EUA ainda discutem detalhes de acordo para ajuda a palestinos em Gaza

Rafah é a única passagem de Gaza não controlada pelos israelenses, mas está fora de operação há quase duas semanas

Reuters

Voluntários carregam alimentos e suprimentos em caminhões em um comboio de ajuda humanitária em 16 de outubro no Sinai do Norte, Egito (Bloomberg)
Voluntários carregam alimentos e suprimentos em caminhões em um comboio de ajuda humanitária em 16 de outubro no Sinai do Norte, Egito (Bloomberg)

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CAIRO/WASHINGTON (Reuters) – Os Estados Unidos ainda estão discutindo detalhes de um acordo com Israel e Egito nesta quinta-feira para levar ajuda aos palestinos na Faixa de Gaza, enquanto o Egito envia máquinas para reparar estradas, na expectativa de que a passagem de Rafah seja aberta em breve.

Rafah é a única passagem de Gaza não controlada pelos israelenses, mas está fora de operação há quase duas semanas, desde que o grupo islâmico palestino Hamas atacou Israel em 7 de outubro.

Israel bombardeou o enclave em retaliação, piorando as condições para as 2,3 milhões de pessoas que vivem no território que está sob bloqueio de Israel e do Egito desde que o Hamas assumiu o controle de Gaza, em 2007.

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A Casa Branca disse na quarta-feira que foi combinada a passagem de até 20 caminhões, com esperança de que mais veículos também façam o trajeto posteriormente.

No entanto, o recém-nomeado enviado especial dos EUA para questões humanitárias no Oriente Médio, David Satterfield, ainda se reunia na quinta-feira com autoridades israelenses e egípcias para “negociar as modalidades exatas” desse acordo, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

“Queremos ver assistência humanitária sustentada indo para Gaza para o benefício de civis inocentes”, disse Miller.

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Miller afirmou que Israel temia que o Hamas pudesse desviar a ajuda, que Washington acreditava ser legítima.

A atividade diplomática em torno da abertura da passagem de Rafah se intensificou. O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, recebeu o principal general dos EUA, que supervisiona as tropas no Oriente Médio, além do rei Abdullah, da Jordânia, e o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. O representante da ONU pediu no Cairo que o auxílio seja oferecido em grande escala e de forma sustentada.

O Egito também irá realizar no sábado uma cúpula sobre a crise de Gaza e o futuro da questão palestina, na qual é esperada a participação de Guterres.

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“O Egito procura trazer a ajuda humanitária acumulada à frente do lado egípcio e que esta entrada seja contínua, permanente e sem interrupção”, disse o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, falando ao lado de Guterres.

A maioria dos residentes de Gaza dependia de ajuda antes do início do conflito atual e cerca de 100 caminhões diariamente forneciam ajuda humanitária ao enclave, segundo as Nações Unidas.

(Reportagem de Yusri Mohamed, Aidan Lewis e Mohamed Ahmed Hassan e de Simon Lewis em Washington; reportagem adicional de Humeyra Pamuk)