Publicidade
Cumbica, o maior aeroporto do paÃs, foi mais uma vez alvo de criminosos. Na madrugada de quarta-feira (22), bandidos invadiram o terminal de cargas do aeroporto localizado em Guarulhos (SP) e roubaram um caminhão que estava carregado com telas para celular â a carga é avaliada em cerca de R$ 2 milhões.
Para concretizar o roubo, o grupo composto por nove criminosos rendeu a equipe de vigilância e sequestrou um dos trabalhadores que, horas depois, foi deixado em um ponto da Marginal Tietê. Segundo as investigações, a mercadoria roubada saiu da China e tinha como destino o aeroporto de Curitiba (PR), onde seria fiscalizada pela Receita Federal.
A carga foi transportada para outro veÃculo, e o caminhão roubado no aeroporto de Cumbica foi abandonado pelos criminosos na altura do km 84 da rodovia Fernão Dias. Imagens repassadas pela PRF (PolÃcia Rodoviária Federal) mostram que os criminosos pulverizaram um pó branco sobre a cabine do veÃculo, um método já conhecido pela polÃcia para dificultar o trabalho de perÃcia.
Continua depois da publicidade
A perÃcia foi realizada, e o veÃculo foi retirado do local. A empresa proprietária do caminhão não informou à polÃcia se a carga roubada contava com seguro. “A proteção para incêndio e roubo de mercadorias armazenadas não é um seguro fácil de contratar, mas, ao tê-lo, a empresa de armazenagem reduz o risco de descontinuidade do negócio”, reforça James Theodoro, presidente e fundador da Korsa Riscos & Seguros.
Procurada, a GRU Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Cumbica, informou apenas que contribui, sempre que solicitada, com informações aos órgãos policiais. “Mais informações sobre as investigações podem ser obtidas diretamente com as autoridades policiais”, disse a companhia.
Outros casos
Cumbica tem virado notÃcia pela recorrência de crimes envolvendo cargas e passageiros. O caso das brasileiras Kátyna BaÃa e Jeanne Paollini é emblemático. Elas saÃram do Brasil em março deste ano, a partir de Cumbica, com destino à Alemanha, mas uma troca dos adesivos de suas bagagens associou o nome delas a um esquema de tráfico internacional de drogas, com direito à prisão de ambas por 38 dias.
Elas só conseguiram deixar a cadeia na Alemanha após uma investigação realizada pelas forças policiais dos dois paÃses comprovar que a dupla era, na verdade, vÃtima de um esquema de troca de malas que buscava enviar drogas do Brasil para a Europa.
O lÃbio Ahmed Hasan, 37, foi acusado pelo mesmo crime, após ter a etiqueta da sua bagagem trocada por outra com 43 kg de cocaÃna também em Cumbica. A alteração de etiquetas no Brasil aconteceu em outubro, mas Ahmed só foi preso em maio deste ano, quando partiu do LÃbano para a Turquia, em uma viagem a trabalho.
Ahmed aguarda julgamento, marcado para 30 de novembro em Istambul (Turquia), cuja pena pode chegar a 30 anos. A acusação de tráfico envolve também sua esposa, que está na LÃbia.
Continua depois da publicidade
à época, A GRU Airport informou, por meio da sua assessoria imprensa, que o manuseio das bagagens, desde o momento do check-in até a aeronave, é de responsabilidade das empresas aéreas. “A concessionária informa, ainda, que contribui, sempre que solicitada, com informações aos órgãos policiais e que frequentemente se reúne com as autoridades competentes para discutir melhorias nos protocolos de segurança no sÃtio aeroportuário”, diz a nota.
Segurança
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e o Ministério de Portos e Aeroportos lançaram, em junho deste ano, o programa Aeroportos + Seguros para garantir mais segurança aos passageiros e à s bagagens nos principais terminais aeroportuários do paÃs. “As ações do programa estão em curso e sendo executadas dentro do cronograma previsto”, disse a Anac em manifestação recente ao InfoMoney.
Neste mês, militares da FAB (Força Aérea Brasileira) passaram a reforçar a segurança dos aeroportos de Cumbica e Tom Jobim – Galeão, no Rio, sob a vigência da GLO (Garantia da Lei e Ordem). A medida excepcional seguirá até 3 de maio de 2024 para coibir, entre outras ocorrências, tráfico internacional de drogas nos terminais aeroportuários.
Continua depois da publicidade
Procurada, a FAB informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que “o local onde ocorreu o referido fato é um a área pública de estacionamento externo, estando fora da área controlada do aeroporto, onde a carga já se encontrava despachada”.
“A Força Aérea segue realizando as atividades em cooperação com a PolÃcia Federal e Receita Federal nas áreas restritas dos aeroportos, bem como atividades de patrulhamento ostensivo com vistas a reprimir qualquer atividade ilÃcita nas áreas aeroportuárias delimitadas”, diz a nota.