B3 (B3SA3) lança em novembro novas plataformas para ‘block trade’

Cerca de 20% dos negócios com ações são elegíveis para serem realizados agora na nova plataforma

Lucinda Pinto

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A B3 (B3SA3) vai colocar em funcionamento três plataformas para negociações de grandes lotes de ações, os chamados “block trade”, que entram em operação no dia 27 de novembro. A ideia é que cada uma dessas soluções atenda a necessidades específicas do investidor, que passam por confidencialidade, segurança e definição de preço.

Até aqui, o investidor que precisasse comprar ou vender um grande lote de ações tinha três caminhos: o leilão organizado pela B3; ofertas diretas no livro central; e o fracionamento de ordens.  A partir da autorização da CVM, que criou em 2022 os parâmetros para a negociação do block trade fora do livro central, a B3 desenvolveu as novas soluções.

Segundo  Marcos Skistymas, diretor de Produtos Listados da B3, cerca de 20% do volume do mercado de ações hoje são elegíveis para serem realizados agora na nova plataforma – mas não há como prever quanto disso irá, de fato, migrar. Os instrumentos atuais seguem à disposição do investidor, mas  são considerados menos eficientes por não garantirem a confidencialidade da operação e, consequentemente, abrem espaço para distorções de preço no mercado à vista. Afinal, o anúncio do leilão indica que haverá uma grande movimentação, o que impacta o preço do papel. Assim, nem sempre o preço definido é justo para ambas as partes.

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O que a B3 desenvolveu foram soluções que tentam corrigir esses pontos. A primeira delas é o midpoint order book, que permite a negociação a um preço que corresponda à média aritmética da melhor oferta de compra e melhor oferta de venda. Essa é uma dinâmica que funciona bem para ativos com boa liquidez.

Outra possibilidade de negociação é o book of block trade, que permite negociar grandes volumes de ações sem que haja transparência da operação – o que ajuda a evitar a distorção do preço do ativo no momento da negociação. Nessa plataforma, será definido um preço com ágio ou deságio em relação ao livro central.

Por fim, pensando nos papéis menos líquidos, foi desenvolvida a operação request for quote. Quando um investidor deseja vender ou comprar um lote de ações, ele pode requisitar uma cotação para ativo junto ao mercado. Cabe a ele a decisão do que será informado: o lote ou o preço que ele está disposto a pagar. “É uma solução para o investidor que precisa fazer um negócio em um curto espaço de tempo ou de ativos de menor liquidez”, explica Skistymas.

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Em todas as três opções, as ofertas não serão divulgadas antecipadamente. No entanto, todos os negócios serão devidamente comunicados ao mercado assim que foram concretizados.

A discussão sobre operações de grandes blocos de ativos de maneira apartada do livro central começou há cerca de três anos, quando a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) iniciou audiência pública para discutir regras específicas para esse tipo de negociação.  Em outubro de 2022, foi publicada a  regulamentação número 135, que estabelece os parâmetros  para a negociação do block trade.

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Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.