Publicidade
A taxa média de desemprego no Brasil manteve a tendência de queda no trimestre encerrado em setembro, recuando para 7,7%, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira (31) pelo IBGE. Este foi o menor nível desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%).
O consenso Refinitiv de analistas projetava uma taxa de 7,7% em julho, portanto em linha com os dados divulgados.
O número mostrou uma queda de 0,4 ponto percentual (p.p) em relação ao trimestre anterior.
Continua depois da publicidade
O número de desempregados recuou 3,8% no trimestre, chegando a 8,3 milhões de pessoas. Já o número de ocupados atingiu um patamar recorde na série histórica da PNAD, iniciada em 2012: 99,8 milhões de pessoas.
“A queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023”, explicou em nota a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
Na comparação com o trimestre anterior, o número de ocupados cresceu 0,9%, o que representa 929 mil pessoas a mais no mercado de trabalho. Com isso, o nível da ocupação foi estimado em 57,1%, com crescimento de 0,4 p.p. na mesma comparação. Essa taxa representa o percentual de ocupados na população em idade de trabalhar.
Continua depois da publicidade
Destaques
Segundo o IBGE, a maior parte desse aumento no número de ocupados (587 mil pessoas) veio da categoria de empregados com carteira assinada no setor privado, que, com o acréscimo de 1,6%, chegou a 37,4 milhões de trabalhadores.
Essa foi a única categoria investigada pela pesquisa que apresentou crescimento significativo. As demais permaneceram estáveis frente ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento dessa categoria foi de 1,1 milhão de pessoas (3,0%).
“Em relação ao trimestre móvel anterior, mais da metade das pessoas que foram inseridas no mercado de trabalho foram provenientes do crescimento da carteira assinada. Isso fez com que a expansão da ocupação formal fosse muito maior que a da informal”, destacou Adriana.
Continua depois da publicidade
No trimestre, o mercado de trabalho absorveu 631 mil trabalhadores formais e 299 mil informais. A taxa de informalidade chegou a 39,1% do total de ocupados, o que representa estabilidade ante o trimestre encerrado em junho. Ao todo, foram estimados 39 milhões de trabalhadores informais no país.
Em relação aos setores econômicos analisados pela pesquisa, o único que registrou aumento significativo no seu número de ocupados foi o de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%, ou mais 420 mil pessoas). As outras nove atividades ficaram estáveis na comparação com o trimestre móvel encerrado em junho.
O número de pessoas dentro da força de trabalho, em soma os ocupados e os desocupados, chegou a 108,2 milhões, com alta de 597 mil pessoas no trimestre. No mesmo período, a população fora da força, estimada em 66,8 milhões, ficou estável, assim como o número daqueles que estão na força de trabalho potencial (6,5 milhões).
Continua depois da publicidade
Esse grupo reúne as pessoas que não estavam ocupadas nem em busca de trabalho, mas tinham potencial de se transformarem em força de trabalho.
Já os desalentados, subgrupo da força de trabalho potencial, somaram 3,5 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em 2016 (3,5 milhões). Foi uma queda de 4,6% na comparação com o trimestre móvel anterior, o que representa 168 mil pessoas a menos.
Rendimento médio cresce
O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.982, com crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 4,2% ante o mesmo período do ano passado. Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento no rendimento médio dos empregados com carteira no setor privado, empregados no setor público e trabalhadores por conta própria.
Continua depois da publicidade
“Entre as atividades, houve expansão significativa do rendimento dos trabalhadores da indústria e da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, disse Adriana.
Acompanhando o aumento do rendimento médio, a massa de rendimento atingiu novamente o maior patamar da série histórica da pesquisa, ao ser estimada em R$ 293 bilhões. Frente aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,7%.
“Diante de uma expansão da população ocupada, temos como resultado o aumento da massa de rendimento real. Essa alta pode ter influência da maior participação de trabalhadores formais no mercado de trabalho, que têm, em média, rendimentos maiores”, analisou a pesquisadora.