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Após a cotação do peso argentino em relação ao dólar no mercado paralelo (o famoso âdólar blueâ) ter atingido o recorde de 552 na segunda-feira (24), os jornais locais informam que hoje já aconteceu uma queda de 16 pesos, para 536. A volatilidade tem aumentado junto com as dúvidas e crÃticas após o governo ter adotado uma série de medidas tributárias sobre as operações de câmbio no inÃcio da semana.
A explicação para a queda na cotação hoje foi dada pelo próprio o ministro da Economia, Sergio Massa, que também é pré-candidato à presidência da república. Em entrevistas aos canais de TV 9 e A24, ele lembrou que âo dólar informal segue a lógica do dólar financeiroâ.
Os dólares financeiros são duas cotações paralelas (CCL e MEP). A primeira é muito utilizadas por empresários e investidores para a realização de trocas de pesos por dólares no exterior e a segunda se dá por meios eletrônicos.
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“Nos últimos dias, o dólar se movimentou e hoje caiu muito. O dólar informal segue a lógica do dólar financeiro “, disse Massa ao Canal 9.  Ao A24, o ministro argumentou que certos agentes do mercado buscam âgerar instabilidade em outros mercadosâ.
Para ele, quando as finanças se estabilizarem, as especulações com o azul tendem a entrar em colapso e provavelmente o mesmo acontecerá amanhã. âQuando os dólares financeiros se estabilizam, há um momento em que a especulação contra o blue tende a ruirâ, explicou.
Na entrevista, Massa destacou que, quando assumiu o cargo, o âgapâ entre as cotações do âdólar blueâ em relação ao financeiros estava em 150% e que esse diferença já caiu para 80, em média.
O Ministério da Economia anunciou na segunda-feira uma série de medidas que aumentam os impostos aplicados à compra de dólares para poupança e pagamentos com cartão, acrescentando taxas diferenciais para o dólar na importação de serviços e para a importação de mercadorias.
O anúncio se seguiu a um pré-acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no final de semana, considerado essencial para que o paÃs obtenha dois desembolsos de recursos até o final do ano.
Falta apenas uma semana para o prazo de 31 de julho, dia em que a Argentina deve honrar pagamentos com o Fundo. Na mesma data, o conselho do FMI entrará em recesso.
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Segundo o jornal ClarÃn, O governo aposta em uma iminente trégua com o Fundo após decretar a desvalorização por meios das medidas tributárias. A expectativa é que a equipe feche o acordo técnico e o encaminhe à diretoria do FMI antes do final de semana, a fim de reduzir as incertezas sobre a continuidade do programa financeiro e o pagamento de US$ 3,5 bilhões nas próximas segunda e terça-feira.
Segundo Massa, o Fundo tem que cumprir suas etapas burocráticas, gerar um relatório e partir a aprovação por seu conselho de administração aprova. “Isso nos dará acesso a desembolsos muito importantes de agosto a dezembro. Permite tirar todas as incertezas que os vencimentos podem gerar”, afirmou.