Opções: os três fatores fundamentais do mercado para operar direito

Cada vez mais investidores entram no mercado de opções, e muitos não estão conseguindo os resultados esperados. Por quê? Talvez esteja faltando olhar para a tendência, a intensidade e a magnitude dos movimentos do mercado

Lauro Araújo

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(Getty Images)
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Em 2021, vemos um imenso crescimento no mercado de opções, um tipo de investimento da família dos derivativos, porque seu valor depende – ou deriva – do valor de outro ativo. Difícil? Na verdade, não.

A opção é como um seguro financeiro, comprado para garantir uma condição em uma data predeterminada. Pense em um importador, que terá que pagar no futuro por um produto comprado lá fora – como trigo ou peças para computadores. Adquirir opções de dólar seria uma forma de garantir um preço máximo para a taxa de câmbio. Mesmo que a taxa de câmbio exploda e o real se desvalorize, sua importação estaria garantida.

Existem opções sobre vários tipos de investimento, e as opções sobre ações andam na moda. Existem opções sobre as ações da Petrobras, da Vale, do Magazine Luiza, e por aí vai. Há ainda opções sobre outros ativos, como taxa de câmbio, taxa de juros e até inflação. É um mercado muito grande e diversificado.

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Aliás, muita gente usa opções e nem se dá conta. Se você alguma vez investiu em um Certificado de Operações Estruturadas – os famosos COEs – ou tem alguma trava ou uma operação “Rubi” na carteira, também possui opções. Elas são os tijolos que as corretoras usam para montar operações desse tipo. Você não vê, mas elas estão lá.

Cada vez mais investidores entram no mercado de opções diretamente, e muitos não estão conseguindo os resultados esperados. Por quê? As opções têm vida curta, de algumas semanas ou poucos meses. Elas simplesmente deixam de existir na data do seu vencimento – exatamente como acontece com um seguro de carro, por exemplo, que vence a cada ano.

No livro Opções: Do Tradicional Ao Exótico, explico três fatores fundamentais que as pessoas devem observar para usar bem as opções nos seus investimentos:

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1) Tendência de mercado: para ganhar dinheiro com as opções, é preciso acertar a tendência de mercado. Você pode até comprar uma proteção contra a alta na taxa de câmbio, como no exemplo acima, mas se a taxa de câmbio não sobe você perde o valor que pagou para comprar a opção – ou prêmio.

2) Intensidade do movimento: uma tendência pode ser forte, fraca ou moderada. Uma tendência forte –ou seja, um aumento na intensidade do mercado ou da volatilidade dos preços – tem grande influência sobre o prêmio das opções, principalmente quando estamos distantes da data de exercício. Se você comprou uma opção e o mercado ficou “mais nervoso”, você possivelmente ganhará dinheiro, porque a tendência é de que a opção fique mais cara.

É natural, correto? Pense em um seguro, porque funciona do mesmo jeito: se a percepção de risco cresce de forma geral, o seguro provavelmente ficará mais caro.

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3) Magnitude do movimento: não se esqueça de que as opções vencem e normalmente seu vencimento não demora muito. Os preços podem apresentar uma tendência e o mercado pode estar nervoso, mas o tamanho – ou magnitude – do movimento também é muito importante. Já perdi dinheiro investindo em opções e acertando na tendência. Achava que o preço da ação de Petrobrás ia subir – e de fato subiu, mas não o suficiente para a minha opção valer alguma coisa.

É bem verdade que tendência, intensidade e magnitude estão diretamente relacionadas. Entretanto, em alguns momentos, o mercado pode ficar intenso, ainda que sem uma tendência certa, subindo e caindo com força antes que a tendência se defina. Em mercados de tendência indefinida, as opções ficam caras e várias posições podem acabar perdendo dinheiro.

A melhor forma de aprender a usar o mercado de opções a seu favor é estudando, experimentando e questionando. Estude o mercado de opções, ele tem riscos escondidos, mas abre uma enormidade de possibilidades de investimentos. Comece – sempre – com pouco dinheiro, mesmo que suas operações estejam funcionando. Não arrisque muito sem estar seguro de que entendeu e conhece o mercado.

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Sempre que você fizer uma operação no mercado de opções, anote tudo. Escreva o que levou você a tomar a decisão de investir em determinada opção. Sei que pode soar chato, mas vá por mim: essa prática ajuda muito.

Depois, acompanhe o mercado e veja o que acontece com o preço da sua opção e do seu ativo objeto – a ação ou taxa a que o papel está atrelado. Ao final, analise o resultado. Ganhou? Ótimo, mas pergunte-se sobre as razões. Perdeu? Não fique triste, e faça a mesma pergunta a si mesmo.

O mercado de opções está em franca expansão e abre inúmeras possibilidades, até mesmo para quem não tem muito dinheiro para investir.

Lauro Araújo

Mestre em finanças internacionais, assessor de investimentos e autor de livros como "Guia de Investimentos e Saúde Financeira", "Fique Rico e Viva Feliz" e "Opções: Do Tradicional Ao Exótico"