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SÃO PAULO â Avaliar a carteira de investimentos do cliente antes de pensar em uma nova aplicação é fundamental para montar um portfólio balanceado. O que os profissionais que trabalham com assessoria de investimentos â e os próprios investidores â precisam se atentar é que é necessário analisar as aplicações e o saldo de todas as instituições financeiras onde o cliente tem conta.
âUm assessor de investimentos não pode sugerir aplicações baseado apenas no saldo que o cliente tem na instituição onde ele atua. Se fizer isso, muito provavelmente vai montar uma carteira desbalanceadaâ afirma Rivaldo Machado Borges Neto, um dos lÃderes da assessoria de investimentos da XP.
Os motivos são simples. Imagine que um cliente tenha um saldo total em aplicações financeiras de R$ 2 milhões. Deste total, ele tem R$ 1,3 milhão na instituição A (tudo em renda fixa) e R$ 700 mil na instituição B.
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Se o assessor de investimentos da instituição B não souber â ou não levar em consideração â o saldo que o cliente tem na instituição A, ele vai montar uma carteira totalmente desbalanceada, que pode ficar bem longe do perfil de risco do seu cliente.
âO saldo de investimentos que precisa ser considerado neste caso são os R$ 2 milhões que o investidor tem no total. E a partir daà o assessor vai avaliar toda a alocação daquele portfólioâ, afirma Neto.
Esse tipo de avaliação é necessária, inclusive, para identificar possÃveis problemas na alocação atual do cliente em outras instituições â e propor para ele soluções com uma nova carteira de investimentos, que poderá render mais e ter um risco mais diversificado.
âà importante entender se o investidor está globalmente enquadrado no seu perfil de risco. E também entender se tem algo que possa melhorar, avaliando se as aplicações atuais estão oferecendo os retornos esperadosâ, afirma Paulo Saad, sócio-fundador da Wflow, escritório de investimentos focado em clientes de alta renda.
De acordo com Saad, é bastante comum que os investidores tenham contas e aplicações financeiras em mais de uma instituição. âNão vemos problema nisso. Mas é preciso que a assessoria entenda o investidor âcomo um todoââ, continua o executivo.
Por isso, ele diz que o assessor precisa questionar sobre aplicações em todos os bancos e corretoras, e mostrar a importância de ter todas as informações possÃveis sobre a sua alocação global.
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âPerguntamos todos os investimentos que o cliente tem. Anotamos tudo: o nome dos fundos e outros ativos, os valores individuais, etc. E então projetamos para o cliente os retornos destas aplicações. Se for o caso, propomos alterações no portfólioâ, conclui Saad.