Ânima (ANIM3) é preferida de BBA e BBI no setor de educação, enquanto BofA prefere Afya, Arco e Vitru

Empresas apresentaram tendências positivas para as métricas operacionais no segundo trimestre, mas com impacto de despesas financeiras

Felipe Moreira

Foto: Reprodução Facebook
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O Itaú BBA, Bradesco BBI e Bank of America atualizaram suas perspectivas para o setor de educação após os resultados relatados pelas empresas no segundo trimestre deste ano.

Na avaliação do BBA, os resultados não mostraram efeitos remanescentes da pandemia, com a maioria das companhias reportando volumes recordes de captação. “No entanto, esses fortes volumes não geraram necessariamente receitas mais robustas. Isso porque o ambiente macroeconômico desafiador tornou os aumentos de preços desafiadores, com maiores descontos afetando os tickets médios (preço médio)”, acrescentou.

Diante disso, analistas do Itaú BBA decidiram atualizar o preço-alvo para Ânima (ANIM3), Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3).

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Segundo relatório, um ambiente de custo de capital mais alto acaba favorecendo empresas com maior exposição a cursos premium, que proporcionam maior poder de barganha para reajustes de preços e se beneficiam de um perfil diferenciado de alunos.

Entre as empresas de ensino superior, BBA continua a preferir a Ânima devido ao seu modelo de negócio mais resiliente. “Estimamos que os cursos premium da empresa e a estratégia de gestão de receita para a Laureate, recente aquisição da companhia, gerarão uma dinâmica de preços saudável e boa rentabilidade nos próximos trimestres”, comentam analistas. Assim, o banco reitera o ativo como sua principal escolha no setor e recomenda compra, mas reduziu o preço-alvo de R$ 12 para R$ 9,00 para o final de 2023.

Para Cogna, analistas do BBA esperam que 2022 seja um ponto de inflexão para a Kroton, principal vertical da Cogna, uma vez que as “iniciativas de otimização de cursos da empresa devem gerar receita estável ano a ano, impulsionada pelo melhor desempenho nos segmentos de Alta Presencialidade e Baixa Presencialidade”. Além disso, volume mais forte e ticket médio estável devem impulsionar o crescimento da receita em 2023.

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Na Vasta, a normalização dos efeitos da pandemia deve permitir a retomada do crescimento da receita. “Ressaltamos ainda que a conclusão do processo de revitalização da Kroton e os respectivos ganhos de eficiência devem gerar considerável expansão de margem nos próximos anos. Neste contexto, mantemos nossa indicação neutra (desempenho em linha com a média do mercado) para COGN3, com um novo preço-alvo de R$ 3,00 ao término de 2023”, avaliam.

Já em relação à Yduqs, o BBA estima que o crescimento da receita em 2022 e 2023 provavelmente será impulsionado pela vertical premium, dado o portfólio de cursos diferenciado do segmento e o modelo de negócios resiliente.

Os segmentos de aprendizagem digital e presencial, por outro lado, deverão enfrentar um ambiente de crescimento de volumes mais desafiador, dada a alta exposição às classes C e D e o consequente impacto da atual deterioração macroeconômica. Os tickets médios, por sua vez, devem seguir o mesmo caminho, com uma dinâmica saudável para cursos premium e um cenário mais acirrado para os segmentos de aprendizagem digital e presencial devido à menor renda disponível para esses alunos em meio à inflação crescente. O banco reitera recomendação neutra e reduz preço-alvo de R$ 23 para R$ 16,00 ao final de 2023.

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BBI também prefere exposição no setor através da Ânima

Na semana passada, o Bradesco BBI realizou uma rodada de reuniões com investidores em SP com a presença de Marcus Peixoto, ex-CFO da Inspirali e novo Diretor de RI da Ânima. No geral, segundo relatório assinado pelos analistas Renato Chanes e Larissa Monte, as perspectivas de lucros são fortes em função de: (i) iniciativas de custos, (ii) maturação em medicina e negócios digitais, (iii) crescimento de ingressos no segmento presencial e (iv) redução do custo da dívida.

O BBI também conversou com Eduardo Araújo, head do negócio digital. “O crescimento da receita deve continuar muito forte (aumentando as margens) em função da maturação dos hubs (metade foram abertos nos últimos doze meses) e expansão de novos, alavancados pela estreia das marcas Ânima”, comentou BBI, no documento.

Analistas elevaram as estimativas de lucro líquido em 10% para R$ 101 milhões em 2023 e em 14% para R$ 266 milhões em 2024, implicando em múltiplos de preço sobre lucro (P/L) atraentes de 19 vezes e 7 vezes, respectivamente. Eles esperam que a margem Ebitda (receita sobre Ebitda), exceto IFRS 16, deva atingir 24,5% em 2024, de 21,3% em 2022.

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Diante disso, Bradesco BBI reforça recomendação de compra para Ânima (top pick do setor), com preço-alvo de R$ 9,50 para o final de 2023.

BofA mantém preferência por Afya, Arco e Vitru

O Bank of America comenta que o segundo trimestre deste ano apresentou tendências amplamente positivas para as métricas operacionais para o setor, em segmentos como: (i) Provisão para devedores duvidosos (PDA, na sigla em inglês), (ii) índice de evasão e (iii) ticket médio presencial. Entretanto a alavancagem alta prejudicou o resultado, com as despesas financeiras pesando nos resultados.

A maioria das empresas mostrou melhora no PDA em uma base anual, com Cogna e Yduqs sustentando a melhoria sequencial. Por outro lado, Cruzeiro do Sul (CSED3) foi o único nome com provisões crescentes, refletindo uma maior participação de ensino à distãncia. “Em geral, o PDA está voltando a níveis mais normalizados após a pandemia, o que é um sinal positivo de recuperação”, destaca o BofA.

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No segmento educação à distância, os tickets permanecem sob pressão, queda de 19% na base anual para Yduqs e de 8% para Ser. No ensino básico, os efeitos da sazonalidade foram melhores do que o esperado para Arco e Vasta, mostrando sinais de recuperação pós-pandemia enquanto ambas as empresas indicaram sólidos resultados preliminares no valor anual do contrato (ACV, na sigla em inglês) para o ciclo de 2023.

O banco americano reitera preferência por nomes mais resilientes e/ou com vantagem competitiva em termos de produto/estratégia. Assim, mantém classificações de compra para Afya (U$S 17), Arco (US$ 21) e Vitru (US$ 25), negociadas na bolsa americana.

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