu um âajusteâ das restrições para um setor atormentado por déficits de liquidez e queda na demanda.
A linguagem do Politburo sobre o setor de propriedades â que responde por até 20% do PIB com a adição de mais alguns segmentos â também foi mais branda. Ele omitiu o slogan do presidente Xi de que “casas são para morar, não para especular” pela primeira vez em uma revisão da economia no meio do ano desde 2019.
As promessas de apoio ao mercado imobiliário e ao setor privado e uma possÃvel resolução para os riscos da dÃvida do governo local sugerem que Pequim sabe o que é necessário, disse Fiona Lim, estrategista sênior de câmbio do Malayan Banking em Singapura. âEsses reconhecimentos foram importantes e possivelmente suficientes para os mercados respirarem aliviados, embora provavelmente precisemos esperar um pouco para que medidas concretas sejam concretizadas.â
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No entanto, há muitos céticos, já que Pequim repetidamente ficou aquém das expectativas. Afinal, as ações chinesas estão em tendência de baixa desde que o indicador Hang Seng subiu cerca de 50% ao longo de três meses antes de cair no final de janeiro.
âJá vimos esse filme antesâ, disse Chun Wang, gerente de portfólio do Leuthold Group, com sede em Minneapolis. âO último sinal de polÃtica do Politburo não é surpreendente, considerando a crise de crédito/liquidez que as empresas imobiliárias chinesas estão enfrentando atualmente.â
Os investidores venderam em comÃcios desde então, mostrando falta de convicção em um mercado que caminha para mais um ano de perdas. O benchmark CSI 300 está quase estável este ano, enquanto o Ãndice Hang Seng de Hong Kong caiu 1,8%, tornando-o um dos de pior desempenho na Ãsia.
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Ações chinesas com fortes oscilaçõesÂ
Os bullishs como Goldman Sachs, UBS e Morgan Stanley reduziram suas expectativas para as ações chinesas devido à s preocupações com o crescimento. Os analistas do Goldman foram um passo além, dizendo que os investidores deveriam vender o maior credor do paÃs e se preparar para pagamentos de dividendos mais baixos de bancos devido à sua exposição à dÃvida crescente do governo local.
Por trás dos picos periódicos de pessimismo havia uma série de dados que apontavam para uma recuperação econômica anêmica, bem como a relutância de Pequim em lançar estÃmulos fiscais em larga escala, além das relações geladas com os EUA. Os estrategistas do Citigroup escreveram em uma nota de 24 de julho que o posicionamento do investidor tornou-se cada vez mais negativo para as ações chinesas onshore e é o mais pessimista entre os Ãndices que acompanham.
Dados oficiais divulgados na semana passada mostraram que a economia da China perdeu força no segundo trimestre, com o crescimento dos gastos do consumidor enfraquecendo notavelmente em junho e levando a uma contração do investimento imobiliário. Enquanto isso, as vendas de casas caÃram no mês passado, interrompendo uma recuperação de quatro meses.
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Mesmo a euforia desta terça-feira pode ter sido em parte devido à cobertura vendida, de acordo com alguns observadores.
