Publicidade
*Luiz Henrique Stanger
O mundo enfrenta hoje a pandemia do COVID-19, o novo coronaviÌrus. Seu impacto sobre os mais diversos setores da vida humana toma a forma de mortes, infecções e temor generalizado.
Em meio à luta pela vida, que naÌo permite separar sauÌde e economia, temos o Estado intervindo frequentemente de forma severa, invadindo nossa intimidade e ferindo valores importantes como liberdade, livre mercado e propriedade privada.
Continua depois da publicidade
A principal medida adotada, o lockdown, que gerou uma crise mundial sem precedentes, obriga as pessoas a ficarem em casa e permite apenas o funcionamento de serviços âessenciaisâ.
Essa medida busca impor o distanciamento social e conter a proliferaçaÌo do viÌrus que ocorreria com a livre circulaçaÌo de pessoas e, obviamente, pelo contato entre elas. NaÌo focarei aqui no ataque à liberdade individual que advém do lockdown.
Governantes tomaram â e ainda estaÌo tomando â diversas medidas sob a eÌgide de conter a propagaçaÌo do viÌrus, que gera mortes em seus planteis levando a péssimos resultados como portfolio polÃtico. O presidente dos EUA promulgou, no fim de março, um mega plano de resgate econoÌmico no valor de US$ 2 trilhoÌes. VoceÌ naÌo leu errado: Trump irá imprimir dinheiro.
Continua depois da publicidade
No Brasil, o presidente declarou estado de calamidade puÌblica e, com tal medida, a UniaÌo naÌo precisa cumprir a meta fiscal prevista para 2020, dispensando o cumprimento de requisitos da Lei de Responsabilidade Fiscal. O que isso quer dizer? Que o governo recebeu um cheque em branco e pode gastar e emitir diÌvida. SaÌo previstos cerca de R$ 150 bilhoÌes para medidas emergenciais que vaÌo desde o socorro a grandes empresaÌrios ateÌ os R$ 600,00 por pessoa para população desassistida e profissionais autônomos.
EÌ valido lembrar que a reforma da PrevideÌncia, taÌo atacada e com dificuldades de ser feita e aprovada, geraria um fôlego fiscal de quase R$ 1 trilhaÌo ao longo de 10 anos. Importante nesse momento eÌ que esse cheque em branco não seja usado de modo negligente, pois a situação fiscal do Brasil é terrÃvel. Qualquer deslize e um possÃvel descontrole nos gastos pode fazer com que nosso futuro seja jogado pela janela.
Na esfera dos governos estaduais, o decreto de calamidade puÌblica rola a diÌvida dos estados para com a UniaÌo, permitindo a expansão de gastos sob a justificativa de ter agilidade no combate aÌ pandemia.
Continua depois da publicidade
Em meio a informações e decretos, chamou atenção, no EspÃrito Santo, a contratação imediata de uma ageÌncia de publicidade ao custo de R$ 1 milhaÌo para peça publicitaÌria sobre o COVID-19. Atualmente, com a internet alcançando bilhoÌes de pessoas, questiono-me se contratar campanhas virtuais com esse valor não seria mais efetivo e transparente.
AleÌm de dinheiro sendo impresso para ser despejado na economia real, os paiÌses propuseram diversos incentivos fiscais para suas populaçoÌes. Os EUA, por exemplo, prometeram naÌo deixar faltar doÌlar para paiÌses ao redor do globo e para seus proÌprios cidadaÌos.
No Brasil, impostos serão pagos em vários meses; o empresariado conta com incentivos para evitar demissoÌes e existem linhas de financiamento para pequenos empreendedores. Fica niÌtida a expansaÌo do Estado em nossas vidas com governos estendendo a maÌo para os cidadaÌos de uma maneira perversa – e olha que eu nem falei sobre as medidas de distanciamento social que ferem a liberdade, sobre o congelamento de preços que interfere no livre mercado ou o confisco de materiais de empresas privadas que agride a instituição da propriedade privada.
Continua depois da publicidade
NaÌo podemos nos esquecer de que o orçamento desse ano, sancionado por Bolsonaro, jaÌ admite um deÌficit fiscal de ateÌ R$ 124 bilhoÌes e os estados e municÃpios mal conseguem pagar salaÌrios. A soluçaÌo? Emitir mais diÌvida. NaÌo se iluda, trabalharemos como nunca para pagar a conta que um governante com salaÌrio em dia decidiu fazer.
*Luiz Henrique Stanger é corretor de imóveis desde 2008 é associado III no Lideres do Amanhã