Rússia diz que inclusão de novos membros pode fortalecer os BRICs

Tema deve fazer partes das discussões da cúpula do grupo, marcada para a África do Sul entre os dias 22 e 24 de agosto

Reuters

Bandeira Brics (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Bandeira Brics (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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O governo russo comentou nesta quinta-feira (3) que o grupo de países emergentes chamado de BRICs seria fortalecido com a inclusão de novos membros, no endosso mais explícito até o momento da ideia de expansão do bloco. O BRICs é formado atualmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Moscou vê o grupo como um contrapeso cada vez mais importante e influente nos assuntos globais em relação ao Ocidente, liderado pelos Estados Unidos. “É claro que acreditamos que, de uma forma ou de outra, a expansão dos BRICs contribuirá para o desenvolvimento e o fortalecimento dessa organização”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

A declaração foi feita a jornalistas em comentário após uma observação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que era “extremamente importante” que a Arábia Saudita se juntasse aos BRICs, juntamente com a Argentina e os Emirados Árabes Unidos, se assim desejassem.

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Peskov disse que a Rússia tem laços construtivos com todos os três países, mas “não achamos que precisamos nos antecipar” em relação a nações candidatas específicas antes que o tópico seja discutido na cúpula do grupo agendada para os dias 22, 23 e 24 de agosto, na África do Sul.

O fortalecimento dos BRICs faz parte da visão da Rússia de reduzir o influência dos EUA e construir um novo “mundo multipolar”, segundo o governo russo. O país acredita que isso valoriza os laços com os países em desenvolvimento que se abstiveram de condenar suas ações na Ucrânia e quer aumentar o comércio com eles para neutralizar o efeito das sanções ocidentais em sua economia.

A Rússia será representada na cúpula dos BRICs deste mês pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, depois que o presidente russo, Vladimir Putin, decidiu não comparecer pessoalmente devido a um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional por supostos crimes de guerra na Ucrânia, algo que Moscou nega.