Procon-SP diz que resposta da 123Milhas sobre suspensão de viagens é ‘insatisfatória’ e abre investigação

Órgão paulista vai apurar danos sofridos pelo consumidor e promete sanções

Estadão Conteúdo

Reprodução Facebook 123 milhas
Reprodução Facebook 123 milhas

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O Procon-SP anunciou, na quinta-feira (24), que instaurou um procedimento de investigação da 123Milhas. Segundo o órgão, a agência de viagens online não respondeu de forma satisfatória ao pedido de esclarecimentos sobre a suspensão de pacotes já pagos pelos clientes, anunciada na semana passada.

Procurada pela reportagem desde a segunda-feira (21), para comentar sobre os cancelamentos, e nesta sexta-feira (25), para responder sobre a investigação do Procon, a 123Milhas não respondeu. Quando ela se pronunciar, esta reportagem será atualizada.

O Procon-SP havia notificado a empresa na última segunda-feira. O órgão solicitou um detalhamento de quais eram as condições adversas citadas pela 123Milhas como justificativa para cancelar os pedidos de seus clientes, além de informações sobre a quantidade de consumidores impactados, quais soluções estão sendo oferecidas e como está sendo o atendimento.

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“Agora, o próximo passo é analisar as reclamações registradas pelos consumidores para apurar eventuais irregularidades e a possibilidade de imposição de sanções, conforme o artigo 56 do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, como a aplicação de multa, por exemplo, a depender de cada situação”, afirma o Procon-SP.

Recomendação ao consumidor

A recomendação do Procon-SP é que os consumidores continuem buscando contato direto com a empresa primeiro, para solicitar o cumprimento da oferta.

Qualquer contraproposta deve ser avaliada com muito cuidado. “Reforçando que a escolha será sempre do consumidor, conforme estabelece o CDC”, diz o órgão.

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Se não conseguir um acordo que considere satisfatório, o consumidor deve registrar sua reclamação no Procon.

Os que tiverem compromissos agendados em um curto período de tempo podem recorrer ao Judiciário.

Entenda o caso

A 123Milhas anunciou na semana passada a suspensão de pedidos da linha Promo, com datas flexíveis, que tinham embarque previsto entre setembro e dezembro deste ano.

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A agência afirma que os valores serão devolvidos integralmente aos clientes afetados pela medida, em “vouchers acrescidos de correção monetária de 150% do CDI, acima da inflação e dos juros de mercado”.

O voucher é a única opção oferecida pela empresa para realizar o reembolso, o que não segue o que é estabelecido no Código de Defesa do Consumidor.

Clientes também reclamam que o valor total de reembolso é dividido em mais de um voucher e que a empresa impede o uso de mais de um desses cupons em uma única compra.

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Além de ser notificada pelo Procon-SP, a 123Milhas se tornou alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, que aprovou, na quarta-feira (23), a quebra de sigilo fiscal e bancário da 123Milhas e de seus sócios, além da convocação dos sócios-administradores para prestar esclarecimentos.

O Ministério Público de São Paulo também abriu um inquérito civil para investigar a agência de viagens por “dificultar o reembolso de viagens canceladas”.

A apuração se debruça sobre suposta “prática abusiva” da plataforma e foi deflagrada após o recebimento de informações sobre mais de 15 mil reclamações feitas ao Procon e ao Reclame Aqui sobre o reembolso e o cancelamento de passagens.

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Antes, o Ministério do Turismo havia anunciado que suspendeu a agência de viagens do Cadastur, um programa que facilita a obtenção de empréstimos e financiamentos no setor.

Também foi anunciado que, junto com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, o órgão investiga as condições da 123Milhas e o modelo de negócio da agência, executado por empresas similares.