Reino Unido terá impostos mais baixos e incentivo à tecnologia, diz ministro das Finanças

Jeremy Hunt disse em discurso que é preciso combater a inflação e a narrativa de decadência do país, que ele chamou de 'declinismo'

Roberto de Lira

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O ministro das Finanças do Reino Unido, Jeremy Hunt, afirmou nesta sexta-feira (27) que o melhor corte de impostos neste momento para o país é a redução da inflação e que a tomada de riscos por indivíduos e empresas só pode acontecer quando os governos fornecem estabilidade econômica e financeira.

Em entrevista na sede londrina da Bloomberg, Hunt repetiu alguns pontos da Declaração de Outono do governo primeiro-ministro Rishi Sunak, afirmando que o combate à inflação é uma das cinco prioridades da atual administração, que incluem ainda o crescimento da economia, a redução do déficit público, reduzir as listas de espera no sistema de saúde e “parar os barcos”, uma referência a planos para deter a imigração ilegal.

Segundo Hunt, falar sobre o declínio do Reino Unido “era errado no passado e é errado hoje”. Ele propôs ainda acabar com o que chamou de “declinismo”, um tipo de discurso que ele já atribuiu antes aos opositores do Partido Trabalhista. Ele disse discordar do que colunistas de esquerda e de direita têm falado sobre a Grã-Bretanha estar passando por uma “crise existencial” e que só se pode esperar que as coisas não piorem.

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Para Hunt, os quatro “E” que serão pilares do plano do governo conservador são empresas (“enterprise”), educação (“education”), emprego (“employment”) e em todo lugar (“everywhere”).

Outra promessa foi “transformar o Reino Unido no próximo Vale do Silício”, por meio de fomento à indústria de inovação. “Eu quero que os empreendedores de tecnologia do mundo, inovadores de ciências da vida e empresas de tecnologia verde venham para o Reino Unido porque oferece o melhor lugar possível para fazer suas visões acontecerem”, afirmou.

Embora ainda existam críticas ao estado da economia depois que o país decidiu se retirar da União Europeia, Hunt afirmou que é possível “tornar o Brexit um catalisador para escolhas ousadas” porque o processo permite “aproveitar a agilidade e a flexibilidade que ele possibilita”.

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Sobre impostos, ele afirmou que as altas taxas afetam diretamente os incentivos que determinam as decisões de empreendedores, investidores ou grandes empresas, sobre perseguir ou não suas ambições na Grã-Bretanha. “Dinheiro sólido deve vir em primeiro lugar, mas nossa ambição deve ser nada menos do que ter o regime tributário mais competitivo de qualquer país importante. Isso significa contenção de gastos tributário”, disse.