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Você já ouviu falar de Jeanne Louise Calment?
Nos anos 1960, um advogado francês chamado André Raffray acreditava ter fechado o melhor negócio da sua vida. Ele ficou encantado com um apartamento em Arles, no sul da França e conseguiu convencer a viúva que morava lá, Sra. Jeanne Calment, a aceitar a seguinte proposta: Raffray pagaria a ela 2.500 francos (cerca de US$ 500 em valores da época) todos os meses, até ela morrer, se ela deixasse para ele o apartamento em seu testamento.
Como Jeanne já tinha 90 anos na época do negócio, essa parecia uma boa proposta, não?
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Pois trinta anos se passaram, o Sr. André Raffray já havia falecido e a Sra. Calment ainda estava forte. Quando ela finalmente faleceu aos 122 anos, após se tornar a pessoa mais velha do mundo já documentada na história, a família Raffray pagou a ela mais do que o dobro do valor da casa.
Após essa pequena história, devo te dizer que pensar no longo prazo não é algo natural para o nosso cérebro. Nossas mentes não foram evolutivamente desenhadas para pensar no futuro. Até meados do século 19 a expectativa de vida, mesmo em lugares mais desenvolvidos, não ultrapassava 35 anos de idade.
Sabendo disso, entenda que estamos condicionados a lidar com o curto prazo, com o que que está acontecendo agora, fazendo com que tenhamos uma visão limitada do amanhã, do mês que vem, dos próximos 10 ou 20 anos.
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Essa visão limitada do longo prazo e a valorização do curto prazo trazem diversas consequências. Se você passa por alguma situação difícil hoje, como uma decepção com alguma pessoa, por exemplo, essa situação vai dominar a sua mente.
Você tende a focar no problema de curto prazo e obscurecer os seus planos de longo prazo. Inclusive as oportunidades que podem surgir hoje poderão nem ser percebidas. Sua ansiedade com os contratempos do presente pode te atrapalhar.
O piloto automático da sua mente pode te levar a um viés de negatividade que amplia a dimensão do que realmente está acontecendo no momento.
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Por isso, estabelecer objetivos de longo prazo para a sua vida é essencial. São eles que vão te ajudar a colocar qualquer contratempo na perspectiva que ele de fato merece.
O valor de adotar uma visão de longo prazo é não levar as coisas mais a sério do que elas merecem, porque, em última análise, elas se resolverão se você for paciente. O pensamento de longo prazo te ajuda a perceber que sua situação vai melhorar e você nunca está preso(a) nas circunstâncias atuais.
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E com o dinheiro é a mesma coisa. Você precisa adotar uma visão de longo prazo. Você provavelmente vai viver mais do que imagina. Por isso, precisa adotar, a partir de hoje, um comportamento com o seu dinheiro que considere isso.
Subestimar quanto tempo alguém viverá, como fez o Sr. Raffray, pode custar caro, como têm descoberto governos e planos de previdência privada endividados. Eles estão lutando para cumprir as promessas feitas em tempos mais fáceis. As pensões públicas ainda são a principal fonte de renda para pessoas com mais de 65 anos em todos os países da OCDE.
Alguns países europeus como Itália, Portugal e Grécia possuem um número de idosos cada vez maior e uma força de trabalho cada vez menor. Como resultado, estão tendo mais dificuldade para financiar esse grupo crescente de aposentados.
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E o problema maior é que as pessoas não estão se preparando para isso. A maioria delas simplesmente não economiza ou se prepara o suficiente. 40% dos americanos, por exemplo, se aproximam da aposentadoria sem nenhum preparo.
Ninguém sabe o que o futuro reserva. Mas, se você tiver uma visão mais ampla de como ele pode ser, talvez possa se planejar e agir melhor.
Preparar-se financeiramente para o futuro impacta positivamente sua saúde financeira também no curto prazo, pois organiza os seus hábitos e te proporciona mais paz em saber que você tem uma reserva para imprevistos.