JPMorgan rebaixa Yduqs (YDUQ3) para neutra após rali de 178% em três meses; ações caem 7,99%

Corte na recomendação vem após a ação disparar nos últimos 3 meses, superando o desempenho do Ibovespa, que teve alta de 19%

Felipe Moreira

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O JPMorgan cortou a recomendação para ações da Yduqs (YDUQ3) de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para neutro, após uma significativa reavaliação nos últimos três meses, quando a ação subiu 178%, em comparação com 52% da Cogna (COGN3), 28% da Ser (SEER3), 15% da Anima (ANIM3) e 29% da Afya, superando também o desempenho do Ibovespa, que teve alta de 19%.

Em 24 de março deste ano, o JPMorgan havia elevado a recomendação para ações da empresa do setor de educação à compra, o que provocou uma alta superior a 10% naquela sessão, acumulando ganhos de 97% no ano e sendo a maior alta do Ibovespa até o pregão de quinta-feira. Já nesta sexta após rebaixamento, as ações caíram 7,99%, a R$ 18,43.

Analistas do banco comentam que à medida que a economia melhora, faz sentido incorporar uma melhoria gradual nas margens dos campi em massa ao longo do tempo, alcançando 25% no longo prazo (em comparação com 20% anteriormente), em linha com os comentários da administração, ao mesmo tempo em que reduz as despesas com aluguel como porcentagem das receitas, com uma normalização de ocupação no longo prazo. No curto prazo, analistas também incorporam os efeitos dos cortes na taxa Selic.

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No entanto, para eles, a melhora gradual das margens não é suficiente para gerar uma valorização significativa nos níveis atuais.

Segundo estimativas do JPMorgan, as mudanças mencionadas acima elevaram o preço-alvo para dezembro de 2023, baseado em fluxo de caixa descontado, de R$ 15 para R$ 21, o que representa um potencial de valorização limitado de 4,8% frente o preço de fechamento de quinta-feira (22) de R$ 20,03.

O banco americano destaca ainda que o principal catalisador de valorização é o FIES, com potencial de adicionar R$ 5 por ação de emissão da Yduqs. Embora as atuais projeções não incluam nenhum impacto de uma possível reforma do FIES, analistas reconhecem que isso poderia ter um significado expressivo, adicionando 200 mil contratos incrementais, além de assumir efeitos de reparo de mercado devido à redução da concorrência por estudantes.

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Em termos relativos, o JPMorgan pontua que continuam a preferir a Yduqs entre as empresas de ensino em massa, devido a:
“(1) menor alavancagem com relação a dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2,3 vezes, em comparação com 3,1 vezes da Cogna e 4,3 vezes da Anima; (2) boa liquidez do balanço patrimonial, suficiente para cobrir vencimentos de dívidas até o final de 2024; (3) um modelo de negócios simples, focado apenas no ensino superior, com boa transparência nas divulgações”.

Com relação ao valuation, a Yduqs é negociada a 5,8 vezes Valor da Firma/Ebitda estimado para 2024, aproximadamente em linha com a Cogna, e 5,7 vezes para a Anima. “Embora tradicionalmente prefiramos olhar para múltiplos Preço/Valor da Firma, a combinação de alta alavancagem e altas taxas de juros torna os lucros muito voláteis, então preferimos utilizar o EV/Ebitda”, explica JPMorgan.

Por fim, a equipe de research do banco comenta que a Afya é sua principal escolha no setor de Educação, pois é negociada em linha com as empresas de massa, mas possui um modelo de negócios superior, e espera que esse valor seja desbloqueado assim que o impacto do Mais Médicos for removido em agosto de 2023.

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O principal risco para essa estratégia é o FIES, mas analistas esperam que os catalisadores da Afya sejam ativados antes que notícias sobre o FIES comecem a surgir.

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