Arbitragem contra Petrobras pode chegar a R$ 20 bi; Gerdau rebaixada e mais 7 recomendações são destaques no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (4)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A quarta-feira é bastante movimentada no radar corporativo, com atenção para a Petrobras, além de diversas recomendações de ações e o rating elevado da Vale. Confira os destaques desta quarta-feira (4):

Veja abaixo os destaques:

Petrobras (PETR3; PETR4)
A Petrobras anunciou na noite de ontem que reajustou para baixo os preços dos combustíveis. O diesel caiu em 3,6%, enquanto a gasolina recuou em 2,3%. Os novos preços passam a valer para as refinarias a partir desta quarta, segundo informações da empresa. 

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Além disso, a Petrobras anunciou que iniciou fase vinculante da cessão do Campo de Maromba. Nesta fase do projeto, são emitidas cartas-convite para os interessados habilitados na fase anterior, com as instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para a realização de due diligence e para o envio das propostas vinculantes, diz a estatal em comunicado.

Segundo a companhia, nesse projeto não está prevista realização da fase não vinculante. A Petrobras tem 70% de participação no Campo de Maromba, na Bacia de Campos, e Chevron detém 30%. 

o Valor Econômico informa que a “arbitragem coletiva” aberta por investidores contra a Petrobras na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM), da B3, tem o potencial de pleitear até R$ 20 bilhões da estatal em indenizações, caso os principais fundos de pensão que já tiveram ações da companhia resolvam aderir ao processo. O escritório de advocacia Modesto Carvalhosa entrou com o processo representando um grupo de investidores, mas aceitará adesões de quem negociou ações da companhia entre janeiro de 2010 e julho de 2015. A ideia é replicar algo como a ação coletiva movida contra a estatal nos Estados Unidos. O processo é por conta de alegadas ações da Petrobras que violaram as leis do mercado de capitais, como atraso na publicação de balanços e divulgação de informações falsas ao mercado.

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Em comunicado, a Petrobras afirmou que nenhum fundo de pensão compõe a lista de requerentes e que se trata de procedimento movido por uma pessoa jurídica e um reduzido grupo de pessoas físicas. Os valores mencionados na reportagem não constam no pedido de instauração de arbitragem, que não quantifica o valor da disputa, contrariamente ao que dispõe o regulamento da Câmara de Arbitragem da B3.

“A Petrobras considera que a legislação não respalda essa iniciativa, inclusive porque a Companhia é vítima dos atos desvendados pela Operação Lava Jato, conforme reconhecido em todas as instâncias do Poder Judiciário que se pronunciaram sobre o tema, incluindo o Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, a Petrobras já recebeu, até o momento, R$ 716 milhões, recuperados pelas autoridades brasileiras, provenientes de companhias e indivíduos envolvidos em práticas criminosas que prejudicaram a companhia”, informou a empresa. Ela destacou ainda que, no prazo devido, a  apresentará sua resposta, na qual também apontará erros formais graves no requerimento de arbitragem.
 

Recomendações

Em destaque no radar corporativo, estão as diversas recomendações de ações. Em destaque, o Bradesco BBI reduziu a recomendação para Gerdau (GGBR3) de compra para neutra, reduzindo o preço-alvo para R$ 13,00. “Vemos vários ventos contrários que podem dificultar a recuperação de margens e pressionar as ações nos próximos 12 a 18 meses”, afirmam os analistas. A recomendação para Metalúrgica Gerdau (GOAU4) também foi reduzida para neutra, com preço alvo passando de R$ 9,20 para R$ 6,50. Os analistas mantiveram a Usiminas (USIM5) como a principal recomendação do setor, elevando o preço-alvo de R$ 10 para R$ 12. 

Já o BTG Pactual reduziu a recomendação para Multiplus (MPLU3) para neutra devido ao (i) contexto difícil para crescimento de billings; (ii) momentum para lucro mais fraco; e (iii) risco de desvalorização ante o consenso para 2018. O novo preço-alvo foi de R$ 41,50 (ante R$ 43). 

