Fitch corta rating da Light (LIGT3) para CCC+, vendo “risco de crédito substancial”; ações caem 23% em três dias

Agência de rating mostra preocupação com a capacidade de a Light garantir financiamento.

Equipe InfoMoney

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A Fitch Ratings rebaixou nesta quinta-feira (2) a nota de crédito internacional (IDR) da Light (LIGT3) e de suas subsidiárias integrais Light Sesa e Light Energia em moeda local e estrangeira de “BB-” para “CCC+”, e cortou a nota de crédito nacional de “AA-(bra)” para “CCC(bra).”

Segundo a agência de classificação de risco, o rebaixamento reflete um risco de crédito substancial para a Light no pagamento pontual de principal e juros de suas obrigações após o anúncio de que havia contratado a Laplace Finanças com o objetivo de melhorar sua estrutura de capital, e a estratégia no mercado de crédito mais restritivo, devido à inadimplência da Americanas (AMER3).

“A confluência desses fatores reduz substancialmente a capacidade de o grupo levantar necessidades de financiamento para suportar o seu fluxo de caixa livre (FCF) negativo esperado e a amortização da dívida”, avalia a Fitch.

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Antes desses desenvolvimentos recentes, a Fitch esperava que a Light levantasse até R$ 1,8 bilhão em 2023, por meio da securitização de recebíveis, para atender às suas necessidades de financiamento.

De acordo com a agência de rating, para evitar uma reestruturação em meio a um cenário desafiador, a Light precisará manter o acesso a financiamentos bancários ou do mercado de capitais. Na ausência de financiamento adicional, a empresa precisará de alguma combinação de venda de ativos, uma oferta subsequente de ações ou mais clareza sobre a renovação da concessão da Light Sesa, principal subsidiária da empresa.

A Fitch acredita que a contratação da Laplace, que assessora várias empresas que reestruturaram dívidas no Brasil, reduz significativamente a disposição de os credores fornecerem novos financiamentos ao grupo para cobrir suas necessidades de financiamento de 2023 e 2024.

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Além disso, a recente recuperação judicial da Americanas também pode desempenhar um papel na capacidade de o grupo levantar dívidas, já que vários credores sofreram perdas materiais. “O potencial efeito sobre a capacidade de a Light refinanciar dívida devido à incerteza em torno da renovação da concessão da Light Sesa já havia sido uma consideração de crédito importante para a última revisão da Perspectiva do rating para Negativa, de Estável, mas novas emissões de dívida provavelmente se tornarão mais desafiadoras”, complementa.

Assim, a Fitch reforça estar preocupada com a capacidade de a Light garantir financiamento. A agência estimava que o grupo captaria até R$ 1,8 bilhão em financiamentos em 2023, e, pelo menos, R$ 1,5 bilhão em 2024. Em caso de não renovação da concessão da Light Sesa, a empresa deveria receber uma indenização por dívidas não amortizadas igual à sua base de ativos, atualmente avaliada em R$ 10,1 bilhões, que se compara a uma dívida consolidada no balanço de aproximadamente R$ 13 bilhões e uma posição de caixa de R$ 4,0 bilhões em setembro de 2022. A indenização suportaria a perspectiva de recuperação da dívida, se necessário.

Os últimos dias têm sido de forte queda para as ações da Light, com os papéis acumulando baixa de 22,88% em três pregões. As ações LIGT3 caíram 5,49%, a R$ 3,27, nesta quinta, após baixas acima de 9% nas duas sessões anteriores.

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