Outras recomendações estão no radar: a BR Malls (BRML3) foi rebaixada de compra para manutenção pelo Santander, enquanto Metal Leve (LEVE3) e Randon (RAPT4) foram elevadas de venda para manutenção pelo UBS. O Safra, por sua vez, elevou a recomendação da empresa de educação Anima (ANIM3)  para outperform

Vale (VALE3; VALE5)
A Fitch elevou  o rating da Vale para “BBB+”, com perspectiva estável. O rating é resultado da aplicação do novo critério da agência atualizado em 2017, que indica que mineradora não ficará limitada pelo rating soberano do país, de BB+, já que as operações da companhia no Canadá geram Ebitda suficiente pra cobrir despesas de juros em moeda forte, diz o relatório da Fitch. Já a perspectiva em moeda estrangeira, de negativa para estável, está alinhada ao novo critério relacionado ao país. A perspectiva estável também reflete aumento de volumes com menor custo de minério de ferro, somado a maior capex. A menor alavancagem projetada da companhia também reforça classificação sólida em relação aos pares, diz a agência. 

Oi (OIBR4)
O diretor-presidente da Oi, Marco Schroeder, disse na terça-feira que uma nova versão do plano de recuperação judicial da operadora deverá ser apresentada à Justiça até a próxima quarta-feira, dia 11. O valor final da capitalização que deverá constar no documento ainda está em negociação, mas, de acordo com o executivo, a operação deve atingir um patamar em torno de R$ 9 bilhões. 

Além disso, em relatório desta terça à noite, os analistas Fred Mendes e Tales Freire, do Bradesco BBI, comentam que um acordo na assembleia de credores da operadora convocada para o dia 23 de outubro (ou 27 de novembro, se não houver quórum) é pouco provável, uma vez que a participação acionária na empresa desejada pelos credores continua longe do que a Oi oferece. 

O cenário mais provável é que nenhuma decisão seja alcançada na assembleia e o caso seja enviado de volta ao juiz encarregado do assunto, que poderia prorrogar o prazo para negociações ou declarar a falência da empresa, mas que parece improvável, dizem os analistas. O plano de recuperação precisaria ser mais favorável para os detentores de dívidas, caso contrário existe uma grande probabilidade de que eles o rejeitem, complementam. 

Camil (CAML3)

A Camil, empresa de alimentos que recentemente estreou na Bolsa brasileira, informa que recebeu da Receita Federal auto de infração questionando a amortização, para fins fiscais, nos exercícios de 2011 a 2015 do ágio gerado por incorporação de empresas. São elas: Femepe em 01/11/2011, Canadá em 31/12/2011, GIF Codajas em 01/12/2012 e Docelar em 31/12/2012.

Os valores são de R$ 198.398.801,33 em Imposto de Renda (IRPJ) e R$ 71.718.795,99 em Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), com multas e juros. O auto de infração refere-se a uma suposta diminuição indevida das bases de cálculo desses tributos por força do valor atribuído ao ágio, explica a Camil.

Em fato relevante, a companhia afirma que “apresentará impugnação ao referido auto de infração no prazo regulamentar e reafirma seu entendimento de que o ágio foi constituído regularmente, em estrita conformidade com a legislação fiscal”, e que continuará a amortizar o ágio na forma da legislação vigente.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú Unibanco informou que fez a recompra de 37,9 milhões de ações preferenciais no acumulado do ano até setembro, com preço médio de R$ 36,19.

Kroton (KROT3)

Segundo o Valor Econômico, a Kroton deve fechar ainda neste ano sua primeira aquisição de um colégio, segundo o Valor apurou. A companhia mantém conversas com 16 escolas, sendo que em três delas as negociações já estão em fase de diligência. Na segunda-feira, a companhia anunciou que está em fases avançadas de negociação para aquisição de três empresas de educação básica e duas delas já estão, inclusive, em processo final de negociação. A informação consta de uma apresentação feita a investidores durante um evento no banco UBS e disponibilizada pela empresa por meio de comunicado ao mercado.

Banrisul (BRSR6)

O governo do Rio Grande do Sul informou ao Banrisul que tem interesse em realizar oferta de ações envolvendo excedente de controle, segundo fato relevante. A oferta abrangerá ações ordinárias até o limite da manutenção do controle acionário e ações preferenciais. 

Ecorodovias (ECOR3)

De acordo com a Coluna do Broad, do jornal O Estado de S. Paulo, a Ecorodovias fechou contrato de exclusividade para a compra da MGO Rodovias, que administra a BR-050 entre Minas Gerais e Goiás. A candidata apresentou a melhor proposta em termos de preço e agora tem em mãos uma exclusividade com duração de 30 dias. O processo está sendo competitivo: além da Ecorodovias, olham também o ativo players chineses, a CCR, o fundo Pátria e a Roadis, do PSP Investments. Procuradas, Ecorodovias e MGO não comentaram.

PetroRio (PRIO3)

A Petro Rio informou a produção de 7,654 barris de petróleo dia em Polvo durante o mês de setembro. 

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.